Adeus

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"Amar pode doer
Amar pode doer às vezes
Mas é a única coisa que eu sei
Quando fica difícil
Você sabe que pode ficar difícil algumas vezes
É a única coisa que nos faz sentir vivos"

(Ed Sheeran)

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As lágrimas escorriam pelo rosto feminino. Mais uma vez estava chorando por causa de Damon Salvatore e por sua insensibilidade em não se preocupar em evitar o sofrimento da mulher, que se doou - totalmente - por mais de quatro anos a uma verdadeira pedra de gelo.

Quando conhecera o belíssimo melhor amigo de seu irmão Tyler, Bonnie, na ingenuidade de seus dezenove anos, acreditou ter encontrado o seu príncipe encantado. Pena que ele não passava de um lindo sapo de olhos azuis, cabelos negros sedosos, um perfume marcante e sorrisos sarcásticos capazes de hipnotizar e levar uma pobre vítima ao fundo do poço.

Apaixonou-se perdidamente e sonhou muito alto, tendo que acordar após a vida lhe dá uma rasteira e mostrar que homens como Damon Salvatore nunca estariam sozinhos. Ele tinha uma bela namorada. Elena Gilbert era seu nome. Morena, corpo curvilíneo, olhos castanhos e uma postura digna de rainha. Uma mulher que um homem tão distintamente belo gostava de ter ao seu lado.

Chorou horrores quando soube que em breve se casariam, e ainda mais quando viu os olhos cheios de amor e devoção que Damon tinha por aquela mulher. O pobre coração de Bonnie se estilhaçou em minúsculos pedacinhos. Se fechasse os olhos e ficasse em silêncio, não duvidava que alguém pudesse escutar o choro mórbido e os caquinhos invisíveis tocando o chão.

Foi difícil vê-lo casando. Obrigou-se a assistir a cerimônia para ver se assim deixava de amá-lo. No entanto, nem mesmo aquela grande dor da desilusão foi suficiente para diminuir aquele amor.

Viu-os dançando juntos a valsa, trocando sorrisos, olhares e beijos apaixonados. Elena e Damon Salvatore faziam um belo casal. Não tinha como negar.

Focou-se totalmente nos estudos e tentou esquecer o amor impossível. Mesmo sabendo que aquele sentimento masoquista a acompanharia pelo resto de sua vida.

Certa vez os viu juntos, no aniversário de 80 anos do avô de Bonnie. Elena ostentava uma grande barriga de grávida. Seis meses. Damon a olhava com ainda mais devoção se era possível e Bonnie, sentiu-se uma vadia por desejar estar no lugar de Elena.

A vida perfeita de Damon desmoronou três meses depois, quando a esposa morreu ao dar a luz a um menino, que era a cópia perfeita do pai. Damon quase entrou em depressão e não quis ver o filho, até o dia em que Bonnie, após ouvir mais uma das conversas cheias de preocupação do irmão Tyler, resolveu fazer algo para ajudar o homem amado.

Não tinha nada em mente além de dar um pouco de apoio à Damon, fazê-lo abrir os olhos e perceber que o filho precisava de seu amor e cuidados de pai. Não foi fácil e demorou semanas para o Salvatore lhe dirigir uma frase que não fosse cheia de ódio. Pouco a pouco, fê-lo aceitar o filho e chorou emocionada quando conseguiu realizar o primeiro encontro entre pai e o filho de quatro meses. Foi lindo, impactante e deixou-a de coração leve e transbordando de felicidade.

Foi natural se apaixonar pelo pequeno Richard, em passar as horas livres dedicando amor àquele bebê de lindos olhinhos azuis, sorriso banguela e covinhas nas bochechas. Também foi natural, Bonnie e Damon se aproximarem e ele descobrir que ela o amava.

Para Bonnie foi como tocar o céu com as mãos quando ele a beijou pela primeira vez. Foi doce, intenso e indescritível sentir os lábios quentes sobre os seus. Foi memorável e inesquecível pertencer de corpo, alma e coração ao homem amado. Mesmo Damon nunca dizendo que a amava, deixando-a sempre sozinha após fazerem amor e não nomear a relação que possuíam, Bonnie sentia-se plenamente feliz.

Amar pode curarOnde histórias criam vida. Descubra agora