Por quê?

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Bonito... Não demasiadamente, que atrai olhares por todo lugar que passa, mas também não lhe falta atenção. Talvez se o nariz fosse um pouco mais delicado, ou o maxilar um pouco mais fino, ou se não tivesse aquelas duas falhas no couro cabeludo... Talvez, eu te amasse mais. Não. Isso não é possível. Por que eu aprendi (ou errei?), a te amar assim, do jeito que você é.

Tem um toque de sedução, que incita curiosidade, perigo, perversidade... O corpo aparentemente comum de um jovem com essa idade, mas uma alma aprisionada, que quer voar, mas não pode. Que quer falar, mas não é ouvida. Que quer sarar, mas esta façanha não lhe é concedida. Uma alma triste, sofrida, machucada, pisada, maltratada, torturada, mas... Forte.

Por mais que está sempre a negar, é uma pessoa que vive com garra e temor. A palavra que lhe define é intensidade. Sempre foi intenso em tudo: se ama, ama de verdade. Se odeia, o sentimento é muito forte. Porém, talvez por ainda ser jovem demais, mesmo que tenha vivido muitas coisas, anda perdido por aí, vagando, sozinho.

Um coração incerto, que torna a disparar e se alegrar cada vez que conhece alguma moça atraente, divertida, e com as mesmas ideias sobre a vida. Um coração que assim como se apega fácil, desapega rapidamente. Sem se importar com o coração da moça, sem guardar rancor, sem culpa.

Uma mente turbulenta, agitada, com pesadelos vívidos que tornam a assombrá-lo todas as noites. Erros do passado gravados na memória, culpa por erros dos outros, mas que interferem na sua vida, arrependimentos, tristeza, solidão, cansaço, desânimo.

Por que uma pessoa tão jovem há de ter que sofrer tanto? Por que uma pessoa tão adorável há de ir atrás de coisas que só vão destruir cada vez mais a sua mente, seu coração e sua vida? Por que uma pessoa tão boa há de gostar tanto de brincar com corações alheios? Por quê? É tudo o que eu te pergunto, meu amor.

Por que fizestes esse joguinho comigo? Tu sabias (ou talvez não), que eu não era qualquer baralho de R$1,99 encontrado numa banca de jornais, e sim, um livro empoeirado, trancafiado a sete chaves numa masmorra, esperando para ser lido com calma, amor e dedicação.

Então... Por quê?

Por que não me disse que eu não era o que você procurava, por que não me contou que se desencantou em um determinado momento? Eu tenho certeza que teria doído bem menos ouvir isso de você, do que ficar sabendo pelas redes sociais que você estava em um relacionamento sério com outra, enquanto eu estava em casa, pensando e suspirando por você.

Eu sempre estive aí pra te apoiar, cara. Pedia como se sentia, como estava, o que estava fazendo, porque estava triste, cansado, o que havia acontecido para estar tão estressado, prometia que quando nos encontrássemos pela primeira vez, lhe daria um forte abraço e que a partir daí, as coisas começariam a entrar nos trilhos, porque eu estaria aí pra te dar a mão.

Você não sabe o quão feliz eu ficava quando lia/ouvia que você gostaria de fazer o mesmo, que adoraria passar uma tarde chuvosa comigo ao seu lado, assistindo a uma série do nosso gosto, lendo livros ou simplesmente olhando para o teto com uma de suas peculiares músicas.

Você não sabe como eu tinha ataques de histeria, nervosismo e ansiedade, quando você dizia que ia me ver depois da escola. Eu falava disso o tempo todo para a minha colega, eu pensava nisso o dia todo, mas você nunca apareceu. Sempre havia uma desculpa. Ou havia surgido um imprevisto, ou precisou fazer algo para um familiar seu, ou teve outras complicações... Sempre havia um motivo. Sempre.

Tola fui quando acreditei nessas palavras. Eu fui burra de achar que isso era verdade, quando muito provavelmente você estava em casa sem fazer nada, ou se esteve mesmo em problemas, tenho certeza que não era em me ver que você pensava enquanto tentava solucioná-los.

