Quatro

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Olá meus amoressssssss.

O capitulo de hoje eu quero dedicar a alguém muito especial. Ari, minha flor, que tudo que há de melhor lhe aconteça. muitas felicidades, não só hoje, mas todos os dias, que sua vida seja tão radiante quanto é o seu sorriso minha pretinha do poder! love tu minina! <3 <3



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— Pressão arterial, ok! — informa Guilherme, o enfermeiro que pedi ao Dr. Gilberto que designasse para me auxiliar durante o percurso de Mossoró até Natal na aeronave UTI devidamente equipada para alguma eventualidade, mesmo o pai de Fred afirmar não ser preciso e que a equipe da aeronave era suficiente, eu insisti em ter comigo alguém da minha confiança.

— Tudo bem! — respondo verificando os demais monitores.

— Será que ele acordará? — Viro-me e vejo Régia Fradick Moreira parada alguns passos de onde a maca e os aparelhos estão posicionados no interior da aeronave.

— Senhora — cumprimento sem ainda ter uma resposta para suas perguntas dos últimos três dias. — A sedação foi retirada há cerca de cinco horas e a sua condição continua estável, mas é um quadro difícil de diagnóstico. Não sabemos o que se passa internamente na sua função cerebral além do que foi apresentado pelos exames.

— Ele vai acordar, sei que vai! — Admiro a confiança e fé que ela tem.

— Torcemos por isso — respondo com um leve sorriso. Ela me devolve de maneira comedida antes de se retirar para ficar ao lado do marido sentado nos assentos próximos à cabine dos pilotos. Os dois enfermeiros da equipe médica do Dr. Jânio nos observam sem falar nada, uma vez que nos auxiliaram com as instruções básicas a seguir durante o voo se encaminharam para lá e não falaram mais conosco.

— Joy? — A maneira como Guilherme usa meu apelido que só os mais íntimos têm autorização para fazê-lo me faz olhá-lo.

— Sim?

— O que está acontecendo contigo, pequena? Desde a noite de sexta que as olheiras ao redor desses lindos olhos castanhos estão mais profundas, sem contar que há algo diferente em tu, só não sei o que é.

Queria poder ser menos transparente às vezes, pois basta a pessoa ser um pouco mais atenciosa e sabe que não estou bem. Balanço a cabeça para deixar claro que não estou a fim de conversar sobre, mas esse é Guilherme, um dos poucos amigos que fiz ao longo dos anos. Quando me olha erguendo apenas uma sobrancelha é sua dica de que será impossível esconder algo dele.

— Só ando um pouco cansada, nada demais — tento uma meia verdade para amenizar.

— Esse cansaço não seria por que sempre que tinha um tempo livre ia até o CTI verificar nosso belo adormecido aqui? — Rolo os olhos para o seu comentário. — Não tentou despertar ele com um beijinho de amor verdadeiro?

Seguro a risada que ameaça explodir dos meus lábios, minhas bochechas ganhando um tom de vermelho forte ao me lembrar que por uma ou duas vezes me peguei desejando beijar meu paciente, apesar da minha racionalidade me dizer que era uma loucura momentânea, nada mais.

— Não me diga que beijou? — Seus olhos triplicam de tamanho ao segurar sua própria risada.

— Não seja bobo! Claro que uma coisa dessas não passou pela minha mente, se eu ia sempre ver como ele tava, foi apenas por ainda estar um tanto atordoada com tudo. Tive bem perto de perder um paciente na minha mesa de cirurgia, seria a primeira vez desde que entrei para o IETM, essas coisas marcam nossa vida.

Não é de todo mentira, sei que toda essa bagunça que se formou na minha mente e venho confundindo com afeto, trata-se na verdade de uma reação a tudo e pelo jeito Guilherme também acredita nisso, uma vez que vai até o sofá no canto esquerdo da cabine e fica em silêncio pelos próximos trinta e cinco minutos de viagem. Depois de ter verificado tudo, vou até ele e sento ao seu lado, deito a cabeça em seu ombro e me permito um cochilo rápido. A próxima coisa que escuto é o piloto avisando que devemos colocar o cinto para a aterrissagem no Aeroporto Internacional Governador Aloizio Alves em São Gonçalo do Amarante.

O outro enfermeiro integrante da equipe da UTI aérea vem auxiliar Guilherme no processo de remoção do paciente para a ambulância. Assisto tudo com atenção, meu trabalho como médica responsável por Luís Augusto está quase chegando ao fim e pensar nisso faz meu estômago dar um nó. Tenho me preocupado com ele mais do que deveria, eu sei, mas tem sido inevitável não pensar nele, ou melhor, na sua condição clínica nos últimos dias.

Os próximos vinte e quatro quilômetros são feitos com conversas técnicas onde eu repasso para o neurocirurgião que assumirá o caso a partir daqui o máximo de detalhes sobre o estado do paciente.

Ao chegarmos no Instituto Neurológico de Natal somos encaminhados para o 4° andar onde as instalações são sem dúvidas impressionantemente sofisticadas e equipadas com o que há de melhor, não posso negar que aqui Luís terá um tratamento com o que há de mais moderno no país.

— Ele está há mais ou menos seis horas sem sedação, a última tomografia feita em Mossoró mostrava que o inchaço cerebral diminuiu, agora deve ser questão de horas para ele acordar — digo para o Dr. Fernando Mendonça, neurocirurgião que ficará responsável por Luís a partir daqui.

— Hmmmm, vejo que fez um excelente trabalho até aqui, Dra. Joyce, deixaremos que ele descanse mais um pouco para que possamos repetir todos os exames, a compressão da aeronave mesmo em um percurso pequeno tem suas desvantagens. — Suspiro internamente aliviada ao perceber que alguém aqui estará preocupado de verdade com a recuperação do meu paciente.

— Sim, esse foi um dos motivos pelos quais preferimos esperar as primeiras setenta e duas horas antes de qualquer locomoção.

— Fizeram bem, agora se me dá licença, preciso visitar alguns pacientes, mas logo uma equipe de enfermeiros virá buscá-lo para os exames. — Balanço a cabeça em concordância.

Ele sai e me deixa ter uma última dose do meu mais recente vício. Olho para ele por alguns instantes, de onde estou é possível ver claramente seus traços bem definidos, mas ainda assim me sinto atraída a chegar um pouco mais perto. Antes que perceba estou bem ao seu lado, minha mão tocando a sua com as pontas dos dedos distraidamente.

— Você vai sair dessa. — Penso alto. — O verei pela televisão após sair do hospital, sei que vou.

Acaricio seu braço lentamente, para quem vê de fora pode pensar que estou verificando sua pulsação. Deixo meus dedos lá por alguns segundos antes de começar a me afastar, preciso parar com isso agora mesmo, dizer adeus e assistir à distância o que a vida reserva para ele nos próximos capítulos. Meus dedos estão se afastando dos seus quando eles se movimentam, congelo por dois segundos antes de voltar minha atenção para ele.

Busco algum sinal de que ele esteja acordado, mas não há nada, ele continua imóvel. Provavelmente foram espasmos do seu corpo causados por muito tempo na mesma posição, misturado com minha vontade de que ele acorde, que fique bem e essa obsessão que ando tendo pelo seu bem-estar passe na mesma velocidade com que veio.

Balanço a cabeça desanuviando meus pensamentos e sigo para a saída, dessa vez sem olhar pra trás.

Continuaaaaaaaa

Pois é a nossa medica precisou voltar para casa e refazer alguns pontos. 

Mas será que ela consegue? 

Até o próximo amoresssssss!

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Minha cura♥ }☘{♥ DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora