7

10K 657 118
                                    

Zezinho

Tava na boca fazendo a contabilidade. Vida de traficante também não é fácil não, você tem que fazer contas, pedir mercadorias, cobrar quem deve, cuidar da favela....

Não queria essa vida pra mim não, não entrei pro crime porque eu quis foi minha última opção, minha mãe sempre me dava conselhos pra não entrar nessa vida, quando era moleque meu tio me ensinava a atirar e dizia que quando crescer aquilo tudo seria meu, mais não era essa vida que eu queria.... Não era nada disso que eu queria!

Perdi minha mãe em uma invasão do Bope, ela ficou na frente da bala pra não acerta em mim, Clara tava com 1 ano, tinha que cuidar dela, saia pra arrumar um emprego e deixava a Clarinha com a dona Margarida, Clarinha até hoje chama ela de vovó, Clara sabe a causa da morte da mãe e me pede todo dia pra deixar essa vida, mas não tem como, só acaba no caixão ou na cadeia.

Assumi o morro que meu tio tinha deixado pra mim de herança, jurei vingança ao filha da puta que acertou minha mãe, ele vai perder quem ele mais ama pra sentir a dor que eu senti.
DM chegou na sala correndo.

Zezinho: Tá correndo por que?- pergunto com meu cigarro entre os dedos.

DM: Tia Rosa que me bater.- gargalhei.

Zezinho: De novo? Já vi que tu não cansa de apanhar.

DM: Nem um pouco vinhado.- afinou a voz.

Zezinho: Toma no cu.- falei rindo.

DM: Bem gostoso, adoro.

Zezinho: Chegou a mercadoria?- pergunto.

DM: Não pô, o Bope tá rondando aqui perto da favela, quando o caminhão chegou pegaram tudo.

Zezinho: Porra.- bati na mesa.- o filho da puta do Marcos ainda ta no comando?

DM: Ele e a equipe dele que tá rondando por aqui.- assinto.

Zezinho: Esse porra só vai sossegar quando tiver na vala, já tá perto pra acontecer. Soube de alguma coisa pra afetar o filha da puta?

DM: Junin descobriu que ele tem uma filha.

Zezinho: Como é o nome da pirralha?- pergunto jogando a bituca do cigarro fora.

DM: Ele só descobriu isso, que ela tem 15 anos.

Zezinho: Esse pau no cu soube bem esconder ela, mais quando eu achar ele vai saber o que é perder a pessoa mais importante que tem.

DM: Fala aí como tá teu lance com a amiga da Dani.- mudou de assunto.

Zezinho: Mina chata do carai, fica me enfrentando só doideira.- gargalhou.

DM: Achou uma que não quer teu dinheiro e nem ganhar fama de mulher de bandido.- concordei.

Zezinho: Ela é mina responsa.

DM: É sério o bagulho? Vai assumir mermo?- nego.

Zezinho: Tá me tirando? Zezinho é das gatas.- gargalhou.

DM: Se ela for embora e não voltar mais tem problema?- DM me conhece melhor que ninguém ele sabe que comigo só é uma vez e acabou, se ainda ta aqui é amante.

Zezinho: Claro que tem porra, a mina é minha caralho, minha nova amante.

DM: E a Natália?

Zezinho: Natália é só pente e rala.- o mesmo concorda.

DM: Lembra mais não da Laura?- Laura era minha antiga fiel gostei muito daquela vagabunda, mais a mesma tava passando informação pro morro rival, e quando soube que ia morrer fugiu.

Zezinho: Pega o papo se eu souber que a vagabunda tava por aqui eu mato ela.- disse sério, sei que se ela tiver por aqui o DM vai logo me contar, esse ama uma fofoca, fica nas portas até tarde fofocando.

DM: Ela não volta aqui tão cedo.

HR chegou se segurando pelas paredes.

Zezinho: Ta morrendo porra?- gargalhei.

HR: Não aguento mais cagar, Soraya se inventou de cozinhar olha o que deu.- fez uma cara de dor.

DM: Se fudeu.- gargalhamos.

HR: Meu boga ta ardendo, parece um vulcão a qualquer momento pode entrar em erupção.

Zezinho: Toma um remédio pra prender o cu.

HR: Cadê tem ai?- perguntou.

Zezinho: Não, mais o DM vai lá comprar.

DM: Não lembro de ter me oferecido não parceiro.- arqueou a sobrancelha.

Zezinho: Vai sim.- escrevi o nome do remédio no papel e o mesmo foi comprar, depois de um tempo DM chega com o remédio.

DM: Toma.- jogou em cima da mesa.

HR pegou e tomou o remédio rápido, assim que ele tomou comecei a rir.

DM: Ta rindo de que? Quero rir também.

Zezinho: Espera daqui a pouco tu rir também.- HR olhou pra mim desconfiado.

Voltei a fazer a contabilidade na paz HR foi pro banheiro dizendo que tava se cagando. Depois de alguns minutos o mesmo chega gritando.

HR: Que porra tu fez? Olha como eu to.- chegou gritando apontando pro pau duro.

DM: Ta galudo, tava batendo uma pensando na Soraya. Cara, não sou obrigado a ver a tua porra espalhado pelo banheiro não.- gargalhei e HR fechou a cara.

HR: Tava batendo porra nenhuma, que remédio era aquele?

Zezinho: Porra me falaram uma vez que viagra não era só pra levantar o piru, também serve pra prender o cu.- gargalhamos.

HR: Pelo menos a vontade de cagar passou.- deu de ombros.

Já tava na hora do almoço já tava saindo e HR nós chamou.

HR: Tá indo pra onde?

Zezinho: Almoçar, tu não vai não?- tirei onda.

DM: Ele vai voltar pra bater outra.- gargalhou.

HR: Ta tirando com a minha cara porra? Tu acha que eu vou sair galudo.

DM: Sobe na moto mané, ninguém vai ver.- o mesmo pareceu pensar olhou para os dois lados viu que ninguém tava olhando e subiu rápido na moto.

Paramos em frente a lanchonete do Fábio.

HR: Tá de zoação? Vou almoçar aqui não.- cruzou os braços em cima da moto.

Zezinho: É aqui ou tu vai pra casa comer a comida da Soraya.

HR: Bora entrar logo nessa porra.

Entramos e o HR tentava esconder o pau duro mais não dava, tava indo em direção a mesa até que o Fábio nós para.

Fábio: Oi meninos, o que vocês vão qu..-parou de falar assim que viu o pau do HR e arregalou os olhos.- nossa que duro.- gargalhei junto de DM geral tudo só olhando a situação do HR e rindo também.

HR saiu dali com raiva, almocei depois voltei pra boca, HR tava lá sentando.

Zezinho: Toma.- entreguei uma quentinha pra ele.- galudo.- falei rindo.

Amor com Traficante(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora