No mesmo instante em que Mark se calou, a porta de entrada fora aberta e o pai de Jisung entrara totalmente exausto depois de um dia de trabalho. Após apresentações e apertos de mão, o clima realmente ficara agradável. A omma se SungBee não demorou muito para chegar, o que implicou em mais apresentações. Eles todos jantaram juntos, e Mark até quis ajudar com as louças, mas a mãe de Jisung o impediu. Enquanto isso, os dois garotos, vistos como crianças pelos adultos, estavam esparramados no sofá assistindo a animação original da Disney, Alice no País das Maravilhas. Vez ou outra faziam comentários sobre a dublagem antiga — sobre quão é diferente da atual — ou pontuavam algo sobre a animação da época. Mark até contou que sente falta desses filmes antigos; SungBee concordou.
De tão cansados que estavam, acabaram por adormecer no sofá. O pai de Jisung se encarregou de chamá-los no meio do sono e guiá-los com seus passos bêbados até o andar de cima, para a cama do Garoto Abelha. Se fosse dois anos atrás, ele provavelmente carregaria Jisung e o colocaria, literalmente, na cama. Mas o seu filhinho havia crescido, e aquilo não seria nada bom para a sua coluna. E ele não se importou quando viu o sonolento Mark cair na cama ao lado do seu filho. Seria até mais confortável para ele.
Pela manhã, Mark percebeu que havia algo de errado. Ele não estava no sofá, onde se lembrava que havia adormecido. Estava no quarto do Melzinho, e ele estava deitado ao seu lado com o seu belo e harmonioso rosto, transparecendo inocência e denunciando o seu pesado sono que tanto almejara na noite passada. Sem nem sequer pensar direito, Mark se levantou rapidamente e sentiu uma tontura lhe agarrar. Ele estava faminto e, olhando-se no espelho do banheiro, parecia até que havia ficado fitness, só pela sua barriga.
Ele pegou o seu celular e checou as mensagens. Viu que Chenle lhe enviara um vídeo e, realmente, Mark pensou duas vezes antes de clicar no triângulo de lado no meio de um círculo. Prendeu o ar no pulmão e depois soltou, diminuindo o volume para não acordar SungBee.
— Bom-dia, Lee Min Hyung! — Chenle estava andando pelo seu bairro, Mark percebeu, e seus olhinhos estavam meio fechados por conta da forte luz solar que emanava do alto — Sou eu, Lee Chenle! Estava pensando... Já que vamos nos casar, por que eu iria esperar para logo mudar o meu nome?
— Aish... — Mark resmungou consigo mesmo.
— Eu estava lendo o meu livro favorito, aquele cujo personagens não me decepcionam - até porquê, não tem personagens. Ah, enquanto tem tantos jovens por aí lendo coisas nada apropriadas para a idade, cá estou eu a caminho do meu café favorito para ler nada mais nada menos do que... O dicionário, é claro! — ele ergueu o livro enorme e de capa dura com relevo — Pena que poucos sabem cultuar um bom livro como esse, veja só... Você deveria tentar também, para não ter um futuro inglório!
— Isso é sério? — Mark perguntou mais para si do que para o celular.
— Eu vi a programação da ópera, e há bastante coisas divertidas para esse extraordinário dia. O sol acabou de nascer! Escute... Ei! Um pássaro! — a câmera fora apontada para a ave — Depois da escola, que tal assistirmos um pouco? Digo, a ópera... — Chenle riu, depois de virar a câmera para si após alguns segundos de gravação do pássaro na árvore — Vê se não esquece de mandar um pequeno vídeo fazendo aegyo com num filtro do SNOW, huh? — e o vídeo foi encerrado com o sorriso de Chenle.
— Woah, ele é um deus! — Mark teve um sobressalto após escutar uma voz sonolenta e fofa detrás do seu corpo. Enfim, virou-se para o dono da voz que fizera o seu coração acelerar e pôs a mão no peito. — Eu queria tanto que essa mensagem tivesse sido para mim... — Jisung entristeceu o olhar, o que não ajudou Mark, pois ele ainda estava atônito após se deparar com um belíssimo Jisung "acabei de acordar."
— Ah, não se preocupe... Quando vocês estiverem namorando, provavelmente vai receber muito desses convites. Eu nem vou, de todo modo. Chenle é um pouco estranho, sobretudo por preferir linguagem culta e óperas. Não que ele aja dessa maneira, aliás, ele fala vários palavrões, mas não é que ele goste — Mark deu de ombros.
— Então quer dizer que ele não gosta do que é? — Jisung apertou um pouco os olhos, e aquilo apertou o coração de Mark.
— Ele não é quem queria ser, mas não consegue evitar ser assim — o Lee engoliu em seco e quis logo mudar de assunto.
Enquanto Jisung se levantava e caminhava até o banheiro, Mark decidiu escutar um dos áudios enviados com Renjun. No primeiro, Mark realmente quis matá-lo, pois nada mais era que o "gemidão."
— Mark? Você está assistindo pornô? — Jisung pôs a cabeça para fora do banheiro, com a escova de dente na boca e olhando assustado para Mark.
— Não. Eu caí numa palhaçada da internet — ele contou entre palavrões. — Recebi de Renjun. Você nunca escutou esse áudio? Ah, eu tomei tanto cuidado para não ser vítima...!
— Bem... Não. Ninguém me manda essas coisas. Eu não tenho ninguém para me mandar essas coisas — e então entrou no banheiro.
Mark sentiu o impacto daquilo. Imaginou como seria se não tivesse os seus amigos, se não fosse pela paixão quase doentia de Chenle por ele, se Renjun não o marcasse nos memes, se Jaemin não o ajudasse nas tarefas, se Jeno não o convidasse para os filmes na sua casa, se Haechan não lhe apoiasse sempre que precisasse. Tudo seria desbotado e sem vida, e ele não conseguiria ver o amarelo nas roupas de Jisung, não conseguiria ver o arco-íris do seu ser.
Então ele entendeu Jisung. O entendeu de verdade.
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Yellow Black | Marksung
FanficSobre Jisung, que veste apenas preto e amarelo, e Mark, o seu observador e admirador número um. (Since: 2017/07/25) (Cover by me) (Linguagem imprópria) (Romance) (Aviso: excesso de fofura pela parte de Jisung) (Aviso 2: barraco e confusão) (NCT Fanf...