A história de Kaio

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Antes de tudo*

Eu e Michelle tentamos durante anos ter filhos, mas infelizmente nenhum dos dois é fértil. Queríamos tanto uma criança para podermos ninar, dar um carinho, conforto e que poderíamos cuidar e poder chamar de filho (a). Quando tivemos a notícia de que não poderíamos engravidar, tivemos a ideia de adoção. Fomos ao orfanato mais próximo de casa e nós apaixonamos em uma garotinha. Ela tinha 3 aninhos e se chamava Anjo; um nome dado pelas freiras que as criavam. Demos início a papelada de adoção. Demorou três meses para que pudéssemos assinar e levá-la para casa. Faltando 2 dias para que pudessemos levá-la a mesma começou a ter convulsões frequentes. Até que chegou a óbito. Na autópsia do corpo, o laudo constatou câncer. Era um câncer inicial mas o seu corpo era frágil e instável. Ela não poderia aguentar mais tempo. Foi difícil para mim e para Michelle.
Decidimos tentar outra vez. A madre que tomava de conta do local nos ligou. Disse que havia chegado no orfanato um bebê recém nascido, encontrado na porta do orfanato. Fomos verificar e sim, era ele. Um garotinho que apesar da idade, do pouco tempo de vida e mesmo passando pelo que passou era risonho, esperto. Demos início a papelada. Quando o pegamos em mãos, a primeira coisa que fizemos foi registar ele com o nosso nome: Kaio Haster Park.
Vivíamos felizes, brincando. Demos do bom e do melhor para ele. Tudo aquilo que eu e Michelle não tínhamos quando mais jovem demos a ele. Melhores escolas, mesada, brinquedos e o melhor de tudo; amor. Éramos para sermos uma família feliz, sem complicações mas, com 12 anos um colega de classe resolveu dar o palpite de que ele não se parecia com seus pais. Tivemos que dizer a verdade. Depois disso tudo mudou. Não existia mais um "pai" ou uma "mãe", agora éramos senhor e senhora Park. Isso nos corroia por dentro. Kaio ainda jovem começou a se influenciar com coisas erradas como drogas e bebidas, fugia de casa no meio da noite para fazer o que não sabemos até atualmente. Eu vivia trabalhando então não tinha tempo para ficar em casa, e todos os dias que eu chegava em casa encontrava um machucado diferente no rosto os nos braços de Michelle. Ela vivia acobertando ele. Foi então que tomei a decisão de instalar câmeras em casa, e pude ver com meus próprios olhos que o meu filho agredia fisicamente sua mãe por dinheiro. Era horrível. Comecei a lhe por castigo. Nada adiantava. Era incrível. Logo mais ele estava querendo bater até em mim. Com o passar dos anos veio esse caso: O caso Erick.
Até agora não consigo entender o porque de ele querer me ajudar. Eu era a pessoa mais odiada por ele, pois não aceitava as atitudes que ele tomava, por não aceitar o quanto ele estava insuportável. O que será que ele estava pensando quando deixou está carta?

Prazer, SuicídioOnde histórias criam vida. Descubra agora