Podridão

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- O que foi que eles fizeram? - Victor Hugo bate com o punho na mesa.
- Destruiram a frota 12 inteirinha, senhor. - Disse um homem com farda de policial.
- Inúteis! Eu não lhes pago para morrerem! - Victor bate em um copo vazio que cai ao chão e se quebra em vários pedaços. - Onde eu estava com a cabeça em fazer acordo com a Polícia da Capital. Merda!
- Senhor, mas não temos preparo! Eles tem poderes e...
- Calado!
O policial abaixa a cabeça.
- Liguem para todas as bases dos Campos Gerais, tragam toda a guarnição possível! AGORA!
- Sim, senhor. Com licença. - O policial sai, ao entrar no Elevador ele vê uma mulher se aproximando de Victor.

- O que aconteceu? - Ariane pergunta.
- Nada, meu amor... coisas... coisas minhas!
- Não sou seu amor, Victor.
- Você é sim! - Ele segura a boca de Ariane com força e a empurra deixando suas bochechas marcadas com os anéis que ele usava.
- Você é igual seu pai! É um monstro! - Ariane passa a mão na boca machuca e sai da sala.
- Ariane! - Ele a chama. - Meu amor, eu... me desculpe!

Victor vai até a varanda, o céu estava estrelado, porém algumas nuvens cobriam a lua.
- Seu amor é doentio! - Uma mulher surge das sombras. - Ela tem razão, você é igual ao seu pai.
- Calada!
- Ora... Não pode me mandar calar, seu verme, seu pedaço de merda imprestável. Sabe quem dá as cartas aqui.
Victor se cala.
- Bom menino. - Agnes caminha lentamente até ao lado de Victor. O som do seu sapato de salto alto ecoa pela sala vazia. - Ele amava e odiava as bruxas!
- Meu pai sempre odiou bruxas!
- Tanto odiou que trepou com uma e teve uma cria deplorável como você!
- Por qual motivo está a me insultar? - Victor dá um forte tapa na cara de Agnes.
- Escuta aqui! - Ela pega o pulso dele. - Eu não vivo a séculos neste mundo de merda, para um humano vir e bater na minha cara. - Ela começa a apertar e veias negras aparecem no braço de Victor. - Eu não tenho todo este poder para ser submissa a um homem de merda! Que acha que pode amar um bruxa tal qual faz de tudo para fugir de você.

Victor olha assustado para o braço que começara a apodrecer. Ele solta um grito de dor.
- Eu sou uma bruxa! Acima de tudo, uma mulher! E não deixarei você encostar um dedo em mim sem sofrer as consequências! - Ela solta Victor e seu braço podre volta ao normal.
Ele dá um passo para trás.
- Temos um acordo! - Victor passava a mão no pulso machucado. - Levem todos os bruxos e me deixem ela.
Agnes vira-se lentamente flutuando a poucos centímetros do chão.
- Está querendo mudar as cláusulas de nosso acordo. Você está querendo mais do que apenas a bruxa do vento.
- Sim!
- Sabe a falta que aqueles dois fariam a mim caso eu os deixa-se a você?
- Ele nunca confiou em mim! Ele sempre me odiou e sempre tentou me manterá distante de Ariane.
- Ele sempre soube quem você era! Ele não é igual a você ou aquela bruxinha, que se deixa levar por meros sentimentos. Ele é um bruxo da terra e como a terra... ele é frio!
- Mas vocês os deixaram sofrem nas minhas mãos!

Agnes abaixa seu véu para cobrir o rosto e sai andando deixando Victor sozinho na varanda.
- Iven! - Agnes da um grito.
Um sombra brota do chão atrás de Agnes, se moldando e ficando branca até virar a bruxa serpente.
- Prepare seus homens, Victor filho de Giovanni Miodenttor... a caça as bruxas recomeçou!
As duas irmãs lado a lado abrem um portal negro e entram, sumindo da sala instantaneamente.

- Quero que fujam! - Disse Hanyel.
- Não iremos a lugar algum, meu amigo! - Ruth põe a mão sobre seu ombro.
- É perigo, vocês quatro devem ir. - Bianca se aproxima. - As duas negras são muito fortes, elas não vão deixar ninguém vivo.
- Você viu, não é, Bianca. Do que somos capazes? - Carmen fala.
- Carmen... Bianca tem razão. - Lilian entra na conversa. - Não temos chance contra tanto poder. Devemos pegar Brianna e fugir.
Ruth se senta próxima ao balcão.
- Nunca fugi na minha vida... mas agora não é uma questão de escolha.
- Lamentamos que você tenha que deixar a De Alt Vall, mas é para a segurança de todas vocês! - Bianca fala.
Hanyel olha para as garotas e ergue as sobrancelhas.
- A hora é agora! - Disse ele.

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