ATENÇÃO!
Este capítulo possui trilha sonora. Ela está logo acima na capa, basta clicar e ler a história normalmente. Caso queira utilizá-la da forma como arquitetei, no momento em que a música se encaixa, irei marcá-lo com negrito na primeira palavra, indicando que a partir dali a música deverá ser tocada.
Exemplo: Armamos um plano.
Boa leitura!
— Acorde, Dylan – Lila falou de jeito manso, tocando minha perna uma última vez.
Semicerrei os olhos para tentar focar melhor. Estava cansado, e ainda meio zonzo pela porrada. Me forcei a falar, e embora quisesse gritar tudo o que saiu de minha garganta foram murmúrios baixos.
— O que está... fazendo aqui? – Minha cabeça pendia para o lado.
Lila sorriu, e lentamente levantou da cadeira para vir em minha direção. Usava um vestido justo que ia até os joelhos, de cor vermelha, cujas mangas caíam sobre seus ombros. Ela se inclinou sobre o meu corpo, apoiando as duas mãos em minhas pernas para olhar em meus olhos. Era uma desgraçada mesmo...
— Não posso visitar meu marido?
— Eu nunca fui seu marido... Isso nunca significou nada pra você – senti minha cabeça rodar por um momento, sendo preenchida por lampejos de dor.
— Para mim talvez não – ela sussurrou e se levantou, ainda com os olhos voltados em minha direção. – Mas e pra você?
— Não – forcei-me a encará-la. Tencionei o maxilar, sentindo todo o meu interior congelar. – Não mais.
Sua expressão mudou lentamente, tornando-se dura em frente à minha vista embaçada. Sua voz saiu como um murmúrio rouco em um deserto, onde havia apenas silêncio:
— Mas isso não importa mais, importa?
— Não. – minhas têmporas tremeram – E eu acho que nunca importou.
— Não? – Lila mordeu o lábio inferior e me deu as costas para se sentar. Seus olhos cor de mel voltaram a me encarar, parecendo analisar cada traço da minha expressão. – Você tem certeza disso, Dylan?
Prendi-me ao seu olhar, mas não disse nada. Não valia a pena. Queria vê-la morta, então como poderia haver qualquer resquício do que um dia achei ser amor?
— Mas eu não vim até aqui só pra te ver, querido – Lila voltou a abrir o velho sorriso que lhe conferia todo o aspecto de ambição que eu sabia existir em seu coração, se é que ela tinha um.
Lila ergueu a mão direita e movimentou o dedo indicador para pedir que alguém se aproximasse. Um dos homens presentes no recinto andou até ela e lhe entregou uma pasta. Lila a ergueu para que eu olhasse e perguntou:
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Toque
RomanceUma cidade com passado sombrio e segredos que perduram para sempre, essa é Hidden Shadows, palco de experimentos e planos dos quais seus moradores sequer desconfiam. Dylan, filho da família responsável por toda a cidade, governando nas sombras...