Deixe existir amor

Pega no flagra

Me acordo tão bem e cedo por sinal. Logo estou no trabalho, quando entro na cozinha a Caroline corre pra me abraçar, quase me derruba.

- um pouco de calma seria bom não? A não ser que você queira que eu fique de férias novamente. (Falo rindo)

Ela na mesma hora me solta com os olhos arregalados.

- desculpa. Tá tudo bem? (Pergunta)

Aceno a cabeça rindo. De onde Verônica está acena pra mim e diz:

- bem-vinda.

Não demora muito e a Érica entra na cozinha.

- menina, que cara que essa? (Diz ela olhando surpresa pra mim)

Fico sem entender, tocando meu rosto, procurando algo para olhar se há algo de estranho.

- está mais feliz.(ela fica esperando algo de mim)
- estou? (Não consigo conter o riso)
- tem algo ai em. (Verônica não para o que está fazendo, mas está acompanhando tudo)
- vamos contando tudo mocinha. (Caroline me arrasta para sentarmos nos bancos em frente ao balcão)
- ah.. (Sorrio)  bom, ontem..

Mas uma voz nos assusta:

- será que tenho que lembra-las que aqui é um local de trabalho e não rede de fofocas? (Diz Ilda arrogante)

Abaixamos a cabeça.

- ao trabalho. (Ela fala e se retira)

Começamos a trabalhar, mas a Caroline passou a manhã toda querendo saber o que aconteceu. Ela se aproxima de mim e insiste para que eu conte. Alguém atrás de nós fala:

- bonito.

Nós levamos um susto, quando viro-me, relaxo, é a Margarida.

- você quer nos matar? (Diz Caroline dando um empurrãozinho nela)
- faz isso não mulher. Mais cedo a Ilda já nós deu uma bronca. Agora pensei que ia ser demitida.

Rimos.

- desculpe-me. Serei mais cautelosa da próxima vez. (Ela RI e vai embora)
- serio mesmo, eu pensei que fosse a Ilda. (Falo para a Caroline)
- se fosse ela vocês nem estariam aqui. (Diz Érica)
- é melhor se concentrar no trabalho. (Diz Verônica apontando para nossos a fazeres)

No fim do dia, decidimos todas tomar um café, aliás elas, eu não. O meu lugar preferido, o Doce Paladar, que se tornou o delas também, pois foi o primeiro lugar que pensamos quando saímos do trabalho.
A Caroline é a mais curiosa de todas, sem demora já me instiga a contar.

- vou contar, apressada.

Todas focam em mim, começo a rir, isso me da uma vergonha.

- vocês souberam que o amigo dele, o Jefferson, sofreu um acidente, certo?

Elas concordam.

- bom, nesse momento estamos jantando.

Elas ficam de boca aberta.

- ele te chamou pra um encontro? (Diz Érica)
- sim. (Falo envergonhada)
- pronto. Eu fiz companhia a ele a noite toda, pois Jefferson não podia receber visitas. Então  eu tinha que vir trabalhar, mas em vez disso ele me levou para um lugar maravilhoso. Ele me vendou...

Nisso ficamos algumas horas conversando, rindo, e elas me deixando constrangida.
Os dias realmente passam rápido, hoje já é quarta-feira. Hoje a Verônica me fez andar um pouco, comprar algumas coisas que estão faltando, procurei Vitor para ir comigo, mas não o encontrei. As sacolas estão um pouco pesadas, quando viro em uma esquina vejo um casal se beijando e em seguida se abraçam, mas de repente conheço a mulher, é a irmã do Júnior, Leandra. Então ela olha em minha direção, e faz cara de espanto,mas depois se acalma, dou meia volta. Eu vi uma aliança na mão do homem, com certeza ele é casado. Sinto alguém puxar meu braço.

- ei. (Diz me fazendo virar)
- ah, senhora Leandra. (Faço cara de surpresa)
- o que faz por aqui?
- fazendo compras. Porquê? Algo a incomoda? (Pergunto-a sarcasticamente)
- hein? Você é uma garota bem cínica viu. (Diz ela num tom repugnante)

Faço uma cara de deboche e viro-me para ir embora.

- você acha que está a altura do meu irmão ne? Pobre iludida você. (Diz ela e depois solta uma risada de bruxa, zombando)
- acho que a iludida da história é a senhora não? O que trás de benefício ficar com um homem que nunca será seu? (Levanto uma sombrancelha pra mostrá-la que perdeu)

Ela para de rir e fica bastante seria.

- se o que tinha para me falar, era só isso, vou indo. (Pisco o olho para ela e vou embora)

Saiu dali o mais rápido que posso, encontro outro caminho para voltar ao trabalho.