I - Edward

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Brasil, um país gingante por sua própria natureza, com uma riqueza incalculável, seu povo. A grande miscigenação que ocorreu durante seu descobrimento, fez de sua população uma das mais diversificadas do mundo, mas como toda nação possui seus problemas. A chegada dos europeus e africanos, trouxeram muito mais que diversidade e choque de cultura, a linhagem de algumas pessoas escondia segredos que somente o destino revelaria séculos depois.

Na cidade de São Paulo, a mais rica do país, um jovem busca deixar sua marca no mundo, embora incumbido de uma grande responsabilidade, há exatos 5 anos sua vida sofreu uma mudança brusca, seus pais sofreram um acidente que ceifou suas vidas, deixando a ela uma herança que demanda muito esforço e seriedade, mais ainda, a solidão de si estar sozinho no mundo.

David Edward Clark, o garoto que aos 18 anos, viu-se obrigado a dirigir uma das maiores empreiteiras do país, entre tanto outros investimentos e ações. Mesmo muito jovem, fez questão de tomar o lugar que outrora era de seu pai, alguns acionistas de suas varias empresas, não concordavam em razão de sua pouca idade, porém o time que ele montou para orienta-lo em pouco tempo mostrou resultados satisfatórios afastando assim, as suspeitas ou preocupações sobre sua liderança.

- senhor Clark, aqui está o balanço do primeiro trimestre. – diz a secretária, e fica parada em frente a mesa de Edward esperando ele virar sua poltrona.

- muito obrigado Beatriz, agora, por favor, te peço pela milésima vez, me chame de Edward, esse ''senhor'' está no céu. – responde ele, com um bom humor habitual.

- e que me sinto mais vontade, chamando o senhor assim, como todo mundo faz. – responde ela, entre um leve sorriso, ele balança a cabeça sorrindo também.

- precisa de mais alguma coisa senh... Edward?

- não obrigado, acho que agora estamos entendidos. – termina ele, a secretária se retira ela vai para sua sala, ele permanece em sua cadeira, onde começa a analisar os documento deixados por ela.

Em sua analise percebe que a empreiteira, do qual é dono, amargava mais um déficit, a queda nos lucros desta vez foi vertiginosa, acumulada a vários trimestres seguidos de queda. A razão para isso era uma operação policial, que apura irregularidades em contratos de diversas empreiteiras com o governo, como Edward não era o presidente da empresa quando vários desses contratos foram feitos ele estava de fora dos meios usado para fecha-los.

Mesmo porque Edward nunca quis trabalhar com engenharia civil, obra públicas, ainda sim ele havia se formado em engenharia civil, por ordem do pai, que achava que para compreender melhor a empresa era necessário saber como ela funcionava em sua base, somente assim ele estaria pronto para cursos de administração e gestão financeira, o qual ele fez mais tarde.

Sua verdadeira paixão era tecnologia, ainda que não tivesse feito o curso nesta área, o que era realmente sua vontade, ele acompanhava todo tipo de inovação tecnológica e redirecionou todos os investimentos que herdou, para esse ramo, com o tempo ainda que de forma acidental isso lhe rendera frutos, ele fazia parte do seleto grupo de bilionários do Brasil. Logo mesmo que sua maior empresa sofresse prejuízo atrás de prejuízo, sua fortuna estava assegurada nas diversas micros e medias empresas da qual participava como acionista. Ele se prepara para compra uma grande empresa do ramo, porém deveria tomar uma decisão, não poderia compra-la sem antes se livrar do que já foi o maior orgulho de seu pai, a empreiteira ConstruClark Brasil.

Horas mais tarde, Edward que não havia deixado seu escritório, nem mesmo para o almoço, conseguiu enfim termina a leitura do balanço financeiro de sua empresa, mas o motivo que realmente o prendeu ali, foi a decisão que tem de tomar, livra-se da empresa deixada por seu pai, e possivelmente manchada por corrupção, ou investir em seu verdadeiro sonho? Edward ainda pensava nessa questão, para resolve-la de fato, ele consultaria a única pessoa na qual confiava para orienta-lo em uma decisão como esta, seu antigo professor de historia do ensino médio, um renomado historiador.

Edward marcou com ele as seis da tarde, em um café próximo a sede de sua empresa. Eles mantem uma relação de proximidade que lembra pai e filho, mais agora uma vez que seu pai já se foi. No horário indicado Edward parte para seu encontro, chegando lá, seu professor, Marcelino já o aguardava.

- não é de seu feitio se atrasar. – indaga o professor ao vê-lo.

- me desculpe, e que... – responde Edward enquanto ajeita a cadeira na qual irá se sentar.

- tudo bem, mas diga-me, você disse que era urgente, aconteceu algo? – pergunta o professor, em seguida abaixa o livre que estava lendo, e pega sua xicara de café.

- na verdade não professor, irá acontecer ainda, por isso preciso de seu conselho, para saber qual decisão tomar. – responde Edward dando um suspense ainda maior, o professor o olha, entre um gole e outro de café, e Edward continua.

- o senhor já deve saber, minha empresa, a ConstruClark está envolvida nos escândalos de corrupção. – conta ele, encarando o professor.

- sim, tenho visto os jornais.

- pois bem, o senhor sabe que esse nunca foi o ramo que eu queria seguir, e a cada dia a empresa afundar mais, sobre esses escanda-los me entristece saber que foi durante a gestão do papai que muito desses esquemas foram criados. – Edward para, olha para o chão com um semblante de tristeza, suspira e continua.

- eu não estou preparado para lhe dar com isso, são coisas demais, a reputação do meu pai também, parece que será manchada, eu, eu... eu não quero descobrir mais coisas vergonhosas sobre ele, isso tudo é um fardo que não aguento carregar. – desabafa ele, seu professor o ouve atentamente, nesse momento ele tira o óculos e então fala.

- então você está pensando em vender a ConstruClark?

- exatamente, quero seguir meus próprios planos. – responde ele com um sorriso de lado.

- eu entendo, mas ainda sim é algo que requer muita paciência, mas te conhecendo não é somente isso que o incomoda. Você sabe que pode contar comigo Edward, tenho todo o tempo do mundo para te ouvir. – diz Marcelino, Edward o encara novamente por segundos, em seguida lhe conta seus planos e ideias.

- mas antes professor, o que o senhor acha, devo me desfazer da ConstruClark? – pergunta Edward mais uma vez.

- eu, melhor, nós dois sabemos que você já tomou está decisão, vá em frente e faça o que tiver de ser feito. – responde Marcelino em seguida, toma mais um pouco de café, enquanto observa Edward.

- de fato, o senhor me conhece bem. – responde ele, sorrir e depois tira o celular do bolso, onde enviar uma mensagem a um de seus subordinados, com a ordem, ''venda tudo!!!''

Depois de alguns minutos de conversa sobre coisas banais, seu professor enfim, retomar o assunto principal, o qual o levou-os para este encontro.

- bem, acho que você já pode me falar do verdadeiro assunto, que te fez me trazer aqui. – propõe o professor.

- certo, mas não vá rir de mim, o que vou lhe contar agora parece loucura, mas se trata de um sonho que eu tiver... – diz Edward, então começa a narrar ao seu professor, uma história que mais parece fantasia, mas era um sonho...

Os 5 de 11Onde histórias criam vida. Descubra agora