Triste, porque eu pensava em ti toda hora. Quando acordava, a primeira coisa que eu fazia era checar as redes sociais: WhatsApp, para ver se você havia me respondido. Eu sentia a lasca do meu coração sendo tirada quando via que você havia passado a madrugada inteira online, mas não visto minha mensagem do meio dia do dia anterior. Facebook, para ver seus posts super engraçados e divertidos, às vezes idiotas, mas eu gostava mesmo assim. Instagram, para ver se você havia postado alguma nova foto, que com certeza iria para o meu álbum da galeria do celular que eu tinha criado só pra você.

Quando sentia sua falta, eu lia as nossas conversas novamente, sentindo tudo que eu havia sentido da primeira vez que as li. Eu não passava um dia sem fazer isso.

Sim, diversas vezes imaginei-te como o amor da minha vida. Porque, afinal, você é uma mistura de tudo que eu sempre sonhei: uma pessoa romântica, daquelas que pergunta como foi o meu dia, que me traz café na cama, que lê livros em voz alta até eu dormir, que me faz carinho. Uma pessoa que precisa de ajuda, de apoio, de um porto seguro, que precise de alguém que esteja aí pra segurar sua mão e ajudar a seguir em frente. Uma pessoa "safada", que tem lá seus momentos quentes e que corresponde a mim. Uma pessoa argumentativa, que gosta de conversar e conhecer novas visões de mundo. Uma pessoa batalhadora, que vai atrás do que quer com temor. Uma pessoa de gênio forte, que não se deixa abalar com qualquer coisa e que, acima de tudo, não pensa duas vezes em tomar certas decisões só para ver a salvo quem ama.

Talvez seja pedir demais, porque ninguém é perfeito e não estamos na Disney para eu encontrar meu príncipe encantado, mas nem tudo são critérios para ficar ao meu lado. Muitos pontos que eu citei, talvez sejam fatores que eu gostaria de ter/ser mas não tenho/sou. Talvez alguns sejam as partes que faltam em mim e que eu procuro em outros. Eu fico feliz em dizer que encontrei tudo isso em você.

Fostes meu primeiro: amor, cara por quem me interessei, tudo. Há uma frase que diz: "Se você ama sem tocar, você entende o verdadeiro significado de amar", de um autor desconhecido. Eu me sinto feliz em dizer que eu concordo com a frase, porque eu te amei, e ainda te amo, mesmo sem nunca ter visto você pessoalmente. É uma coisa sem explicação.

Porém, você não é para mim. Não pode ser, porque tudo ao nosso redor nos afasta: meus responsáveis, meus (talvez, nossos) amigos, e principalmente... Você.

Você mesmo evita isso. Porque tem medo. Porque não enxerga em mim tudo que estou disposta a te oferecer. Porque acha que uma noitada vale mais que uma vida. Porque gosta de brincar com o coração de moças por aí. Porque não se importa com sentimentos alheios e quer que se importem com os seus. Porque é um idiota. Simples assim.

Sim, eu me irrito escrevendo isso, eu choro, eu me desespero, eu sinto pena, culpa, felicidade, raiva. Você faz isso comigo. Porque eu tô tentando te esquecer. Eu tô tentando seguir em frente, conhecer gente nova. Até tem uma pessoa, para sua informação. Uma que é o seu oposto, mas que também me encanta. Que é muito bom pra mim, mas que da mesma forma, não demonstra interesse. Ela ao menos não me engana, meu amor. Ela não diz me amar só pra me manter por perto.

Eu tento passar uma borracha, eu tento me livrar desse maldito sentimento de culpa, de pena, de tristeza. Mas no fundo, eu ainda te amo e sinto que não vou conseguir deixar de fazer isso. Sabe aqueles romances clichês que o homem ou a mulher passam a vida infelizes porque não correram atrás da pessoa que era o amor da sua vida e quando criaram a coragem já era tarde?

Eu não quero ser mais uma a reproduzir isso. Mas sinto que vou. Talvez não, sinceramente espero que não. Mas talvez... Isso não depende de mim no momento. Porque eu fui atrás, eu te recebi de volta quando você se lembrou de mim depois de ter me feito sofrer. Mas você nunca se importou comigo como eu me importo com você.

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⏰ Last updated: Jan 19, 2018 ⏰

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Para o meu Primeiro AmorWhere stories live. Discover now