Soulmate [Ming+Kit]

Can't Help Falling in Love With You

"Eu não sei ser tão romântico, na verdade eu não sei ser romântico de jeito nenhum. Não com você".

- Argh! Eu não sei nem escrever uma coisa fofa para ele.

Kit rasgou a folha rasurada de seu caderno e a jogou no chão junto às outras vinte e tantas amassadas.

"Estamos comemorando um ano de namoro e eu nem acredito que te aturei por tanto tempo".

O ruivo encarou as próprias letras por um tempo e foi o suficiente para mais uma folha ir ao chão. Desta vez, fechou o caderno, guardou-o na cômoda ao lado de sua cama e deitou-se chateado.

Ming chegaria a qualquer momento com uma carta gigante que ficara escrevendo dias e uma música que teria composto pensando nele acompanhada de uma caixa de KitKat, era isso que ele imaginava. Por isso se preparava mentalmente para recebê-lo com toda sua alegria exacerbada.

Ao pensar nisso Kit revirou os olhos, mas sorriu em seguida. Sempre que estava bravo ou tenso por causa da faculdade, o namorado o descontraía. Apesar de a maioria dos assuntos não possuírem um pingo de nexo e serem inacabáveis, ele conseguia sorrir por um instante.

Um ano se passara e Kit entendera o motivo de se apaixonar por Ming: seu jeito alegre e espontâneo de ser. Sempre tentava colocar as pessoas para cima e funcionava, irritava, porém, funcionava. Era complicado lidar com toda sua demonstração de afeto em público porque não ligava para o que as pessoas iam dizer ou pensar sobre andarem na rua de mãos dadas ou abraçados e para Kit, que tinha muitos amigos que ainda o zoavam por sair com um garoto, não era tão fácil, mas gostava muito dele e perdoava seus micos de vez em quando.

- O namorado mais lindo do mundo está batendo na sua porta você não vai atender? - Ming gritou do lado de fora.

- Já vou.

Arrastando as pernas para fora da cama, Kit levantou-se e dirigiu-se à porta destrancando-a em seguida.

- FELIZ UM ANO DE NAMORO P' KITKAT! - exclamou com os braços abertos assim que a porta fora aberta.

O que Kit viu o fez ficar mudo por um minuto inteiro. Não sabia se batia a porta na cara de Ming ou se ele mesmo tratava de sair dali.

Ming estava parado ao lado de um totem de si próprio de tamanho real envolto na cintura por um laço vermelho.

Kit revirou os olhos e com vergonha de alguém passar pela sua porta e ver aquela cena constrangedora adentrou o quarto puxando o namorado e sua cópia.

- A gente faz um ano de namoro e você me dá um... Troço desses.

- Isto não é um troço. É um presente, seu presente. Poxa P', eu paguei caro nisso - disse parecendo estar chateado - É para você não sentir saudades de mim quando não estivermos juntos. Acho que combinou com o quarto, o que me diz? - perguntou analisando o local onde havia instalado o totem.

Kit só queria se enterrar num buraco bem fundo de vergonha pelo seu presente. Sabia da capacidade aprofundada de Ming e sua criatividade, mas um aquilo era demais pra ele.

- Eu estava esperando qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, menos um... Totem. Seu! De tamanho real e tudo! Ming eu não acredito nisso. Você que é o romântico da relação, cadê seu romantismo? Deve ter sido comido na hora que comprou esse treco aí - disse apontando com a cabeça para o outro Ming que sorria despudoradamente como o Ming de verdade.

- Você fica tão lindo emburrado. Mas está incomodado demais comigo e minhas demonstrações de amor. Você quase nunca gosta dos meus presentes, vive me chamando de "Sr. clichê". O que houve?