Capítulo 13 - Reação

38 7 0
                                    

Aconteceu na hora do café da manhã. Obviamente, quem ficou com mais raiva foi Stella.
Mas ela era não era o alvo. O alvo era nosso pobre Takeda.

- Castelo von Fatalis - 9:12 AM -

"Lynnoux, pare de monopolizar o pashtjet."
"Mas você fez de atum!" - Lynnoux protestou, indignado.
"Não interessa. Você nem é o único felino aqui." - respondeu Stella. - "Deixe pelo menos um pouco para Alicia."
"Tá bom. Cadê o Takeda?"
"Foi buscar o jornal."
Repentinamente, ouviram-se dois tiros. Logo depois, um grito de agonia.
"AAAAAAAYYYY!"
"É O TAKEDA!" - gritou Stella. com um tom de urgência.
"БЛЯТЬ!" - gritou Takeda.
Sally encontrou Takeda no portão da frente. Em alguns arbustos na frente do castelo, uma raposa vermelha com uniforme havia sido baleada.
"Aquela сука acertou minha orelha!" - disse ele.
"Acalme-se. Vai ficar tudo bem." - Stella respondeu, levantando-o. - "Agora se segure ou eu te arrasto até o castelo."
Takeda decidiu obedecer. Afinal, não estava na posição para resistir.  Enquanto isso, Stella mostrava uma força fora do comum ao carregá-lo até o castelo. Deixou Takeda no sofá da sala e foi buscar itens de primeiros socorros.
Os outros já haviam acordado.
"Takeda! O que houve com você?" - perguntou Sev, preocupada.
"Levei um tiro na orelha. Pro inferno com essas raposas vermelhas!"
Stella voltou, carregando uma caixa enorme.
"Saiam da frente, felinas. O café da manhã está posto na sala de jantar." - disse ela, acomodando a caixa na mesa de centro.
Ela esperou as felinas saírem antes de começar. Rapidamente removeu a bala com uma pinça e fez um curativo.
"Ei, Sally. Posso ver a bala?" - perguntou Takeda.
Stella entregou-lhe a bala.
"Parece a bala de uma Tokarev. Com certeza a atiradora mirou na cabeça."  - analisou.
"Sim, é igual à minha TT33. Falando na atiradora, tinha mais alguma coisa?"
"Nada, exceto pelo fato de que usava uniforme de entregador de jornal."
"Entendo. Obrigado pelo curativo. Temos que avisar à Sev o que aconteceu, e planejar com cuidado a segunda missão."
"Eu falo com ela. Com certeza ela não vai querer ser a próxima a levar um tiro."
Stella chamou Sev, que veio correndo.
"Ele está bem, certo? Jessie e Johanna já foram retirar a raposa morta do portão."
"Sim, ele está bem. Na próxima missão, alguma de vocês vai ter que ir."
"Ué, por quê?" - questionou Sev.
"Vocês conseguem manter o anonimato. Pra nós da realeza, é meio difícil."
"Entendo. Vou chamar um pessoal extra, para reforçar o contingente. Enquanto isso, vocês teriam restos de metralhadora sobrando? Jessie conseguiu projetar uma sentinela..."
Takeda levantou-se, dirigindo-se para o seu quarto.
Nunca, em sua vida, havia se sentido tão humilhado quanto hoje. Ter orelhas grandes já era horrível. Levar um tiro em uma delas é o cúmulo da humilhação.
Ao chegar, sentou-se bruscamente no assento de seu piano.
"Agora, Takeda, deverá colocar sua alma na música." - dizia sua mãe, quando ele se sentia triste.  O piano sempre foi a solução.
Takeda passou os dedos por todas as notas, enquanto decidia qual música tocar. Sua pata parou no lá. Decidiu-se imediatamente por "Canon".

"A canção que, em cinco minutos, traz lembranças de uma vida inteira."

Enquanto Takeda tocava o piano, audível pelo castelo inteiro, Lynnoux e as felinas entraram em contato com o resto da equipe. Decidiu-se que seriam enviados os conhecidos (Victor e Alyssa) mais alguns dos membros veteranos (Julia, Bruce e Mike).
"Quem são esses outros três?" - perguntou Lynnoux.
"Julia é uma raposa das neves islandesa. Bruce é um urso pardo sírio. Mike é um panda chinês bem gordo. Se o Takeda quiser competir com ele em comer mais rápido, aposto 50 mil rublos que o Mike ganha." - respondeu Johanna.
"Tá, mas quais são as habilidades deles? Pandas e pardos não faltam por aqui."
"Señora Julia é uma engenheira extremamente habilidosa. Já serviu no grupo de sapadores do exército dinamarquês. Señor Bruce é um grande atirador com o lançador de foguetes. E Mike... bem, ele é como um tanque bem pesado. E também é muito bom com metralhadoras e lançadores de foguetes." - respondeu Jessie.
"Me lembrem de não chamar o Mike de M8. Eu não quero morrer." - disse Lynnoux, impressionado.
"Está com sorte, Lynnoux! Quem vai entrar em contato com ele é você!" - anunciou Alicia, rindo.
"É, quando temos tarefas difíceis, o Takeda leva um tiro. Aí o señor  Lynnoux tem que fazer as coisas dele." - resmungou Lynnoux.
"Aqui, pode chamar ele por esse número. A conversa é criptografada." - disse Jessie, entregando seu celular à Lynnoux.
Lynnoux começou a digitar.

Anon22: você vai vir pra cá, certo?
Anon23: quê?
Anon22: eu sou o príncipe lynnoux. quem manda aqui sou eu. agora eu estou na ordem. você vai vir pra petropavlovsk kamchatsky ASAP ou eu vou ir aí te buscar.
Anon23: que país é esse onde nem os príncipes falam "por favor"? já to indo, a sev avisou. fail
Anon23 está offline.

"Acho que deu certo." - disse Lynnoux, em tom irônico.
"Foi melhor que a Sev dando ordens. Durante uma missão no Brasil, ela falou pro Victor aparecer lá em 32 horas ou ela iria voltar e arrastá-lo por todo o Pacífico." - lembrou Alicia.
"Então eu peguei leve? Por essa eu não esperava."
"Nunca subestime a marra de Sev." - observou Jessie.

Takeda's Tales (PTBR)Onde histórias criam vida. Descubra agora