You Mind (EM REVISÃO)

XI

Bruno parou o veículo, fazendo um barulho irritante,espiei pela janela e pude ver uma casa simples em uma rua rodeada de residências de classe média, que bairro é esse?
A casa era de uma cor azul desbotado, e aparentemente há muito tempo à mesma aparentava estar inabitada, o gramado morto e algumas flores murchas decoravam o "jardim" de uma forma macabra, havia uma diferença muito grande daquela casa para às demais e não era na aparência, a casa transmitia uma energia estranha, algo ali me chamou à atenção.
-Você não vai descer?
Perguntou Bruno já do lado externo do veículo.
Ainda com receio acompanhei o homem até à varanda,a casa parecia vazia.
-Quem você veio procurar mesmo?
Perguntei olhando para os lados.
-Viemos atrás de Kesbeni Ômera, mais conhecida como Ômera, uma velha amiga minha.
-Acho que ela não mora mais aqui.
-Claro que mora, ela só não liga muito para questões de higiene.
-então você deve ter aprendido com ela...
Falei para mim mesmo.
Bruno virou-se para mim.
-O que você disse?
-Eu?você deve ter aprendido muitas coisas úteis e legais com ela.Deve ser supimpa!
-Você falou supimpa?
-É.
-Você é estranho moleque.
-Nem me fale.
Suspirei.
Bruno abre à porta que solta um rangido macabro, à peimeira visão que tenho é de muita sujeira e bolores de poeira, senti um arrepio na espinha ao entrar na casa ligeiramente escura.
A sala aparentava estar vazia exceto por uma poltrona vermelha e uma
estante repleta de livros peculiares, todos com capas estranhas.
Também haviam alguns penduricalhos e objetos um tanto excêntricos decorando o local.
A casa estava silenciosa até demais, Bruno caminhava à vontade pela casa, então se dirigiu à cozinha, claro que comigo quase colado à suas costas, nunca fui o mais corajoso, e depois de tudo o que eu vi e de tudo o que descobri, não vou bancar o herói dizendo "isso é pouco à frente do que já enfrentei", na verdade eu diria eu digo, depois de tudo o que vi, agora sinto mais medo, você não sente medo do que sabe que não existe, mas você sente medo quando à merda toda é real e você conhece à realidade, experimente dizer a um adulto que bixo papão existe, claro que ele não vai acreditar, então ponha este mesmo adulto frente à frente com o bixo papão,não faça isso essa pessoa pode ter um infarto.

[...]Então Bruno cuidadosamente abriu à antiga geladeira azul, acho que aquele eletrodoméstico não existe mais no mercado,mas está ali à toda congelando comida de gente velha.
-Assaltando minha geladeira de novo Bruno?
Falou uma voz rouca quase vindo do além, assustando à mim e Bruno.
-Que diabos é isso mulher?!
Exclamou Bruno assustado.
-Você ainda se assusta balofo?Você está na minha casa, esqueceu?
-Como à senhora...sabia?
-Eu sou uma velha bruxa, meu caro Bruno, você acha que eu não saberia?Aliás seus passos quase arrebentam com o assoalho eu conheço o som dessas patas de elefante a quilômetros, acho melhor você começar uma dieta,na verdade já passou da hora.
-Eu me gosto assim Ômera.
-Ah...faça o que quiser com sua banha, mas depois não venha pedir um feitiço de redução de estômago.
-Você pode fazer isso?
-Nem vem balofo.
-Droga...
Disse Bruno em um muxoxo.
-mas então Bruno o que veio fazer aqui, creio que não se trata apenas de uma visita para saber como estou.
-Bem...como Você é uma bruxa camarada resolvi vir aqui, este é Dave.-Disse Bruno me indicando com à cabeça.-Tem um demônio da pesada atrás do moleque.
-Já tentou fazer um exorcismo?
Perguntou Ômera, fitando Bruno como se o mesmo não tivesse cumprido alguma etapa por puro desleixo.
-Claro que sim.
-Então?
-Ele saiu do corpo da garotinha, mas ainda atornenta o garoto.
-De quem se trata?
-Olivier, ex príncipe dos arcanjos, terceira hierarquia.
Ômera arregalou os olhos surpresa.
-Venha aqui Dave-Me aproximei da idosa-Pode me explicar com mais detalhes como tudo começou?
Senti arrepios com aquela pergunta, nunca é bom lembrar como tudo começou, mas então um turbilhão de memórias e resquícios daquela noite fluiram de maneira rápida em minha mente.
-Tudo começou quando mudamos para aquela casa...
-Que casa?-Perguntou à senhora.
-Bairro Andrew Washer avenida 869 casa 36.
-prossiga jovem.
-Desde então eu vinha tendo sensações estranhas, e ocorriam fenômenos estranhos na casa, haviam vozes me pedindo ajuda, então eu resolvi investigar...passei algumas noites em claro tentando descobrir o que estava acontecendo mas sem sucesso eu achei que estava ficando louco, mas não estava...eu gostaria que fosse apenas loucura...então tudo aconteceu...-emudeci por alguns segundos com à lembrança daquela noite.
-O que aconteceu?
-As luzes começaram à piscar ele aparecia e reaparecia de acordo com à luz do corredor, ele estava indo na direção do quarto dos meus pais...então eu tentei impedi-lo, ele mudou de direção e veio até mim, eu não me sentia bem...os olhos negros da criatura me davam agonia, porém hipnotizante...então ele f-fez menção de me furar com uma longa estaca metálica que possuía no lugar das mãos, eu gritei por socorro...e meu pai apareceu...-continue Dave, segura o choro, você vai destruir o maldito.-O monstro mudou de direção...então...então...ele enfiou aquele espeto no peito do meu pai...e naquele momento ele teve uma parada cardíaca sem se ferir aparentemente.
-Você já viu o monstro alguma outra vez?
-Não.
-Tem certeza?
-Sim.
-venha aqui jovem.
Então sem perguntas obedeci à ordem da idosa, fiquei nada mais nada menos que um passo de Ômera, à mulher pousou as duas mãos enrugadas e nodosas sobre minhas têmporas, e sinceramente foi algo estranho qual à necessidade disso?
Então Ômera retirou os óculos escuros que usava e fixou seus olhos brancos e leitosos sobre os meus,creio que ela não via meu pavor perante à cena, mas naquele momento ela pareceu revirar minha mente em segundos, passados estes segundos ela retirou suas mãos de minha cabeça e repôs os óculos, tomou uma posição mais ereta e anunciou.
-Você já viu este monstro Dave.
-Como assim?
-Quarta série em Sioux Falls na escola da senhora Hudman, uma velha com cara de biscoito estragado, aula de artes da professora substituta Chlöe você desenhou o monstro e o apelidou de "O advogado".
-Como você sabe disso?
Perguntei admirado e um tanto assustado.
-Apenas um truque de uma velha bruxa.
-O advogado...-parei um pouco para pensar...-O desenho ainda está guardado no sótão da minha casa!Mas porquê "O advogado?"
-E eu sei lá garoto!
Respondeu à idosa.
-Vocês precisam queimar o desenho.
-Porquê?
Indagou Bruno.
-Talvez seja o desenho que dê vida ao treco que matou o pai do garoto, ao ver às memórias de Dave pude ver que "o advogado" era seu maior medo na infância seguido pelo medo de perder à família.
Explicou Ômera.
-Quer dizer que "o advogado"...esse nome é ridículo-riu Bruno, pigarreei irritado com o homem.-Ok,ok...esse advogado é alguma espécie de bicho-papão?
Contiuou ele.
-Quase isso...suponho que seja o demônio que está atrás do garoto que tenha dado vida ao monstro e está tornando reais os medos de Dave.
-Então minha maior preocupação não é o advogado?
Bruno riu com minha frase, o encarei em repreensão.
-Desculpe moleque eu não consigo levar à sério um monstro com esse nome.
Se explicou Bruno recuperando o fôlego.
-Não garoto sua maior preocupação não é esse monstro.
-Mas como o matamos? nunca é tão fácil quanto parece Ômera.
Disse Bruno mais sério.
-E não é balofo, vocês precisam esperar o momento certo para atraí-lo então queimem ele e o desenho que o dá vida.
-Sinceramente essa foi à morte mais boba que já ouvi.
Respondeu Bruno.
-Não subestime às capacidades de um monstro Bruno.
O repreendeu Ômera.
-...Há e à vítima do monstro tem de resistir aos seus medos, você precisa ser forte e ivulnerável Dave.
Concordei acenando à cabeça.
-...Bruno precisamos conversar em particular.
Anunciou Ômera, se retirando da cozinha com Bruno em seus calcanhares.

