73 - Lobo Mau

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- Você... - Tae começou me encarando com um misto de curiosidade e entretenimento - Realmente gosta de sorvete né. - Percebeu e eu assenti com um sorriso.
- Gosto muito! - Afirmei com convicção e Tae deu um pouco de risada enquanto desfrutava do seu sorvete. Mas ainda continuava me encarando.
- Tem alguma coisa errada no meu rosto? - Perguntei confusa e ele assentiu, e então se inclinou no banco, se aproximando de mim até seu rosto quase colar no meu, e em seguida ele lambeu o canto da minha boca.
- Você se sujou, parece até uma criança quando come sorvete. - Disse Tae com um sorriso após se afastar e eu correspondi com outro sorriso.
- Acho que não tenho muita culpa nisso. - Comentei e Tae, mesmo dando atenção ao seu sorvete continuou me observando.
- Por que? - Perguntou curioso e eu me lembrei automaticamente de meu lobo.
- É que quando eu era pequena, o lobo que cuidava de mim não me deixava tomar sorvete, ele não podia ficar indo pra cidade com frequência, se não as pessoas queriam caça-lo com medo dele ser perigoso, e então ele só me trazia bem raramente. E também porque ele não gostava de me dar sorvete, ele sempre achou que eu deveria comer frutas pra ficar forte. - Contei me lembrando dos dias de insistência que eu tinha que persistir até o lobo ir buscar sorvete pra mim, era uma batalha sempre, eu queria sorvete, e como resposta ele me trazia frutas, e se eu reclamava ele rosnava pra mim, mas eu também rosnava de volta, kkkk, o que posso fazer? Afinal, sou uma rebelde desde pequena. Levantei os olhos do sorvete de choco menta nas minhas mãos e olhei pra Tae que estava pensativo, acho que estava compreendendo o meu jeito, eu não falei antes sobre lobo que cuidou de mim porque eu não achei que ele gostaria de saber, mas agora, agora eu sei que é um bom momento pra me abrir com ele, por mais que eu não tenha muito costume de fazer isso.
- Nesse caso, então você prefere mais sorvete do que chocolate? - Perguntou Tae pensativo e eu assenti, sem tirar os olhos do meu sorvete, realmente estava uma delícia.
- É que eu enjoo rápido de chocolate, prefiro sorvete. - Afirmei sorridente e me voltei pro meu sorvete. Até que de repente eu vi uma colherzinha coloroda roubar um pouco do meu sorvete. Era o Tae.
- Ei! - Protestei e ele deu risada comendo o que tinha pegado do sorvete na colher. Se é guerra que ele quer, então eu vou vencer! Eu me inclinei e tentei roubar um pouco do sorvete dele, assim que consegui pegar com a colher, Tae se esquivou de mim, estavamos muito próximos e eu me desequilibrei, soltando a colherzinha, assim ela pulou da minha mão, o que gerou que ela caísse em mim, adivinha onde? No meu rosto, pegando uma parte da minha bochecha até a boca, eu cai na risada e Tae também, o sorvete de creme e kinder ovo estava gelado, e escorrendo bem devagar enquanto Tae ria aos montes, bem no fim eu consegui roubar mais um pouco do sorvete do Tae e comer, vitoriosa. Mesmo tendo me sujado.
Quando paramos de rir, ele me olhou com um brilho estranho nos olhos, mas a calmaria que seus olhos me passavam, o seu sorriso malicioso tirava. Ele se aproximou e passou a língua onde estava sujo com sorvete, limpando o meu rosto. Vindo da bochecha calmamente até parar próximo aos meus lábios.
- A cada minuto você está mais saborosa sabia, da vontade de te devorar como se eu fosse o lobo mau. - Declarou e então seus lábios tomaram os meus, mordiscando e me puxando para um beijo molhado e cheio de desejo e sorvete.

- Alícia on-

Entrei no carro do Mark com a mochila cuidadosamente posta no meu colo. Eu estava ansiosa pra ir até a casa da família da última vítima do Gap Dong, eu sinto que talvez, a dedução de Mark possa ter uma influência maior do que estamos esperando. Eu só não chamei a Mallya pra vir junto por que não a encontrei no corredor dos armários, e eu não ia atrapalhar ela e o Tae em pleno aniversário dela, eu sei que ela precisa de um tempo pra aproveitar também. Por isso, mesmo o Mark sendo inesperiente, na verdade eu ainda não comprovei isso, serve ele.
Mark ligou o carro e começou a sair do estacionamento da escola, eu já tinha mostrado o endereço pelo meu celular pra ele, e enquanto eu esperava pacientemente, só que não, eu analisava o estado do carro em seu interior. Tudo era assustadoramente muito arrumado. Até demais. Tinha um pendrive no aparelho de som, e cada parte do carro estava impecável. Nenhuma poeira, nem mesmo lama ou areia nos tapetes, não havia nada no carro.
- Mark? - O chamei ainda analisando, eu ainda não tinha entendido como o carro dele estava na escola sendo que ele veio comigo e o BamBam hoje mais cedo - Como o seu carro já estava no estacionamento da escola, totalmente ao seu dispor? - Perguntei não contendo a minha curiosidade e ele abriu um sorriso.
- Eu moro num apartamento que compartilho com um colega da nossa sala, eu pedi pra ele trazer o meu carro pra escola, já que fazemos o mesmo percurso pra voltar pro apartamento. - Explicou e eu assenti entendendo, tinha matado a minha curiosidade.

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