Please, don't catch me.

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[POV Lexam]

 Meu sonho estava normal, e, de repente, eu estava beijando alguém, mas descobri que foi uma resposta do meu corpo, por que, ao acordar, eu realmente me senti beijado. Alguém estava me acordando com beijos, e quando fiquei consciente disso, abri os olhos rápido, e não tinha nada além da porta que bateu como se alguém tivesse a fechado. Alguém a fechou. Tipo, sério isso? Uma anjo roubou um beijo? Isso não seria pecado? O pecado realmente existe?

 O tempo se passou e eu ainda me senti como se meus lábios estivessem sendo pressionados. Vesti meu uniforme, escovei os dentes, passei enxaguante bucal, perfume, penteei o cabelo, e fui pra escola. Perdi a hora, mas o porteiro é lerdo e deixa as pessoas entrarem com até 15 minutos de atraso. Chegando na sala, me sentei, Martin do meu lado. Fiz o típico toque com soquinho e me virei pra frente, pensando se falava ou não sobre como eu acordei. Se passaram quatro cansativos horários, e o professor de outra matéria entrou.

 Entrega de resultados e...

 - Trinta e dois - me levantei pra pegar a prova de Geografia. Já estava confiante, por que tinha estudado muito, mas quando peguei, na prova, que valia sete, tirei um e meio. Fiquei dez segundos olhando pra prova e me sentei; os colegas á minha volta me perguntando quanto eu tirei, e eu realmente não queria falar, então só entreguei a prova pra eles, e deitei em cima da minha blusa de frio que estava em cima da mesa. Martin batucou na mesa e me virei pra ele.

 - Ta tudo bem? - ele perguntou, sincero. Mas eu não tive muita paciência e só voltei á posição anterior. - Lexam?

 - Depois! - falei com a voz abafada pela blusa.

 - O que é, cara?!

 - Não enche, já disse que depois.

 - Mas Le-

 - CALA A BOCA - gritei já olhando pra ele; e agora, a sala olhando pra mim. Peguei a blusa e saí pro pátio, um pouco depois, ele apareceu caminhando até o banco em que eu tava - Meu senhor, vai começar isso de novo?

 - Só quero saber o que ta acontecendo!

 - Eu estudei e tirei uma nota ruim!

 - E daí? - ele disse e bufei, dizendo

 - Não é como se importasse no "seu mundo" - debochei - Mas no meu, isso importa.

 - Cara, qual é? Você recupera! - ele se sentou - O que você tem contra mim?

 - Nada.

 - Fala! Fiz alguma coisa que você não gostou? Sou feio? Sou chato?

 - Nasceu, não e sim.

 - Tecnicamente eu não nasci, não funciona exatamente assim, os anjos nascem atrav-

 - Eu não quero saber como os anjos nascem. - ele se calou e cruzou os braços.

...

 - Então eu não sou feio? - no momento em que ele disse isso me arrependi do que respondi anteriormente

 - Vai se ferrar.

 - Sou ou não?

 - Me deixa.

 - Custa dizer?

 - Não, você não é. Agora sai daqu- - fui "calado". Os mesmos lábios que me beijaram ao acordar, agora tenho certeza, mas apesar de ter certeza, não tenho reação.

 - Agora volta pra sala. - ele pediu

 Não respondi.

 - Vamos, volta pra sala - ele pediu de novo.

 - Que porra foi essa? - disse olhando pro nada.

 - Foi um beijo, ué. - respondeu minimamente

 - E eu deixei?

 - E você gostou?

 - Responde primeiro.

 - Não. - ele disse e me beijou de novo. Nunca tinha beijado alguém do mesmo sexo antes, então, dessa vez, retribuí para testar, passando o braço por volta dos ombros dele. Depois disso, ficamos em silêncio até que o sinal tocasse. O professor não me deixaria voltar pra sala, então era melhor esperar o outro. Fingi que nada tinha acontecido e me antecipei em ir embora antes, e entrei em algumas lojas pra não ser encontrado por ele. Uma delas, era uma loja de jóias, e um caminhão tinha saído depois de deixar as mercadorias. Mas um anel tinha caído, e eu não sabia o que fazer com ele. O caminhão tinha ido embora, e se eu entregasse pra loja, pensariam que era uma farça, ou que eu tinha roubado. Guardei no bolso e fui pra casa.

 Aí me dei conta.

Ouro.

Semiespiral.

 Uma ponta de cada lado, como se formasse asas.

 Essa era minha segunda parte.

 Cheguei em casa e me sentei na escrivaninha, olhando pro anel, e pensando se o colocava ou não, e no que pensariam se eu começasse a gritar e chorar inconsciente no meio da minha casa pela viagem ao plano espiritual.

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