Capítulo Único

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Às vezes, as coisas acontecem porque têm que acontecer! Um ditado tão simplório, mas que resume muito bem minha vida. Me chamo Teodora, mas desde pequena me chamam apenas por Dora, uma forma delicada para um nome tão forte quanto Teodora, uma homenagem à minha avó paterna. Tenho 33 anos e até o ano passado acreditava ser hetero. Mas tudo mudou quando Eloá entrou em nossas vidas e toda a segurança de meu casamento ruiu por completo.

Me casei aos 24 anos com o melhor partido da cidade. Eu havia acabado de me formar em pedagogia e ele, um médico com uma carreira brilhante pela frente, precisava se mudar para a capital. Resolvemos unir o útil ao agradável e um casamento seria o esperado por nossas tradicionais famílias.

De lá para cá, muita coisa mudou! O desgaste da rotina nos atingiu com tudo e nos vimos numa sinuca de bico, ou nos separávamos ou tentávamos mais um pouco. Então, Renato, ansiando novas aventuras, me propôs algo inusitado: um ménage à trois com outra mulher, um dos seus fetiches mais obscuros.

Eu estava desesperada com a possibilidade de ver meu casamento desfeito e ser julgada por minha família e simplesmente aceitei sem qualquer objeção. Minha mãe me dizia que casamento era para uma vida toda e que nunca era culpa do marido o fracasso de um casamento.

Hoje, entendo que as coisas não são bem assim e que Renato também colaborou para o fim do nosso casamento. De toda forma, ser criada dentro de princípios machistas enraizados é algo altamente prejudicial para uma mulher, que se vê às voltas com problemas e sentimentos de culpa e medo de como as pessoas irão julgar você.

Mas como dizia, Renato me propôs um ménage à trois e eu aceitei. Meu consentimento parece ter o animado e todas as medidas foram adotadas com euforia. A melhor suíte do melhor motel fora reservada. Recebi uma generosa mesada para cobrir cabeleireiro, lingerie novas, depilação, sim, ele exigiu que eu me depilasse totalmente.

- Quem será a outra mulher? – Perguntei certa vez na expectativa de uma resposta mais condizente. Mas Renato apenas respondia com frases evasivas. A única coisa que eu sabia era que seria uma mulher e confesso que isso me causava um estremecimento preocupante.

Na equação que eu imaginava não cabia três. Nunca que daria certo 3 pessoas transando juntas e ao mesmo tempo. Eram corpos demais, pernas demais, braços demais e alguém sobraria. Na certa, eu sobraria nessa equação profana. E se minha mãe soubesse e se por alguma razão chegasse aos ouvidos de minha sogra?! Eram muitos "se" e muitas dúvidas... Muitas pessoas envolvidas num ato que deveria ser somente para dois, precisamente um homem e um mulher.

Eu estava louca ao aceitar, mas se eu voltasse atrás, jogaria meu casamento no lixo. Eu estava disposta a tentar qualquer coisa para não enfrentar a decepção da minha mãe, da minha família.

E quando a tão aguardada e temida noite chegou, nada e ninguém poderia ter me preparado para o que viveria.

Quando Eloá entrou no quarto e nos fitou de forma voraz, um nó na minha garganta se formou. Ela era linda, o tipo de mulher que um homem ofereceria o mundo só para levá-la para cama. Mas ela apenas me olhou com um charme arrebatador e eu me senti quente, uma quentura que foi se espalhando aos poucos pelo meu corpo, tomando-me completamente e fazendo-me uma verdadeira panela de pressão.

Só em olhar para mim...

Eloá era sexy, exalava sexo por todos os poros. Sorria como uma felina pronta para abater sua presa. Suas pernas esguias emolduradas por um caro par de scarpins de sola vermelha lhe conferiam uma atitude requintada. Os olhos muito bem marcados com sombras em tons escuros e rímel deixavam-na irresistível.

Eu devia me sentir amedrontada com a presença de outra mulher tão bela e atraente, mas longe disso, uma ansiedade por algo desconhecido tomava conta de todo o meu corpo.

Nos braços dela: a descoberta do prazerOnde histórias criam vida. Descubra agora