[...]

-Quer dizer que não há escapatória para o garoto?
Ouvi Bruno falar de longe, como assim não há escapatória? Sim eu sei que era uma conversa em particular mas parecia se tratar de algo relacionado com minha vida e isso muito me interessa, então esgueirei-me pelas paredes e os móveis e fiquei escondido próximo à porta da sala.
-Escuta Bruno...-Começou Ômera.-Pelo que você me disse, as criaturas devem estar com sérios planos para o garoto, mas quais ainda não fui capaz de indentificar, talvez seja uma maldição ou talvez Dave seja à porta de algo maior ligada ao inferno, pense bem mesmo o demônio sendo de uma terceira hierarquia ainda sim, por que ele possuiria uma criança?Além do mais, ele poderia ter matado vocês e à garota assim que os viu.
-Mas não o fez.
Disse Bruno capisbaixo, céus, que rumo àquela conversa iria levar?
-Exatamente Bruno.-Continuou Ômera.-Ele precisa do garoto um cara como aquele não iria atrás do garoto para brincar de banco imobiliário, por ora ele é uma criatura que semeia ódio, ele sente ódio porém já teria arrastado o garoto para cumprir seja lá qual for seu plano.
-Então, você quer dizer que realmente há algo maior nos planos?
Ouvi Bruno perguntar, ao longe parecia que eu era capaz de ouvir as engrenagens da cabeça de bruno começarem à grirar e formar paranóias e hipóteses.
-Creio que sim Bruno.
Respondeu Ômera um tanto capisbaixa, porém em um tom confortante para Bruno.
-E o que posso fazer para impedir?
indagou Bruno desesperado.
Fez-se silêncio na sala, nem um dos dois tinha coragem suficiente para abrir à boca, Ômera suspirou alto.
-Nada Bruno.
-Porquê?!
indagou Bruno ainda mais preocupado.
-Há algo grande por vir Bruno e consequentemente o garoto morrerá, você não pode ajuda-lo desta vez, sinto muito.
O silêncio instalou-se mais uma vez de forma permanente no local, meu coração parecia querer saltar para fora do peito, apressei-me e caminhei até à cozinha, um minuto depois pude ouvir os passos pesados de bruno se dirigindo aonde eu me encontrava, o homem deu um sorriso amarelado como se nada tivesse acontecido.
Resolvi perguntar.
-Então sobre o quê vocês conversaram?
Bruno respondeu aparentemente despreocupado:
-Minha dieta.Vamos embora, precisamos matar um advogado.

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E aí galera!O que acharam do capítulo?
Muitas revelações não é?
Kkkkk
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BJS!
E.D