Capítulo V

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S / N.

Jackson saiu da sala emanando ódio e indignação.

Olhei uma última vez para Yugyeom e não consegui esconder minha irritação. Esse era o garoto que eu tanto admirava? Não. Esse era arrogante e presunçoso. Aquele que eu conhecia não provocaria uma briga por ciúmes, sabia ser melhor e mais sensato que isso. Ou talvez, meu maior medo, eu não o conhecesse tão bem quanto eu imaginava.

— S/n eu... — começou a tentar se explicar, mas o cortei rispidamente.

— Não quero ouvir nada agora.

Respirei fundo tentando encontrar na minha cabeça a resposta para a resolução desse problema. A cada degrau meus passos ecoavam pela casa acompanhados pelas minhas dúvidas. Peguei o kit de primeiros socorros em meu quarto e o levei para baixo. Queria que dentro daquela caixa tivesse um curativo que cicatrizasse a ferida aberta por Jackson e um remédio forte para dor causada por Yugyeom.

Me aproximei dele e comecei a limpar o sangue. Ele me olhava com uma expressão arrependida, como um filho que acabou de quebrar o vaso favorito da mãe com uma bola e tinha medo de levar uma bronca. Já que sabia estava errado por brincar em casa.

— Me desculpa. — Ele tentava encontrar no meu semblante uma brecha de consolação por ter explodido. Mas assim como uma mãe furiosa, eu não passaria a mão em sua cabeça.

— Não é só para mim que deve desculpas — rebato rispidamente.

— Ele me deu um soco! — E assim como uma criança mimada, colocou a culpa na bola e não em seus pés.

— Você claramente provocou ele. Não estou dizendo que foi certo ter te dado o soco, mas também não tire sua culpa nisso. — Pela sua expressão, não era o que ele esperava ouvir de mim. — Você nunca foi assim. Por quê isso de repente?

Ele reclama quando passo álcool na ferida.

— Eu também não sei — disse reflexivo. — Nunca tinha sentido ciúmes assim. Quando me passou pela cabeça que eu podia perder você pra aquele cara, eu saí de controle. Nunca sequer desconfiei que havia um lado meu que era assim. E agora, pensando tudo o que aconteceu, me sinto tão infantil e envergonhado. Um babaca.

— Quando você disse que gostava de mim, eu entrei em choque porque eu também sentia o mesmo e estava me doendo imaginar que você sentia algo por outra. Mas você saiu daqui e nem ouviu o que eu tinha pra dizer. Eu fiquei espantada e abalada com sua reação quando viu o Jackson. Sinceramente.

— Me desculpe...

Sem ter o que dizer, ficamos em silêncio. Até que ele começou a fitar fixamente minha boca.  Começou a se aproximar. Quando sua mão tocou meu rosto, minhas bochechas começaram a formigar e excitação e nervosismo. Seus lábios tocaram suavemente os meus. O beijo durou pouco. Diferente de todas ás vezes que imaginei, seu beijo não era doce, mas amargo. Não por causa do remédio, mas porque algo dentro de mim me dizia que aquilo estava errado errado.

Quando me separei, vi rapidamente Jackson passar por nós. Ele atravessou a porta e a bateu com força.

Meu coração palpitou.

— Jackson! Jack! — Corri atrás dele. Mas quando cheguei à porta, ele estava acompanhado dos pais que haviam acabado de estacionar. Eles olharam confusos de mim para Jackson, esperando uma reação; uma explicação. No entanto, apenas me ignorou e entrou em casa.

Voltei para sala e não sabia como encarar Yugyeom. Ele estava arrumando os materiais da pesquisa e colocando dentro da mochila.

Parei de frente a ele despreparada, pensando no que dizer. O que seria apropriado para uma situação como essa?

Meu (ex)melhor amigo | Imagine Jackson Wang & Kim Yugyeom.Onde histórias criam vida. Descubra agora