Capítulo três: rodo de limpeza do mal

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....

Abro a porta o mais devagar possível, observando o corredor mórbido com olhos cautelosos, uma lufada de ar frio, produzida pelo movimento, banha minha carne que está exposta. As roupas deles pinicam na minha pele, mesmo estando cheirando a produtos de limpeza. Com um suspirar de alívio saio rápido, usando meus sentidos para andar silenciosamente. A cada passo dado sinto as câmeras nas minhas costas.

Por favor, por favor, não deixe que eu seja pega. Repito o mantra de novo, de novo e de novo.

Chego ao fim do imenso corredor sem ser notada pelas câmeras, a porta do depósito, na minha frente, não está trancada. Com o tempo, foi fácil adivinhar que o final do corredor era um depósito, os empregados iam de mãos abanando e voltavam carregando caixas e outros objetos, vi muitas vezes isso acontecer. Não ligo a luz ao entrar, minha visão continua visualizando perfeitamente no escuro.

Procuro as luvas grossas de tecido entre as caixas gigantes depositadas nos armários de ferro. Elas evitam que nós os machuquemos, depois que rasguei fora o dedo do Sr. Pig, essa nova medida de segurança foi adotada, são luvas especiais.

Reviro as caixas constantemente olhando o relógio, na última bendita caixa, da última fileira, acho as luvas. Parece até brincadeira, eu achá-las por último. Pego dois pares de luva mostarda, e visto flexionando as mãos, elas se encaixam perfeitamente.

A salinha das vassouras fica anexada ao depósito, como imaginei, o forro nessa parte da construção também é de madeira, e não de concreto como é nas celas, pretendo sair pelo forro. fecho a porta da pequena sala de limpeza e prendo a respiração, produtos de limpeza me deixavam tonta. Preparo meu corpo para saltar pelo buraco quadrado que havia no teto, ignorando o cheiro intenso de desinfetante.

A agitação de escapar me faz esquecer dos objetos ao redor, acabei por esbarrar sem querer em um rodo que estava no meu caminho quando pulei.

O som dele caindo no chão parecia gritar bem alto:

̈fugitive ̈

Fico paralisada olhando-o, já na parte de cima do forro de madeira. Amplio minha audição, pronta para pagar qualquer ruído de aproximação. Meu peito voltou a subir e descer, não havia me dado conta que eu prendera minha respiração. Ouço apenas ronronar e fungar, nenhuma locomoção nas proximidades, ninguém ouviu! Apenas os da minha espécie, que ouvem tudo, e já sabem que estou tentando fugir, como em apoio à minha fuga, nenhum deles grita ou grunhem, esperando, talvez torcendo por min? Não sei o que pensar deles, alguns têm a mente nublada o bastante para nem serem considerados mais seres sencientes.

engatinhei sobre a grossa camada de poeira, procurando.

E lá estava ela, a abertura que dava para liberdade. era triangular, faltavam cinco tijolos ali. Não sabia como havia acontecido aquela fissura, mas pouco importava, só queria um dia agradecer a quem quer que tenha feito. eu a vi quando cheguei aqui, me trouxeram pelos fundos, pois na frente estavam fazendo reformas. Não me ceguei pela súbita nos meus olhos, pelo contrário, analisei tudo ao redor.

Ouço madeira ranger a cada vez que meus joelhos a tocam, felizmente meu porte é pequeno, facilitando o trabalho, minhas partes íntimas estão doloridas, meu corpo lateja pela surra, mas no meu rosto há um sorriso, mostrando ao meu corpo que tudo isso foi passageiro.

Chego na abertura e observo a luz entrando, meus pelos do corpo se arrepiam, um ronronar involuntário escapou dos meus lábios. Por mais que a luz seja fraca, por esta anoitecendo, é uma sensação que jamais irei esquecer.

Umas das fêmeas, que jaziam presas lá dentro, não aguenta e solta um rosnar alto de pura êxtase, me desejando sorte. Os outros permanecem quietos, penso que a maioria acha que serei pega e espancada por tentar fugir, como já aconteceu algumas vezes.

Coloco primeiro os pés e vou arrastando o resto do corpo para fora, apoio as mãos no parapeito e solto, caio em pé, sem barulho, uma acrobacia limpa, exatamente como uma felina. Logo a frente, uma imensa cerca, que abrange os arredores do prédio, alta. A luz do sol vai indo pouco a pouco, a luz quadriculada passa entre as formas geométricas da cerca.

Na grade uma placa de aviso: "cuidado, alta voltagem" e um símbolo de um raio ao lado. No relógio faltavam quatro minutos para o término do Jantar, sinto pequenas gotas de chuva caindo em mim, a moça do jornal estava certa!

Sorrio com a possibilidade de ser livre, caminho apressada para a grade antes que a chuva engrosse e acabe por molhar minha luva e eu seja eletrocutada.

Não sinto nenhuma descarga elétrica, seja por causa das luvas ou porque já estou acostumada, no topo, pequenos metais pontiagudos da grade cortam minhas mãos, sinto uma leve descarga no meu corpo. Apoio-me na grade e me jogo do outro lado da cerca. A chuva começa a engrossar, observo o relógio, ainda tenho 2 minutos, me lanço correndo para o conforto das árvores, preciso chegar a uma certa distância que ninguém de dentro consiga me ver, a chuva forte forma várias poças de lama no chão apagando meu rastro.

Há uma boa distância me jogo no chão tiro toda minha roupa, esfrego elas nas poças de lama, em seguida rolo no chão me lambuzando o máximo que posso, depois ensopo meus cabelos também. Visto as roupas e as cheiro, elas estão com cheiro de terra.

Bom.

As árvores ao redor são grandes e altas, o som de pássaros junto a brisa do vento me traz um relaxamento automático, realmente não me importava com a chuva que começava a cair forte, pois esse é o meu terreno natural. Subo sem muito esforço na árvore mais próxima, não chego nem na metade quando ouço o alarme do prédio, várias luzes vermelhas piscam alertando os funcionários sobre minha fuga, se deram conta que escapei e acionaram o alerta.

fecho meus olhos apreciando o momento, dilato o nariz, o cheiro da floresta é maravilhoso, sem igual, cheira a liberdade, é como se eu pertencesse a esse lugar. A única coisa que consigo pensar é:

consegui!!!

Chupa essa mercielle!

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Chupa essa mercielle!

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