O Psicopata dos meus sonhos.

Capítulo 1 - "Finalmente eu."

Estava cansada de toda aquela bosta normal do dia a dia. Uma garota de 19 anos toda errada em um mundo todo certinho. As aparências enganam, sabia? E era exatamente isso que acontecia comigo. Com uma inteligência denominada cautelosa, e um desempenho excelente em manipular e atuar, era ótima em fingir que era sensível, fofa, gentil, amorosa. Era até divertido quando olhavam para mim e diziam: "Ela é uma garota tão fofa, não deve haver nenhuma maldade em seus pensamentos". Perfeita, fui taxada por anos. A garota dos sonhos, haha dos sonhos de quem? De um assassino psicopata, seria, não?. Ah, sobre apresentação? Não, eu não irei me apresentar. Qualquer coisa que eu diga vocês podem acreditar, afinal, são minhas palavras não? Verdade ou mentira? Vocês nunca saberiam, então, apenas apreciem a história de minha vida e me conheçam apartir daqui.

Meus reais pensamentos escondidos de todos, me denunciavam como "problemática, instável e insana", más ninguém precisava saber, não é mesmo? Ou quase ninguém...

Era duas da tarde quando acordei de um lindo sonho com Freddy Krueguer, meu personagem preferido dos filmes de terror. Eu realmente acordei feliz nesse dia, más não o suficiente para continuar por todo o dia. Ainda mais porque, era meu primeiro dia na nova casa. Sim, nova casa. Me mudei ontem para este lugar, eu e a cidade onde nasci, ambas juntas novamente. Grande coisa, não é? Bem, quem se importa. Eu precisava estar ali, agora era uma adulta, e como adulta tinha que seguir meus sonhos. Quem diria que eles tomariam um rumo tão diferente? "Faça o que você é boa em fazer" foi o que disseram, então o fiz. Sou uma estudante de relações internacionais e teatro. Esse seria mesmo o meu sonho? Não é o que meus desejos mais íntimos me disseram.

Levantei-me da cama com aquela preguiça básica que todos têm após acordar, ou talvez só eu fosse assim, pois essa preguiça, insistia por toda a minha vida, não só em um momento. Preguiça de quê? Bem, viver.

Caminhei lentamente de forma desajeitada com um "foda-se" estampado na testa, até o banheiro. Observei meu rosto por alguns instantes, o toquei sob o espelho, voltei para o quarto e peguei um batom vermelho, logo voltei para o banheiro me observando novamente no espelho, fiz dois X onde se mostrava estar meus olhos e um mini sorriso onde se encontrava meus lábios nele, que não era exatamente o que aparentava para quem o fitasse naquele instante. Deixo o batom sob o apoio da pia e vou até o box, ligo o chuveiro, retiro minhas roupas e adentro o jato d'água, fechando meus olhos após sentir a água me molhar por inteira.

"Como seria aquele dia? Eu comeria algo, depois procuraria um emprego e visitaria o teatro onde eu teria aulas apartir de amanhã. Ou... Eu simplismente poderia ignorar todos estes afazeres e apenas me jogar na cama e ir deixando a parte viva de mim, meu corpo, é óbvio, morrer aos poucos. - Sorrio entre os pensamentos."-

— A segunda opção, aparenta ser mais convidativa. Porém, isso seria uma perda de tempo, lágrimas de parentes, e vida do qual eu possa bostar a vontade. - Bufo e começo a ensaboar meu corpo, o observando. Meus braços, pulsos, coxas, das quais tinham diversas marcas de cortes, que agora, apenas lembranças dos atos tinha. As marcas haviam se esvaído como todo aquele passado, bem, eu precisava me foder de outra forma agora, não? Aquela bosta toda de depressão e cortes, fraqueza? Cansaço? Como lhes contar algo que na verdade, é tudo uma bosta falsa. Eu falo muito, bosta, bosta, bosta, pois é. Essa é a forma de me expressar, com palavrões mundanos, criados pelos homens, e iludido pelos fiéis. Vamos voltar a porra do contexto aqui. Eu só queria sentir dor, sadismo puro, eu estou tão vazia que me ferir era uma forma de sentir que eu estava viva. Eu nunca quis morrer para ser sincera, eu só queria um motivo para continuar respirando, e eu tinha ele, família. Ah sim, para que levar meus problemas mentais para o resto das pessoas que me cercam, aquele problema era só meu, não? Então, prefiri mantê-los para mim, sem machucar ninguém.