Look, put your filthy hands all over me.

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Notas da autora: Por favor, caso você goste e queira ver outros contos meus publicados por aqui, lembre de deixar um voto! Os votos são muito importantes e mostram que vocês desejam ler outros trabalhos meus. Boa leitura.




And what you gonna do with all that beast

When I leave the cage open?

Huh, walk to me

Amaya olhou através da grande janela que separava a cozinha da varanda de frente para a areia branca da praia, o sol da manhã a fazendo pensar em buscar um chapéu antes de sair para fora. Trajava um biquíni laranja, sua cor favorita, apenas uma tanga amarrada na altura do quadril a cobrindo mais do que a peça pequena, os cabelos loiros soltos e ondulados, como em todo verão. Não tinha paciência para as horas de secador quente que o cabelo liso pedia. Por algum motivo sentia que estava na casa de praia da família, onde costumava vir quando desejava ficar sozinha, aproveitando as noites na cidade, nunca repetindo o rosto ao seu lado na cama ao acordar.

—— Pensei que viria caminhar comigo hoje cedo.

O tom de voz já conhecido a fez soltar o copo recém cheio com o suco de laranja que tinha encontrado na geladeira, os olhos castanhos se erguendo, abrindo-se mais ao notar quem era. Não sabia em qual momento Jane chegou, tampouco entendia por qual motivo as duas estavam juntas ali. Talvez tivesse passado um tanto quanto do ponto na noite anterior, exagerando nas doses de tequila ao ponto de não se lembrar. Foi dominada pela culpa de estar ali com Jane, sua chefe no jornal e por quem vinha sentindo uma estranha atração desde o primeiro dia de trabalho, sendo que ambas eram comprometidas. Jane tinha um marido que sempre elogiava, Amaya um calmo namoro com Klara. Nenhuma das duas deveria estar ali naquele momento.

—— Você não foi com o seu esposo? —— questionou, tão nervosa que não conseguia se lembrar do nome da pessoa a quem se referia, mas esperando entender o que acontecia naquele momento.

Em resposta recebeu um riso divertido que a fez abaixar o rosto em chamas, sentindo o pescoço quente ao corar de forma tão violenta. Buscou apoio na mesa de madeira, sentando-se na cadeira mais perto de si enquanto a cabeça girava em pensamentos extremamente confusos com tudo aquilo. O que ela e Jane estavam fazendo juntas ali? Até qual ponto tinham ido?

—— O que aconteceu, Amaya? Já se enjoou de mim?

O tom magoado na voz da mulher ruiva a deixou quase exasperada. Olhou com os olhos alarmados para a mulher, engolindo em seco, o copo em mãos sendo apertado com mais força do que o recomendável. Por fim, começou a falar de maneira desconexa, rápida, as palavras voando e fugindo de seu controle, como costumava acontecer sempre que se sentia nervosa ou estava sendo pressionada. Disse que não entendia o motivo das duas estarem ali, que aquilo era um erro, que não se lembrava de absolutamente nada. Como tinham chegado ali, o que tinham feito, quando, como, por qual motivo.

Jane a encarava com a expressão séria, dura, os olhos negros impenetráveis. Amaya sentiu o coração pesar, as mãos suarem, sem entender qual era o próximo passo. Não sabia como lidar com a situação em que as duas se encontravam naquele momento. Não era religiosa, mas rezou quando Jane caminhou em sua direção, a expressão séria presente no rosto que a encarava. Nunca foi do tipo submissa, mas a expressão de seriedade presente no rosto de Jane a fazia estremecer por inteiro, fechando as pernas com força, tentando controlar a pulsação que começava por entre as pernas, encharcando a calcinha em segundos.

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