•°•Capítulo 03

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Disse seu último adeus

E partiu num barco⚓🚢

no porto do amor

E jurou que voltaria

Numa tarde fria

se lançou ao
mar
🌊🌊🌊🌊

(Maná- Porto do amor)

   Nove meses se passaram e aqui estou eu, nesse velho caís, esperando o amor de minha vida voltar. 
Nove malditos meses sem notícias do meu grande amor. Minha tia Bella anda preocupada com minha aparência, desde que Gabriel partiu, não me sinto mais a mesma, mal me alimento, não tenho ânimo, apenas a minha esperança de que a qualquer momento o grande amor de minha vida possa voltar. Não sei quanto tempo demora uma viagem para o outro lado do mar, más tem sido difícil aguentar a barra sem notícias dele.

Essa estação do inverno esta mais rigorosa do que a última vez, não me lembro da ultima vez que tivemos um ano tão frio quanto este. Aperto a manta em meu peito e fico a olhar a imensidão do mar a minha frente.

Estava tão frio. Não me referindo somente ao clima, más ao meu coração, pois ora, sua função é apenas bater e bombear sangue para todo o meu corpo. Sangue quente. Quente e não gelado, como eu me sentia. Talvez esse frio, esse clima tao cruel e solitário seja apenas o reflexo do estado do meu corpo. Que anseia cada dia mais, para o dia em que vou poder correr aos braços quentes do meu anjo, e voltar a me sentir completa. Talvez assim, e só assim, esse frio vai passar.

Nove meses. 36 semanas. 270 dias,  6480 horas e incontáveis minutos.
Nove longos meses, em que vivo simplesmente em função da esperança de que nossas promessas sejam cumpridas. Eu fico nessa agonia por conta do medo que tenho de que algo aconteça ao Gabriel, navios afundam o tempo inteiro, e por céus! Que Gabs esteja seguro, e sadio.
Ele não poderia enviar-me uma carta? Será que durante esses meses o navio não teve nem mesmo uma parada para abastecer-se de mantimentos e o Gabriel não teve nem mesmo uma minima chance de tentar me enviar notícias suas? Por quanto tempo essa maldita viagem ainda vai durar? Quantos dias de angústia ainda me custará?

Nem percebi as horas passando, quando dou por mim o sol já está se pondo, dou uma última olhada no horizonte e uma rajada de vento frio bate em meu rosto gelando meu nariz no mesmo instante.

É Zára, a noite vai ser fria, hora de voltar pra casa - penso comigo mesma.

Chego e logo o sinto a mudança de temperatura, aqui dentro é quentinho e aconchegante com cheirinho de chá recém pronto espalhado pelo ar. Vou subindo as escadas para o meu quarto como de costume, mas noto vozes em nossa pequena sala. Sigo o som e me deparo com tia Bella conversando com um rapaz que não conheço.
O que será que minha tia tem a tratar com ele?

Um moço na casa de seus 27 anos, Olhos negros, cabelo e pele marrons, usando um terno justo que deixa evidente seus músculos por baixo do tecido. Aparentava ter 1.92m de altura, e tinha barba por fazer, bem desenhada, aparentava ter acabado de sair do barbeiro.

  Minha tia olhou em minha direção e sorriu, pediu que eu me aproximasse e me sentasse com eles, ela tomava um chá enquanto sorria e conversava com o belo rapaz (porém, não tão belo quanto o meu Gabriel) que se assentava a minha frente.

- Zara minha querida, esse é Henrique Boyer, novo embaixador e mais novo dono do velho caís, ele pretende reformar o antigo caís.

O jovem se pôs de pé em minha frente deixando sua xícara de chá na minúscula mesinha de sala que tínhamos e cumprimentou-me com uma pequena reverência.

A Noiva do CaísOnde histórias criam vida. Descubra agora