Capítulo 22

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Quando chego em casa a primeira coisa que faço é me jogar no sofá, estou prestes a explodir de raiva. Oh mulherzinha maldita aquela. Se ela aparecer na minha frente novamente eu acabo com ela, acabo.

Se tem uma coisa que eu odeio é gente cínica, consigo identificar gente assim de longe, do mesmo jeito que tenho a incrível capacidade de sentir cheiro de puta de longe, literalmente. De qualquer forma, eu não poderia esperar nada de bom vindo da garota. E o pior de tudo foi ver o Aaron defendendo-a, eu podia ter quebrado a cabeça dele, matava os dois. Um duplo homicídio não estava nos planos, mas já que é assim, ok.

Meu momento de reflexão é interrompido quando ouço um bip emitido pelo meu celular. Pego o mesmo, notando algumas ligações perdidas e mensagens, duas são da Ellie avisando que só chega mais tarde. As outras restantes são de um Aaron furioso, excluo sem nem me dar o trabalho de ler.

Vou ao banheiro, tomo um banho rápido, em uma tentativa falha de eliminar todo o estresse. Desligo o chuveiro e me enrolo em uma toalha, vou até o guarda roupa e pego um pijama de flanela, meu favorito.... Acredito que eu deveria comprar mais roupas assim, passo pouco tempo em casa, mas eu gosto de estar confortável.

Deito-me em minha cama, não sem antes conferir se a porta da frente está trancada, e ligar o ar-condicionado. Me enrolo, adormecendo logo em seguida com o friozinho tomando conta do quarto.

[...]

Não tenho ideia de quanto tempo eu dormi, acordei com alguém tocando a maldita campainha freneticamente, eu já estava prestes a matar alguém, não importa quem seria a vítima. Caminho até a porta ainda sonolenta.

A campainha não para, é capaz de quebrar.

— Mas que droga! Eu já estou indo merda! — Exclamo.

Abro a porta e mantenho meus olhos fechados por conta da claridade, já ameaçando quem quer que fosse na minha frente a essa hora.

— Onde raios você estava? — Inquire, intimidador.

— A minha cara nada feliz de quem acabou de ser acordada por um imbecil não diz?

— Não estou para brincadeiras Emma. Você me tira do sério, só me arruma problema! — Berra, passando a mão pelos cabelos.

Passa por mim, sobe as escadas pisando fundo.

— Cuidado pra não afundar. — Provoco.

Sento no sofá e ligo a televisão, coloco um canal qualquer. Já estava pegando no sono novamente, quando ele volta do quarto, já com uma calça de moletom e uma camiseta com um logotipo estranho. Ocupa o outro sofá vazio, encara-me durante um tempo, até que me viro um pouco para o lado, olho para ele cruzando os braços em frente ao corpo, com os olhos semicerrados.

Cansada desse jogo de encarar, dirijo-me ao meu quarto, antes de sair de seu campo de visão sou interrompida.

— O que foi agora? — Quis saber, tentei me soltar do seu aperto.

— Porque fez aquilo? — Respira fundo.

— Aquilo o quê? — Questiono cínica.

— Aquele showzinho com direito a plateia e tudo, você por acaso anda fumando alguma coisa? Você é maluca, não tem nenhum juízo. — Disse com firmeza.

— Ah! Aquele show? Sua fofa não disse o motivo? Achei que tinha dito. — Rio debochada e continuo, deixo a defensiva e parto para o ataque. Aponto o dedo em seu peito. — Você é um infeliz, eu já deveria saber! Eu não pedi que você acreditasse em mim, muito menos pedi que me defendesse, ou pedi? A questão é, se eu estiver certa eu não vou ficar quieta, porque se eu aceitar daqui a pouco ela faz pior. A vagabunda precisa de defesa, eu não. — Digo, por fim.

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