Castelobruxo e a Mágia Antiga

Boca de Jacaré

Depois de 120 dias dentro de um navio,  era de se esperar que o humor do Sr. Whilliams e de seu filho não fosse o melhor naquela manhã. Mas não, Sr. John Williams IV, um homem educado. Assim que saíram do navio viram um homem com traços indígenas, ele vestia um macacão marrom e galochas pretas. No mesmo instante o homem acenou para o Sr. Whilliams, o homenzinho acenava como se o conhece se há anos.
   -Só pode ser aquele homem Kevin! Ele é o mesmo que ó Sr. Borage descreveu que iria nos acompanhar!
Disse o Sr. Whilliams, mas Kevin não estava prestando atenção, na verdade estava dormindo no beiral do navio.
   -Kevin! Acorda! Vamos!
E lá estavam os dois andando entre os trouxas até chegar no homenzinho. Mas o homenzinho deu de costas para os dois e começou a andar muito rápido para um homem de estatura baixa.
  -EÍ,ESPERA!! ESPERA SENHOR!
Não adiantou nada o Sr. Whilliams gritar.
Der repente o homem para, aponta para uma espécie de cabine telefônica. Mas não como as de Londres, era diferente, não era totalmente fechada e parecia uma enorme orelha. Sr. Whilliams e Kevin chegaram perto, sorrindo o homenzinho pegou ó telefone e entregou na mão de Kevin que estava carregando apenas uma mala. Então ó homenzinho digitou; 62442*27, esse é o número que leva todos os bruxos e bruxas do Brasil para ó bar mais famoso do país. O homenzinho deu um pequeno empurrão nos dois, só para eles chegarem mais perto do telefone. Num piscar de olhos eles foram engolidos pelo orelhão.
Assustado Kevin deu um pequeno grito de medo, mas a cabine telefônica já estava voltando ao normal, quando voltou totalmente pai e filho estavam com frio na barriga como se tivessem acabado de dar uma volta numa enorme montanha russa.
  -Onde estamos?
  -Não fasso idéia Kevin!
Olhando ao redor parecia um bar, feito de madeira e pedra.
  -JOOOHN!!!
  -SR. BORAGE!!!
Um senhor alegre e muito simpático falando um inglês britânico perfeito, vestido com uma longa capa marrom terra veio em direção dos dois para abraçalos. Sendo retribuído com um largo sorriso, se abraçaram em meio as enormes malas de viajem.
  -A quantos anos que não o vejo John! A última vez foi no Ministério da Magia quando você e seu pai, meu grande amigo Sr. John Williams III estavam tirando visto para viajar pra África!
 -Eu me lembro Sr. Borage, ó senhor me ajudou a encontrar meu pai quando me perde no Ministério!
 -Verdade, verdade(risos)! E esse deve ser seu filho?
  -Sim, esse é meu filho Kevin!
Um pouco tímido Kevin deu um passo há  frente, esticando a mão para comprimenta-lo. Kevin um menino loirinho aprendeu a ler com quatro anos de idade, apesar de inteligente ele é muito tímido. Depois dos comprimentos foram se sentar na mesa do Sr. Borage onde estava sentada sua esposa Sr.Fátima uma mulher de meia idade que tinha sombrncelhas muito grossas, muito educada ela se levantou para cumprimentar os dois, ela usava um chapéu enfeitado com uma pena de pavão mas infelizmente não falava inglês. Todos estavam conversando e admirando o enorme bar que fica na beira de um rio perto de muitas casinhas que se denominam Vila Tatu. A decoração do bar com animais entalhados na madeira em todo o teto era fabulosa, tinha até uma pequena lareira para os raros dias de frio e muita chuva na profunda mata tropical, era tão incrível e diferente de tudo o que eles já viram, até mesmo para John que é um homem viajado, mas nunca tivera visitado o Brasil.
   Nas outras mesas haviam vários grupos de bruxos e bruxas que pareciam falar línguas diferentes, uns português outros espanhol e até japonês.
  -Que tal pedirmos um cálice de olho de guaraná? -O que seria isso? Pensou John e Kevin-. Quando o garçom veio com a bandeja, havia um copo para cada um. Com grandes cálices de prata e dentro um líquido borbulhante e bem gelado, vários olhos flutuavam e piscavam para eles.
  -Podem beber sem medo, são só olhos! -disse Sr. Borage. Quando tomaram um grande gole, John e Kevin deram um pulo na cadeira com o corpo arrepiado.
Sr. Borage deu um tapa na própria coxa morrendo de rir.
-Quanta energia, não?