Anne...
Me chamo Anne, Tenho 17 anos, sou de estatura mediana e corpo robusto. Meus cabelos são ruivos e ondulados, e meus olhos negros são destaque sobre minha pele branca. Tenho um sonho de me tornar uma psicóloga e uma escritora, pois em meu tempo livre fico em meu quarto, sentada em minha escrivaninha ao lado da penteadeira, fico ali escrevendo alguns textos em meu notebook. Nele escrevo histórias sobre o mundo sobrenatural, além de deixar arquivado alguns documentos sobre os sonhos que tenho tido desde de meus 15 anos de idade.
Desde de que minha mãe morreu, eu vivo com minha tia Estefânia em Beverly Hills, Califórnia, Ela é bem parecida com minha mãe: com cabelos negros e cacheados. Ela é mais baixa e tem dois filhos: Karina e João. Os dois são bem diferentes. Minha tia é uma condessa com sobrenome importante: Valverde.
Estudo em um colégio bem localizado. Minha tia sempre procura me dar uma vida maravilhosa, mas eu sinto que não me encaixo nesse lugar. Algo grita aqui dentro, falando que devo saber o motivo pelo qual minha mãe morreu daquela forma tão... estranha.
Quando me lembro da forma que minha mãe morreu, não consigo me conformar, Eu tinha apenas oito anos quando aconteceu. Ao pensar nisso sempre tenho a sensação de que há algo de errado...
Ah, mãe como sinto sua falta.
Ao me lembrar dela posso senti lá, aqui comigo e descrever cada detalhe seu.
Sua pele branca e sedosa, um encaixe perfeito com seus cabelos longos e negros, sua altura mediana. Em seu rosto se contemplava seus olhos castanhos e lábios carnudo. Sinto meus olhos lacrimejar com essa lembrança.Nunca entendi porque você morreu, mãe. – choro
Minha Mãe era doce, atenciosa e sempre procurava estar comigo, mais sinto que algo não está certo, é como se minha lembrança fosse como um quebra-cabeça que falta a peça fundamental. Pensando nisso acabo por dormir.
[...]
Acordo pela manhã sentindo o cheiro do orvalho, A grama molhada e o cair das folhas secas me lembra que a minha estação favorita chegou (inverno) . Decido sair da cama e quando dou uma olhada no quarto, percebo o quanto ele é lindo. Eu não havia percebido que as paredes tinham um tom rosado com pequenos arabescos que contrastavam com a mobília, o guarda-roupas e o criado mudo ao lado da porta. Perto da janela tem uma penteadeira branca que acentua perfeitamente com sua cadeira de estofado florido.
Na cabeceira da cama tem um espelho enorme e no meu reflexo vejo o quanto preciso de um banho. Urgente! Ao entrar no banheiro muito bem arquitetado com uma bancada e uma banheira, ligo a torneira e deixo a água quente cair sobre meu corpo e relaxar meus músculos.
Já estou pronta para ir para a escola com a Karina e João, mas como sempre ela faz de tudo para que eu me sinta pior pelo modo de me vestir. Estou usando calça jeans, uma camisa de manga comprida e o meu cabelo está preso em um coque. Minha maquiagem é leve. Eu me sinto bem assim, mas Karina sempre quer mostrar que é melhor que eu. Ela me olha e pergunta:— Você vai assim? Desse jeito? —Sua voz tem um tom nojo.
— Assim como? — Pergunto.
— Com essa roupa ridícula!! —Responde irônica.
— Minha roupa não é ridícula! —Bufo.
— Ah, fala sério, garota! Olha como eu estou vestida! — Karina diz e sai da sala.
Aonde estamos tem um sofá de canto vermelho e uma mesinha de canto com abajur. Ao lado do sofá está a estante com a TV de 29 polegadas. Olho para Karina e percebo que realmente ela está mais bonita que eu. Com sua camiseta regata de seda (apesar de estar esfriando), sua saia xadrez que descia perfeitamente em seu corpo bronzeado. Ela é Alta, tem cabelos lisos castanhos e olhos da mesma cor, que se destacam mais ainda por causa do delineador.Mas eu não me deixo abater por isso, pois gosto de como me visto. Não quero chamar atenção, até mesmo porque não tenho o que mostrar. Contudo meu primo João, faz com que me sinta sempre melhor e acabo rindo da situação.
– Não liga pra ela! – Ele diz
– Eu não ligo , porquê não sou como ela. – Digo.
– Eu sei! Por isso gosto de você. Pelo seu jeito. Não precisa mudar por ninguém. Gosto do seu jeito maluquinho de viver a vida, apesar de tudo o que aconteceu.
–Ele diz olhando nos meus olhos e sinto que vou chorar quando ele me abraça e saímos para a escola.
João é meu primo e meu melhor amigo. Com ele me sinto completa. Não que eu não goste da minha tia e da minha da prima, mas elas não me entendem e vivem me colocando para baixo. Meu primo sempre me faz rir, mesmo com todos os problemas. Ele é lindo. Tem mais ou menos 1,82 de altura, pele bronzeada e cabelos castanhos como os da irmã, mas são seus olhos que me chamam atenção. Tem um tom de esmeralda que cativam todos a sua volta, principalmente as meninas. Confesso que sempre me pego com ciúmes.
Ele está vestindo uma calça social com uma camisa gola polo e um moletom. Os cabelos estão molhados e penteados para o lado, ficando sempre charmoso.
Chegamos ao colégio e olhando para ele parece um castelo medieval. Chega a ser engraçado pelo fato de estarmos em pleno século XX. Com seus muros altos, como se pedras tivessem sido empilhadas uma em cima da outra, tem um certo charme. O seu interior é lindo e contém várias salas com corredores infinitos, tornando fácil se perder dentro dele.
[...]
Já se passaram quase quatro horas desde que entramos no colégio, mas não consigo prestar atenção no que o professor fala, pois estou pensando na morte de minha mãe. Solto um suspiro.
O melhor momento do meu dia é quando estou sozinha. Fico em meu lugar de pensamentos: uma árvore grande com imensos galhos e que abriga vários pássaros. Mas é a noite que fica mais calmo e que me sento embaixo dela e fico pensando. Pensando em como era feliz com minha mãe, como ela me protegia de tudo e eu chegava a pensar que era exagero dela . Mas ela sempre me convenceu de que isso era coisa de mãe coruja, pois eu era sua única filha e ela me amava muito. Quando percebo, estou chorando pelas lembranças dela.
Estou sentada há uma hora quando percebo que alguém está me olhando. Me viro para saber quem é, mas não vejo nada. Então, de repente, João aparece e me chama.– Vem, Anne. Vamos entrar. Está esfriando e está ficando tarde. – Ele fala.
– AH, João. Quero ficar mais um pouco, Estou bem. Pode entrar. Daqui a pouco eu vou. – Respondo
– Mas, Anne, esqueceu que agora está ficando frio? Estamos no inverno! – Ele diz preocupado.
– João, você é muito chato. Eu só quero ficar sozinha um pouco.
– Ok, Anne. Mas não demora. Eu me preocupo com você. – Ele fala e entra, me deixando sozinha novamente.
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O Despertar- O segredo Revelado
FantasíaSinopse A realidade nem sempre foi gentil com Anne, órfã desde de os oito anos, mora com a tia e os primos em uma cidade da Califórnia. Mas isso nunca a impediu de ser gentil com a vida. Espontânea e sonhadora, deseja fazer faculdade de psicologia e...