8. Carlos

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Eu tinha que admitir nunca conheci mulher tão inteligente e ardilosa como Mariana, ela se manteve ocupada por mais que cinco danças, ou fui eu que me distrair e perdi a conta quando um senhor de idade avançada cobrou-a dança que lhe pertencia, eu suspeitava que estava sendo enganado mais agora pensando melhor eu tinha certeza, como castigo la estava eu com uma jovem rosto bonito mais magra como um graveto que não parava de falar enquanto eu a conduzia durante a valsa.

O fim daquela musica foi a melhor coisa que me aconteceu, mas ao olhar ao redor não encontrei sinal de Mariana e nem o conde, caminhei entre as dama até encontrar Natalie, se alguém saberia onde o conde se encontrava era ela, minha irmã estava visivelmente interessada nele, seria um alivio se ele fizesse o favor de corresponder, mas o canalha preferia correr atrás de mulheres comprometidas.

-Viu o conde de Lajes Natalie- questionei sem mais delongas.

-Camile estava se sentindo mal e ele e a sua noiva foram para o jardim- respondeu minha irmã ressentida, ele conhecia muito bem Natalie pra entender o significado disso, e apenas com a mosca morta da Camile por perto logo aqueles dois idiotas fariam algo idiota e que os exporiam ao ridículo e me levaria junto como consequência.

Maldição, para o meu azar muitos outros casais tiveram a mesma ideia e no amplo jardim onde muitos conversavam mais a vontade eu não os encontrei eles moravam ali não estariam nos locais habituais, nada de se esconder atrás dos arbustos ou bancos mais afastados, eu caminhei mais para o lado da casa e quando o som da orquestra ficou mais baixo eu os encontrei atrás de uma estufa mais afastada.

- Sabes jamais conseguiria ficar magoado com você Mari – ele dizia a ela em um tom tão meloso que me dava ânsia de vomito.

-Mesmo assim peço que me perdoe eu fui cruel – Então ela não reservava aquela perversidade só pra mim.

- Só me respondas uma coisa, o que vais fazer quando o duque não quiser mais casar?Sabes que sua mãe não vai permitir que fique solteira, é já que nossa condição está bem clara- ele estava há poucos centímetros dela, e isso me irritava por demais, sempre que ela estava próximo eu tinha vontade e socar alguém e era sempre ele, e que merda de condição era a deles?

-Convenhamos que qualquer coisa é melhor que esta casada com um homem como ele e sobre o futuro não vamos apressar as coisas.

- Tenho que discordar da senhorita – disse em voz alta deixando que eles me visse - embora casar-se comigo não lhe agrade agradaria a muitas outras, mas algo me intriga, que não aceitas bem a ideia do nosso casamento eu ate posso tentar entender, mas rejeitar o belo e prestativo Conde de Lajes que tanto faz para lhe agradar e algo curioso.

Eu caminhava há passos lentos para perto deles, sabia que era mais sensato ficar escondido e ver onde iria aquela conversa mas era impossível me conter

- Hoo não faça essa cara Conde, convenhamos que se ela estivesse realmente disposta a casar-se com você após o fim do nosso noivado vocês não estariam discutindo a relação num local tão afastado da festa, eu pelo menos não estaria se estivesse em companhia tão curvilínea, eu creio que seja lá o que ela tenha te dito o senhor pode imaginar coisas mais agradáveis para fazerem.

-Vá importunar outra pessoa vá – ela disse de forma arrastada.

- Eu até gostaria mas meu alvo oficial é a senhorita, sabes bem o motivo real – ela parecia despertar meu pior lado por mais que eu tentasse me manter na cordialidade era impossível naquele momento, não com ela me olhando com tanto desprezo e me deixando tão confuso, eu me odiava por tudo aquilo- Se gostas tanto de seu Conde após me dar um filho homem poderá morar no campo com ele se ainda de..

Minha bochecha fumigava, eu não pude terminar há frase pois ela me atingiu em cheio com um soco bem servido, é que mão pesada tinha aquela garota de aparência frágil.

-Isso não foi nada elegante da sua parte- tentava conter o misto de raiva e desejo que me dominava naquele momento, ela parecia mais atraente com o rosto rubro de raiva- Mas vou encarar isso como tapas de amor, até por que não seria diferente após o que houve entre nos no escritório do senhor Fontes.

A expressão de espanto no rosto dela quase me fez sorrir, quase não acreditava pela primeira vez eu estava um passo há frente daquela mulher.

-Não confunda as coisas Duque- ela disse dando um passo há minha direção- sou filha da anfitriã dessa festa e já me demorei de mais aqui, é melhor que voltemos para o salão.

- O que houve no escritório dos fontes ?- Alexandre questionou enquanto ela caminhava já há alguns passos há minha frente.

-Então ela não lhe contou?- Perguntei com malicia ajeitando o lenço branco que usava.

- Um beijo- ela respondeu em alto em bom som, sem olhar para trás apenas interrompendo a caminhada- O duque achou que um beijo sem graça poderia mudar as coisas entre nós, se não contei é por que não teve importância.

Por Deus de que inferno havia vindo aquela mulher, ela voltou a andar como se não tivesse dito nada de importante, homem algum deveria passar por aquilo ser diminuído na frente de outro cavalheiro sem ao menos ter a chance a uma replica adequada, por que eu tinha uma e muito boa, aquele beijo não teve nada de sem graça, mulheres não gemem daquele jeito em beijos sem graça.

O conde passou por mim com cara de poucos amigos e acompanhou Mariana que já estava longe cumprimentando outra dama.

Não sou sua QueridaOnde histórias criam vida. Descubra agora