Prólogo

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Eram 3h da manhã, acordei com um grito agonizante vindo do quarto dos meus pais, não sabia o que havia ocorrido, mas os berros de minha mãe me fizeram pular da cama. Ainda sonolenta, segui o som do barulho estrondoso, encontrei minha mãe com as mãos cheias de sangue no canto do quarto, meu pai tentava acalma-lá e eu estava simplesmente paralisada. Os olhos de ambos estavam sombrios, pareciam que estavam em busca de algo além da realidade. Fiquei por alguns instantes em pé e, quando decidi me manifestar, minha voz saiu em meio a gaguejes e rouquidão, porém consegui tomar a atenção de meu pai. Ele já havia se acalmado, olhou em meus olhos e disse apenas "a ambulância está a caminho".

Demorei a entender o que isso significava, até que me deparei com a falta de Melina, minha irmã mais nova. Meu coração acelerou como se eu tivesse recebido uma dose de adrenalina na veia, sai em disparo ao quarto dela, acendi as luzes e segui as manchas de sangue que por fim, me levaram ao banheiro.

Dois cortes verticais no pulso esquerdo, o espelho acima da pia quebrado e seu corpo encharcado no centro da poça de sangue. O sentimento de ódio e angustia se misturaram, deitei-me ao lado dela e a abracei, seu coração estava silencioso e foi então que percebi, ela estava morta.

Não me apresentei ainda, meu nome é Anne e vou contar um pouco sobre minha história.

Pacto de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora