Capítulo IV - Antonio Bandeiras

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Ele era um homem muito rico e poderoso. Sua vontade nunca tinha sido contrariada desde que era menino. Tinha aprendido com o pai as artes da magia e com o tio as artimanhas de um bruxo negro.

Todos faziam o que ele mandava. Sempre foi assim.

Menos sombria. Ele nunca conseguiu manipular aquela mulher. Ele a amava e não conseguia raciocinar perto dela. E de onde ela tirou aquele guarda-costas?

Antonio remoia o encontro com suas entranhas. Sentia-se humilhado por Sombria.

Possuía poder suficiente para conquistar o planeta e aquela mulher ia aprender da forma mais difícil quem era Antonio Bandeiras.

Sua empresa era dona da metade do mundo! Dominava o mercado de refrigerantes  e água engarrafada. Praticamente era dona de todas as fontes minerais do planeta, e agora voltava seus olhos gananciosos para o Brasil.

Seus satélites localizaram naquela região um potencial aquífero enorme, cercado por quilômetros de reservas florestais o que tornava o achado mais precioso ainda, e era ali, naquela cidadezinha chechelenta. Ganharia bilhões de dólares e sabia que o mercado de bebidas e água era o mais rentável no modelo ¨o mundo está em perigo¨.

A idéia era comprar tudo que encontrasse, inclusive a cidade inteira se fosse preciso garantir a posse da terra onde se encontrava a água. Mas o que sua maior rival no mercado internacional estaria fazendo ali, naquele lugar? Suas pesquisas diziam que ali era um Horto, grande, que tinha comércio com o mercado europeu. Plantas raras. Documentação toda certinha, e ele achava que seria só chegar e comprar toda a propriedade de uma tal de Estela, mas fora recebido por Sombria.

Precisava de uma estratégia, de um espião, mas não confiava nem em sua sombra.

Sentou-se na cama do hotel e começou a pesquisar quem era Estela, a dona. Achou uma imagem de uma herborista ingênua, abraçada a um gato tigrado gordo e sonolento.

Achou. Seu faro dizia que o ponto fraco de Estela era animais.

Foi para a frente de um espelho grande e se olhou. Imediatamente se transformou em uma pantera de olhos amarelos. Um puma, uma onça, um gato selvagem, um gato negro de olho amarelo.

Não, ainda estava demais. Um gatinho filhote, acinzentado de olhos azuis.

- Sai prá lá, nunquinha! Não consigo nem raciocinar como filhote de gato doméstico.

Voltou a sua forma normal de humano e foi para a boate Crypta na esperança de que Sombria tivesse ficado curiosa o suficiente para comparecer ao encontro.

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