CAPÍTULO 60

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Verão, 2000

Finalmente era verão! Era verão e aquilo significava várias coisas, a primeira delas é que as aulas tinham acabado e Molly havia concluído outro período letivo com louvor. Segundo, ela tinha três meses sem fazer absolutamente nada. Terceiro, ela teria que gastar todo o tempo possível com William porque em breve ele a deixaria para iniciar seu gap year.

- Então você me pega às onze, ok?

Eles estavam na reta final de julho e dali alguns dias William iria para Belize para iniciar um treinamento militar. Ele teria um Agosto e Setembro atarefados, mas em Outubro seu namorado pegaria um voo para o Chile onde ele ficaria por dez semanas, voltaria rapidamente para as festas de fim de ano e então retornaria a América do Sul para concluir o trabalho voluntário. Depois disso ele pretendia ainda ir para a África, mas se certificaria que fosse após as próximas férias de primavera para que passasse um tempo com Molly.

Ao mesmo tempo que tudo aquilo parecia muito distante, também parecia muito perto. William dizia que ela estava sofrendo com antecedência, mas para Molly cada segundo com ele tinha se tornado primordial.

- Certo, certo. Seus avós não vão achar ruim? – William perguntou hesitante. – Eu não quero ter problemas com eles.

- Eles não vão saber que é você. Não precisa descer do carro.

- Eles já não gostam de mim. – William disse em tom de queixa. – Se eu não descer do carro eles vão pensar o quê?

- Não vão pensar nada. Eu vou sair pelos fundos. – disse em tom de explicação. – E eles não tem nada contra você, Will.

Aquilo não era completamente verdade. Mas não era realmente porque William tinha feito alguma coisa e sim porque seus avós haviam enfiado na cabeça que só havia um garoto suficientemente bom para sua única e amada neta: Sam Branson.

- Vou fingir que acredito. – ele resmungou. – Você nem nos apresenta porque sabe que eu seria reprovado.

- Não é verdade. – disse calmamente. – Se você quiser fique à vontade para entrar. Eu só não acho que é o tipo de ambiente que você aprecie, William; alpinistas sociais, gente de negócio, contatos, roda de fofoca.

- Certamente não é.

Molly estava se arrumando para as bodas de seus avós. Seria apenas um jantar com seus amigos, mas sua avó a tinha feito se sentar e ter seu cabelo feito, assim como unhas e maquiagem. Agora Molly estava indecisa entre dois vestidos, um que parecia apropriado e elegante para o jantar, mas cafona para a festa que iria com William e outro que era justamente o contrário.

A porta se abriu de repente e era sua mãe entrando, se queixando por ela estar demorando demais e a deixando sozinha com todos aqueles convidados chatos e seus avós inconvenientes.

- Cyrus está lá com você. – Molly disse enquanto testava cada um dos vestidos na frente de seu corpo.

- Não, ele não está. Ele está entrosando e puxando conversa com as pessoas.

- Você devia tentar fazer o mesmo. – Molly sugeriu. – Ajuda a passar o tempo. Está na hora de você superar esse orgulho besta.

- Oi? Eu ainda estou na linha, Mols.

- Desculpe. – disse rindo levemente. – Olha, vem às onze ok? Eu te espero.

- Ok. Até!

Eles finalizaram a ligação e Molly continuou testando os vestidos. Mudou de um para o outro até decidir que o tomara-que-caia não era assim tão informal e que aquele era um jantar para amigos, não exatamente algo para negócios.

WIN SOME, LOSE SOMEOnde histórias criam vida. Descubra agora