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Havia uma vila. Simples, com costumes um tanto arcaicos. Possuíam um grande terreno para plantações, de onde tiravam seu sustento e também uma moeda de troca na cidade, já que os legumes que recolhiam do lugar eram bastante suculentos.

A vila era pequena ao ponto de todos se conhecerem e se ajudarem. Afinal, gostavam da simplicidade que aquela vida no campo lhes dava. Não se importavam em ser uma vila pequena com poucos moradores, tendo pessoas suficiente para fazer a colheita, já era o suficiente.

Entretanto, um dia uma terrível seca chegou nessa vila. Não importava quanto tempo passasse, a seca não ia embora, fazendo com que os moradores daquela pacata vila ficassem um tanto desesperados. Se a seca continuasse não teriam o que comer, muito menos o que trocar na cidade.

Desesperados, os moradores se reuniram para tomar uma decisão sobre a seca. Já que era um problema em comum, eles se reunirem para tomarem uma decisão que influenciava toda a vila. Os mais novos estavam assustados, nunca tinham visto tamanha seca por aquelas bandas, mas o ancião mais antigo da vila contou sobre uma profecia, uma bem antiga que o avô do mesmo havia lhe contanto quando garoto. Aquela mesma seca já tinha passado pela vila, não era a primeira vez que ela surgia. Todos perguntaram para o grande ancião como resolver o problema que a seca estava lhes causando.

O ancião então explicou que na época um jovem virgem havia sido sacrificado para o templo no topo da montanha, onde habitava um deus youkai que tinha poderes o suficiente para trazer a chuva de volta a vila. Todos ficaram assustados com aquilo, sacrificar alguém para um deus youkai parecia loucura, até porque ninguém nunca tinha ouvido falar naquela lenda.

Por conta do desespero, todos acabaram aceitando aquela proposta. Não tinham mais o que fazer, se demorassem mais, provavelmente não teriam o que comer e infelizmente teriam que abandonar as terras na qual tanto cuidaram com zelo e amor.

O maior problema foi decidir quem seria o sacrifício. O ancião disse que não importava o sexo da pessoa, apenas que ela fosse pura. Muitos moradores se recusaram a dar seus filhos, fazendo com que a vila entrasse em desarmonia.

O ancião então teve a ideia de dar o pequeno órfão da vila. Aquele que não possuía ninguém, logo, ninguém o protegeria de tal ação. O garoto mesmo sendo órfão, recebia comida e moradia dos aldeões que se revisavam para ajudar o garoto.

Sabiam que ele não era de todo o ruim, sempre se voluntariava para ajudar a todos - Já que vivia de favor na vila - era muito novo para viajar sozinho e tinha medo de sair da vila e não conseguir viver por conta própria mundo a fora. Seus pais haviam morrido de forma trágica. Haviam sido mortos durante uma viagem para a cidade, em busca de troca de comida por tapeçarias. Desde então, como forma de respeito aos mortos, os moradores cuidaram do garoto.

Seu nome era Izuku Midoriya. Um garoto de belos cabelos cacheados esverdeado e olhos tão verdes quanto pedras preciosas. Possuía sardas espalhadas não só pelo rosto, mas também no resto do corpo. Era um garoto magro e não muito alto, tinha 16 anos sendo bastante gentil e carinhoso.

Os moradores então decidiram dar Izuku como oferenda para o youkai. Assim, nenhum deles teria que dizer adeus a seus filhos para resolver o problema. Parecia algo um tanto primitivo, mas estavam desesperados a ponto de não se importarem com aquilo.

O pequeno garoto não estava muito animado em fazer aquele tipo de coisa. Os moradores estavam tão desesperados para que a seca fosse embora que ameaçaram o pobre garoto. Caso ele não fosse para o templo, seria expulso da vila, não podendo retornar jamais.

Sem ter como escapar de seu destino, o pequeno Izuku então aceitou sua sentença de morte. Se tivesse que morrer, que fosse para ajudar os moradores que sempre lhe ajudaram a vida toda. Claro que naquele momento nenhum deles ficou ao seu lado para que não fosse entregue como sacrifício, mas isso não mudava o fato de terem lhe cuidado por todo aquele tempo.

O sacrificoOnde histórias criam vida. Descubra agora