Acabamento - Parte 2

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Eles estão nas docas — digo e analiso o trânsito para chegar até lá. — Se sairmos agora, não vamos demorar muito e conseguiremos chegar lá antes do pôr do Sol.

— Vamos então.

Mais uma vez pego as chaves do carro e vamos para a garagem. Lee tinha as três espadas em mãos e eu tinha um coração batendo descompassado em minhas mãos.

Mesmo ainda sendo dentro da cidade, demoramos pouco mais de meia hora para estacionarmos do lado de fora das docas. Desligo o carro e olho diretamente dentro daqueles olhos mágicos.

— Então Lee. Você conseguiu pensar em algum outro plano, ou vamos com o meu mesmo?

— Não acredito que a minha mente me deixou na mão logo quando eu mais precisei dela...

— Certo. Então vamos com o meu plano mesmo, não é?

— Não acredito que vai ser tão fácil assim para me convencer a fazer isso Tessa.... — Lee aperta o cabo negro de sua espada entre os dedos.

— Ah Lee, você ainda não sabe, mas eu sou muito boa com as palavras, muito boa mesmo. Posso ser bem convincente quando eu quero... — sorrio satisfeita por conseguir prosseguir com o meu plano.

— Começo a perceber isso...

— Agora como é que vamos entrar com essas espadas reluzentes sem chamar muita atenção? — coloco a mão no queixo, querendo pensar em algo.

— Acho que não tem muitos problemas... Andei observando as pessoas nas ruas ao nos locomovermos para cá, e parece que ninguém presta muita atenção em ninguém...

— Você tocou num ponto importante aqui. Muito provável não chamarmos muita atenção mesmo...

— Você vai ficar com uma espada por precaução...

— Certo — abro a porta do carro e o Lee faz o mesmo.

Não sei ao certo o motivo, mas assim que sai do carro e fiquei de pé, senti um cansaço tomar conta do meu corpo. Meus músculos estavam bem tensos e minha cabeça ainda trabalhava a mil.

Nem quero começar a pensar no cansaço físico e mental que eu vou ter que engolir quando esse dia acabar. Acho que vou hibernar uma semana.

E isso tendo em mente apenas pensamentos positivos. Eu nem quero ter que pensar no que eu vou fazer ou no que eu vou sentir se alguma coisa acontecer com o Gustavo.

A minha fé tinha que ficar alta e inabalável de que tudo acabaria bem. Pensamentos muitas vezes tinham força e eu queria que os meus tivessem a força de fazer com que tudo acabasse bem.

Assim que desço do carro já percebo que a movimentação ali dentro das docas era bem intensa. Ninguém se importou em nos parar em momento algum para pedir algum tipo de registro ou documentação. Somente fomos entrando ali como se fosse normal.

Retiro o meu celular do bolso e vou seguindo com cuidado o caminho que o meu GPS está indicando como sendo o caminho certo.

Estávamos cercados por diversos contêineres dos mais diferentes tamanhos e cores. Guindastes faziam a movimentação desses enormes retângulos de aço e eu prestava atenção em cada passo, estávamos nos aproximando e quero ver o Bruce antes que ele nos veja.

Um pouco mais a frente, conseguia ver a orla, com alguns barcos enormes ancorados. Não muito longe dali, conseguia ver também alguns barcos menores, de uso pessoal, que boiavam tranquilamente na água salgada.

Vamos passando pelos contêineres e estou um pouco revoltada pela falta de segurança no local. Ninguém se importou de estarmos ali.

O que de fato era que aquilo era até que perfeito para o Bruce, aqui com certeza ninguém olharia duas vezes para ele.

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