Feelings - Ziam Version

Capítulo Oito

Não é como se eu tivesse me libertado do amor que sentia por Stanley.

Eu ainda o amo. Mas, depois da conversa com Louis eu me senti mais leve, um pouco mais vivo. Fazia algum tempo que não me sentia assim, que conversava abertamente com alguém. Ter Louis ali me fez bem. Ver que ainda tenho pessoas que zelam por mim e me amam me fez lembrar o gostinho da felicidade. Ela estava ali, eu quase podia a tocar, e eu iria conseguir.

Depois do que Louis disse, ele se levantou e simplesmente saiu, com um simples "Até logo". Talvez ele tenha aproveitado o momento para ter uma saída misteriosa de cinema, mas isso não importa, por mais que ele tenha me ajudado ele fez algo horrível com alguém que o ama, e ele teria de contar a Harry, para o bem de ambos.

Na escola, algumas coisas continuaram iguais, com exceção ao fato de que não repelia Liam toda vez que ele tentava aproximação. Não estou dizendo que estou tentando entrar num relacionamento amoroso com ele, eu só não quero estar mais só, e ele me parece uma pessoa até que legal. Prometi a mim mesmo que tentaria aos poucos retomar a minha vida, com passinhos de bebê eu chegaria lá.

Tinha acabado de sair da classe, e ia em direção à cantina, pois estava com fome. No meio do caminho sou barrado por um braço um tanto quanto forte, que me segurou pela cintura. Claro que sim, era Liam.

- Olá, Zayn!

- Olá, Liam! – Ao proferir essas palavras vejo em seu semblante a mais pura reação de surpresa que alguém pode ter. Saboreio o momento, seria divertido ver as pessoas me vendo agir como antes.

- V-você está bem? Quer dizer, acabou de me cumprimentar sem me olhar como quem quer rasgar meu rosto na unha! Você deve estar com febre.

Liam ainda tinha um rosto torcido de surpresa, aquilo estava divertido.

- Ah, não, eu não estou com febre. Quanto ao "Você está bem? " Lhe digo que bem bem eu não estou né, meu namorado traidor ainda está morto, e eu ainda não consegui enterrar meu amor com ele, porém, graças a um amigo de longa data, percebi que ele nunca voltaria aqui pra me importunar por seguir minha vida, até porque seria bem estranho.

Agora sim, Liam me apresentava a carinha mais engraçada do mundo. Ele tinha a cabeça tombada um pouco para o lado, as sobrancelhas unidas, a boca aberta, e parecia não respirar. É, ele não esperava por essa.

Liam Payne foi tombado.

- Okay, então Zayn Malik, o príncipe das trevas, Senhor das lágrimas sem fim, finalmente resolveu ir de encontro ao arco-íris?

Ousado.

- É, mas não abusa meu anjo, ainda posso querer rasgar seu rosto na unha. Vá com calma.

- Oh, querido Zayn, eu posso ir extremamente devagar.

Zayn Malik foi tombado.

- É o que?

- N-nada, me desculpe, eu não sei de onde isso veio – Aham. – Mas fico feliz em saber que tomou coragem de tomar sua vida de volta pra si. Penso que reparou que nos últimos dias venho tentado te ajudar, e espero que agora você me dê uma chance. Eu realmente quero te ajudar Zayn.

- Tudo bem, mas saiba que ainda não estou cem por cento bem. Saiba que ainda tenho crises, ainda tenho ataques de pânico, ainda choro quando penso no que se passou, ainda me culpo, ainda não sei como reagir às pessoas. Ainda estou quebrado.

- Okay. Eu não vou lhe forçar a nada. Nós vamos aos poucos te trazer de volta.

- Okay.

- Okay.

Naquele momento foi inevitável abrir um sorrisinho, que foi correspondido. Fomos interrompidos pelo sinal da aula, que já iria voltar. Me despedi rapidamente de Liam e fui para a sala. Acabei ficando sem comer, mas também já não tinha mais fome. A única coisa que eu sentia era uma brasa queimando em mim. E eu gostava disso.

No final das aulas, me deparei com Liam, novamente, que me esperava no portão. Ele veio de um jeitinho todo fofinho e meiguinho propor que passássemos o dia juntos. Relutei prontamente, mas me lembrei da minha missão de voltar a viver, e ainda com um pé atrás acabei aceitando, com a condição de que ficássemos em minha casa. Ainda não estava afim de bater perna por aí.

Minha mãe ficou surpresa quando me viu chegar com Liam. Claro, há tempos que eu não trazia alguém pra cá, mas fiz questão de a deixar mais surpresa dando um beijo em seu rosto acompanhado de um "Oi mamãe". A mulher faltou desmaiar, mas disfarçou.

Estávamos e meu quarto, eu deitado em minha cama, e Liam fuçando em cada canto. Eu não sabia que ele era tão abusado, muito menos tão hiperativo. Ele não parava nem por um minuto.

- O que é isso? – Sou interrompido dos devaneios quando escuto-o perguntar, apontando para uma caixa meio escondida no canto.

Eram lembranças de Stanley. Eram coisas nossas, momentos nossos. Era nós. Liam percebeu o meu olhar vago e pareceu querer guardar de novo a caixa.

- Me dá aqui. Eu vou te mostrar.

Abri a caixa e mostrei tudo que havia ali, contei todas as histórias por trás de cada objeto. Liam ouvia tudo com atenção, analisando, questionando.

-... Sinto como se fosse um peso sobre mim. É como se eu não pudesse esquecer que ele esteve aqui. Eu sei de tudo que ele fazia por minhas costas, sei que ele não merece meu sofrimento, e que eu já deveria ter seguido minha vida. Mas meu Deus, eu sinto tanta culpa. Ele tinha amigos, tinha uma família! Se eu não tivesse aparecido naquela festa, se eu não tivesse agido daquela forma ele nunca teria acelerado daquela forma, e hoje estaria aqui, e...

- Zayn, para!

Liam me interrompe de abrupto. Ele tinha lágrimas nos olhos. Segurava meus pulsos com força, olhando no fundo dos meus olhos.

- Por favor, para. Sim, ele tinha amigos, família, e um namorado que o amava. Ele tinha muitas coisas. Boas e ruins. Mas ele se foi! Ele não está aqui, Zayn! A questão é que ele pode ficar vivo na sua memória. Na memória de todas as outras pessoas. Mas pensa, Zayn. É pior sofrer por alguém que você não pode mais ter porque está morto, ou por alguém que está vivo, mas vivendo como quem queria estar morto? Olha a sua volta, o quanto as pessoas estão sofrendo por te ver dessa maneira. Você sempre vai poder encontrar ele nas suas memórias! Então pare de ficar se culpando, se martirizando. Não foi culpa sua! Você deu todo o amor que podia, você fez sua parte. Pois agora trate de viver e espalhar memorias, pra quando for sua vez de partir, as pessoas também o manterem vivo em suas memórias.

Foi como puxar o curativo de uma vez. Zayn só fazia chorar. Mas não é como das outras vezes. Dessa vez ele estava chorando para se libertar.

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Olar!

Esclarecimento: A autora original da Fic deixou de escrever :/, POREM ela permitiu que eu continuasse a estória. E aqui estou eu, então muito provavelmente vocês vão reparar mudanças na forma de escrita e tudo mais. Espero que gostem!

XxGabriel