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P.o.v Holly

Nate me esperava na porta da escola fumando seu cigarro que parecia nunca acabar. Vou me aproximando insegura e logo Ana para em minha frente antes mesmo de eu chegar perto de Nate.

--Isso é para você aprender a não me chamar de cadela-- Ana fala me empurrando no chão e logo joga uma coisa vermelha em mim --Espero que goste de sangue de menstruação.

Arregalo meus olhos e começo a tentar tirar a coisa vermelha de mim com força. Minha respiração acelera de uma forma anormal e eu tento me controlar.

--Você ficou louca ?-- a voz de Nate ecoa e eu continuo focada em tirar a coisa vermelha de meu corpo --Vai embora daqui.

--Vai defender essa esquisita aqui ?-- Ana pergunta com nojo em voz.

--Vai embora antes que eu te tire a força daqui-- Nate praticamente grita e os passos pesados de Ana ecoam pelo corredor.

Começo a chorar passando as mãos de forma desesperada em meu braço e a coisa vermelha só se espalhava cada vez mais.

--Ei, Holly-- Nate me chama mas eu continuo focada em tirar aquilo de mim --Fica calma, vamos te limpar vem.

Nate me puxa do chão e eu logo o abraço chorando ainda bem. Eu estava desesperada e não havia motivos para tudo aquilo. O garoto demora alguns minutos para retribuir meu abraço mas quando faz tal ato logo me solta.

Nate começa a me puxar até o banheiro masculino e logo eu paro na entrada.

--Não vou entrar no banheiro masculino-- falo e o garoto me olha indignada.

--Quer se limpar ou não ?-- pergunta ele com as sobrancelhas arqueadas.

--Vamos no feminino-- digo por fim o puxando até o banheiro ao lado.

Nate para assim como eu e eu o olho com as sobrancelhas arqueadas.

--Vou te esperar aqui fora-- ele diz e eu dou de ombros seguindo meu caminho.

Me encaro no espelho e as lágrimas voltam com força total. Eu queria ter nascido como a Stassie, ninguém pisa nela, e ninguém tem coragem de a dizer um simples "não". Queria ser forte como ela. Queria ser ela.

Encho minha mão de papel e logo começo a limpar meu rosto. Eu não sabia se aquilo era realmente o que Ana falou mas se fosse era melhor a dona do sangue ir a um ginecologista.

--Nós temos que almoçar-- Nate me apressa e eu jogo água em meu rosto.

Algumas pequenas ruguinhas em meu rosto continuaram com vestígios vermelhos mas nada muito perceptível. Saio do banheiro e encontro Nate com mais um cigarro entre os lábios.

--Vai acabar morrendo-- falo e o garoto revira os olhos.

--Holly, você ainda não é uma médica-- Nate fala começando a seguir caminho para fora da escola.

--E quem disse que eu vou ser médica ?-- pergunto o seguindo.

--Se não vai ser médica pare de agir como uma-- responde rude e eu paro no meio do corredor.

Nate parece perceber que eu não o seguia mais e logo se vira para mim erguendo os braços.

--Vamos logo-- reclama o garoto me fazendo ir ate ele com passos rápidos.

--Sabe eu deveria te deixar sem minha companhia-- falo pensativa e ele ri.

--Eu achava outra-- diz ele e eu lhe dou um tapa na nuca, tendo que pular obviamente --Ouch, não toque mais essas mãos pesadas em meu corpinho lindo.

Ignoro o garoto e começo a mexer meus ombros enquanto o ritmo de "midnight city" soava em minha cabeça. Escuto a risada do garoto e me viro para ele começando a mexer minha cabeça de um lado para o outro. Aquela música me possuía.

--Holly Simpson nunca imaginei que você seria assim-- Nate murmura enquanto eu jogava minhas mãos no ar.

--Você nunca imaginou muitas coisas sobre mim-- falo rindo, eu estava feliz além de tudo.

--Você é muito reservada-- Nate reclama e eu pisco para ele.

--Não sou reservada, você que nunca me perguntou nada-- falo voltando a olhar para frente.

--Então vamos brincar de fazer perguntas um para o outro-- Nate fala e eu apenas concordo.

--Qual foi sua primeira namorada ?-- pergunto a primeira coisa que vem em minha mente.

Pop's não era tão longe da escola então Nate e eu decidimos ir á pé.

--Nunca namorei-- Nate responde indiferente --Quantas bocas já beijou ?.

--Nunca beijei-- falo também indiferente --Se você nunca teve namorada, o que Ana é sua ?.

--Sexo fixo-- ele fala e eu me sinto ofendida mas ignoro --Ja conversou com quantos garotos ?.

--Meu pai vale ?-- pergunto olhando para ele e ele ri assentindo --Três. Começou a fumar com quantos anos ?.

--Dezesseis-- Nate responde e eu me surpreendo mas novamente ignoro --Se eu te beijar o que você vai fazer ?.

--Morrer-- respondo e o garoto dá uma risada rouca --Se eu beijar mal o que você vai fazer ?.

--Vou fingir que o seu beijo é o melhor do mundo-- Nate responde abrindo a porta de vidro do Pop's e logo o sininho que possuía em cima da porta soa pelo restaurante --Seus pais são legais ?.

--Não-- respondo rindo --E os seus ?.

--Morreram-- Nate responde e eu arregalo os olhos.

--Me desculpa em não sabia-- falo apressada e ele dá de ombros se sentando em uma das mesas.

Me sento a sua frente e ele dá risada.

--Não vai sentar do meu lado ?-- ele pergunta e eu o encaro confusa.

--Não vejo necessidade-- falo e o garoto abre um sorriso lindo.

Fizemos nossos pedidos e o garoto começa a me encarar profundamente. Sera que ele podia ler mentes e estava tentando ler a minha ?.

Você não está em um filme de crepúsculo, Holly.

Minha mente me repreende e eu dou risada com tal pensamento fazendo o garoto arquear as sobrancelhas.

--Continuando com as perguntas-- Nate fala subindo o corpo na mesa --Faria sexo comigo ?.

Arregalo meus olhos com a pergunta do garoto e começo a me engasgar com minha própria saliva. O garoto arregala os olhos e logo tenta bater em minhas costas subindo em cima da mesa. Começo a rir e o garoto me encara indignado.

--Não, Nate, nem com você e nem com qualquer outro garoto-- falo e o garoto murcha.

Honest || Nathan MaloleyOnde histórias criam vida. Descubra agora