Don't Call My Name

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           Quando se mora em uma minúscula cidade fantasma onde só há você, sua irmã e algumas pessoas, não seria tão difícil ter algum tipo de mania ou problemas. Somos extremamente unidas, mas têm um pequeno detalhe que nós une mais ainda. Aqui é famoso por causa do famoso rio de sangue e da floresta dos corpos. Seria meio esnobe da minha parte dizer que isso só aconteceu por nossa causa, mas é a verdade. Algumas pessoas simplesmente veem para fazer graça ou tentar destruir nossa cidade, a gente apenas não deixa isso acontecer, pena que é de uma forma dolorosa, porém eterna!

           Soube que viriam uns adolescentes da cidade de Seattle, eu estudei minha vida toda em Pittsburgh, mas decidi me mudar aos 16 anos. Ouvi dizer que esse tipo de ‘galerinha’ são um dos mais insuportáveis, não tenho muita paciência com esse tipo de pessoas que se acham.

             A noite vai caindo, consigo ver o ônibus de turismo chegando. Com meu vestido branco, meus cabelos platinados soltos começo a acenar civilizadamente enquanto Helena observa da janela. Tenho que parecer simpática para esses banacas não darem no pé antes da avaliação. A chegada já da pra se ter uma noção de cada personalidade, mas com medo, todos se tornam bons, amáveis, dóceis. Sempre sirvo como uma guia turística para os passeios mais aterrorizantes.

             -Olá, sejam bem-vindos. Meu nome é Nath. – Falei com um sorriso no rosto.

            - Oiii! – Todos falaram ao mesmo tempo. Se for pra ficar fazendo coro é melhor morrerem logo.

            - Os passeios por aqui começam quando? – Perguntou um loiro, ele até que é bonitinho.

           - Meia noite. Iremos visitar a floresta e o lago. – Todos riram. – É melhor levarem roupas de banho.

          - É esse tal lago de sangue? Urgh! Deus me livre! – Uma menina com cara de entojada falou com uma expressão de nojo. Aposto que será a primeira a ser engolida pelos meus bebês.

          - A expressão de sangue é apenas um mito. – Levantei uma sobrancelha.

          - Então é natural a cor? – Perguntou a mesma menina.

         - Não! A gente derrubou litros e mais litros de corante! – Falei com ironia. Todos começaram a ri. – Bem, já vai dar meia noite, vamos?

          -Vamos! – Falaram. Todos começaram a me seguir até o lago. Eu tenho gigantes crocodilos de ‘estimação’, não será tão difícil esconder os ataques logo agora que o ônibus já foi embora e os deixou aqui.          - Já que não é sangue, eu vou dar um mergulho. – Falou a patricinha enquanto corria até agua. Ela fazia muito barulho dentro do lago, isso vai chamar atenção deles... Não deu cinco minutos e eu consegui ver os pequenos olhos de um deles, sabia que aquela era a hora, apenas observei. Cada vez chegando mais perto, e mais perto até que em um grito fino e abafado ela desaparece na água. Quase ninguém percebeu, já havia informado sobre a lenda do desaparecimento, acho que será o bastante para poder cobrir essa morte, mas não ira durar por muito tempo! 

         - Vamos voltar? A floresta vai ser amanhã no final da tarde! – Me virei de costas para o lago.

         - Mas e a Jenna? Ela ainda não saiu do lago! – Falou uma menina.

          - Ela vai saber voltar. – Chamei os demais com a mão. – Vamos logo!

         Cheguei em minha casa, e fiquei pensando como seria amanhã... alguma outra morte? Vou voltar na lagoa, ver se ela conseguiu escapar. Já estava amanhecendo quando cheguei na beira de lá, olhei para à direita e ela banhada em sangue tentando se arrastar.

        - Na... Nath... Me... ajude! – Ela suplicava, sua perna foi arrancada.

       - Shiiii! Não chame meu nome! – Eu a empurrei de volta ao lago.

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⏰ Última atualização: Jun 03, 2014 ⏰

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