Pois bem, sou grande o suficiente para saber que escrever em diários é pura perda de tempo, arrisco dizer, é uma bobagem. Aos vinte e três anos não tenho nada além deste caderno, após largar 5 faculdades, me sinto em um beco sem saída. Me sinto decepcionado comigo mesmo. Mas juro que será diferente, este ano encontrarei um foco e me agarrei a ele. Eu quero viver. Sinto que este é o momento exato.
Pois bem, meu caderno velho de anotações, vou apresentar-lhe alguns amigos, apenas pra eu colocar em um papel meu sentimento por eles e quem sabe esclarecer certas questões em minha mente.
A primeira a quem quero me referir é Ana, a conheci há muitos anos e sempre sonhei que quando crescêssemos seríamos namorados, porém nossas vidas seguiram caminhos muito diferentes. Ela se envolveu com pessoas erradas e acabou cometendo muitos erros, um destes foi ter um caso com meu padrasto 24 anos mais velho. Quando descobri a procurei e pedi que jamais se encontrasse com ele novamente, fora ineficaz tal advertência. Enfrentei mais uma vez um divórcio doloroso para minha mãe que enfrenta crises gravíssimas de depressão. Porém, algo me diz que Ana é uma pessoa boa, pessoas erram. Eu aprendi a perdoar, espero que um dia olhem pra ela e vejam mais do que uma menina bonita.
O segundo é Diego, é meu vizinho desde sempre. Nunca conversamos, porém já o vi se automutilando inúmeras vezes. Já o procurei e tudo que ele me diz é que as coisas já foram melhores, que as vezes a única forma de esconder a dor da alma é ferindo seu corpo. Não entendi o porquê de ele ter me revelado tais afirmações, não era um rapaz que gostava de falar. De alguma forma ele confiava em mim, embora eu fosse um cara babaca de poucos amigos que não transmitia fé alguma. Sempre quis ajudá-lo, quero fazer isso.
Mona, diz ser clarividente, entende tudo sobre misticismo, ama contar histórias, o que faz com que ela seja mentirosa, às vezes, não acho que seja por mal, ela é alguém que vê mais dos outros do que eles mostram. Já me disse uma vez que um dia eu iria desaparecer, e que o meu desaparecimento resultaria na redenção de várias outras pessoas. Provavelmente não estava falando de mim. Não sou bom o suficiente para este destino e... bem... eu não vou desaparecer, não tenho mais dezessete anos.
Por último, Théo, meu melhor amigo, ou quase isso. Ele me ensinou tudo que sei sobre garotas, jogos e também me ensinou a gostar de filmes antigos. Um rapaz que faria qualquer garota suspirar, porém, se distanciou de mim com o tempo e não nos falamos há uns... 6 meses. Fico perdido sobre o que houve com a gente. Mas o amo.
Esta, que não era para integrar o corpo do texto, mas integrará pois é o motivo que me faz querer mudar, Z. H., não direi seu nome, mas que você saiba, é a pessoa mais incrível que já conheci. Estou me apaixonando por ela, mais a cada segundo, ela me surpreende todos os dias, faz-me querer ser melhor para que eu a mereça.
Por fim, gostaria de ser responsável por uma parcela da felicidade dessas pessoas. E este será meu objetivo neste ano, este ano e ajudarei a escrever um capítulo do livro da vida delas.
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O segredo da morte de F. K.
Mystery / ThrillerF. K. morre misteriosamente na noite de seu aniversário de vinte e três anos. Após três meses de sua morte quatro amigos buscam desvendar o mistério. Durante as descobertas se vêem obrigados a revelar os seus segredos mais sombrios. Entendem que ter...