Para sempre

130 4 0
                                    

Para sempre.

*2 meses depois*

Ainda não compreendia como isto funcionava. Sim, isto do meu crescimento. O avô tentara explicar-me que esta era a minha natureza e que o meu ritmo de crescimento era impressionante, afinal, eu não era uma menina como as outras. Eu era metade humana metade vampira. Não me importava nada visto que tinha uns poderes muito bons que podia usar muitas vezes a meu favor, o que deixava os papás aborrecidos. Mas não faz mal. Eles amam-me na mesma...fazem questão de o dizer todos os dias. Não por sentirem necessidade com medo que eu os deixe de amar, nada disso. Eles apenas querem que eu saiba o quanto me amam e eu sei. Eu amo-os de igual forma, se não mais. Levanto-me da cama calmamente e olho no espelho de corpo inteiro que tinha preso à parede. Em apenas dois meses tinha crescido dois anos, pelos vistos agora aparento ter 13 anos. Amarro o meu cabelo cor de bronze comprido num rabo de cavalo que continua a dar-me pelas costas e visto o meu robe cor de rosa e calço umas meias brancas fofinhas que me aquecem durante a noite...pelo menos quando o Jake não está por perto. Saio do quarto e sorrio para a minha mãe que punha as panquecas na mesa da sala.

- Bom dia meu amor – dou-lhe um beijo na cara e ela retribui-me mas neste momento sinto alguém dar-me um beijo na cabeça por trás. Impossível não reconhecer aquele cheiro tão familiar e reconfortante.

- Papá... - viro-me para ele e abraço-o fortemente. – o que se passa convosco? Estão muito animados!

- Já não podemos preparar o pequeno almoço à nossa filha? És a única que come, não é difícil lembrarmo-nos! – a mãe sorri enquanto me afagava o cabelo. Olho para as panquecas e estavam realmente com bom aspeto. O meu pai nunca se esquece das framboesas por cima. Ele sabe que são as minhas preferidas. Sento-me de imediato à mesa e começo a comer tal era a fome. Eu estava sempre com fome, estava mesmo a entrar na adolescência.

- Está otimo!! Estava cheia de fome – digo com a boca cheia o que faz o papá rir mas a mamã abana a cabeça com um olhar reprovador. Engulo e olho-a pedindo desculpas com o olhar. A minha mãe só tinha olhos para mim e fazia-me as vontades (quase) todas mas as boas maneiras eram algo de que ela não abdicava. – Estava a dizer que está tudo óptimo... mas sabem que de vez em quando não faz mal nenhum eu...sabem, beber sangue... - digo esta última parte com um ligeiro receio. Sabia que a minha mãe iria ficar aborrecida mas tinha de tentar. Dito e feito. Os olhos dela começaram a tornar-se pretos. Olho para o meu pai e este colocava uma mão no seu braço.

- Bells..

- Quantas vezes é preciso repetir que esse assunto não é para ser discutido novamente? Pensei que tivesse ficado claro! – suspiro pesarosamente e pouso o garfo com alguma força no prato. Perdi a fome.

- O avô disse que eu posso alimentar-me das duas coisas mãe! Qual é o problema? Eu sou metade vampira, essa parte pede-me sangue quase todos os minutos dos meus dias... - levo uma mão à garganta. Um pouco teatral, confesso. Aprendi com a tia Rose. – Tu devias saber como esse sentimento é horrível!

- É exactamente por saber que não quero que te habitues a isso! A esse estilo de vida.. és perfeitamente saudável comendo comida de humanos!

- Mas por para de baixo do tapete não resolve nada.Não é como se a sede passasse... passem os anos que passem isto não vai embora.Não é uma questão de treino, não entendes isso? – vislumbrei um pequeno sorrisonos lábios do meu pai. Eu sabia que ele estava orgulhoso por já saber aquilo tudo. Aquela vida não me tinha sido dada a escolher, por isso mais valia aprender tudo o que havia para aprender. Muitas vezes sentava-me no sofá a ler os livros do avô que ele guardava durante décadas. Tudo para entender melhor a nossa existência. A minha família toda ensinara-me desde cedo que eu não poderia falar sobre isto com os humanos e muito menos perder o controle ao pé deles. Isso não acontecia quase nunca...nunca mesmo, porque a minha sede nunca era tão intensificada quanto a deles. Passando à frente. Volto a olhar para a minha mãe e começava a ver os seus olhos a voltarem a cor normal aos poucos – Mãe...eu nem peço sangue humano, pode até ser animal...mas eu gostava de experimentar. Por favor...

- Bells...a verdade é que é melhor ela experimentar connosco e sob a nossa vigilância do que fazê-lo às escondidas! – A mãe olha-o com um olhar reprovador.

- Bem...até tu me estás a desautorizar Edward Masen...

- Não é nada disso...mas sabes que eu tenho razão... vá lá.. – O papá sempre fora mais ponderado que a mamã. Era mais calmo, pensava antes de dizer ou fazer algo... nisso era extremamente parecido com o avô. – A mãe dá um breve suspiro e olha para mim por breves instantes voltando a focar no meu pai-

- Tudo bem!! Mas só quando atingires a maioridade menina!! – Salto da cadeira com um sorriso enorme e abraço-a fortemente.

- Obrigada mamã obrigada obrigada obrigada!! – Esta ri-se enquanto afagava as minhas costas e largo-a olhando-os com o meu sorriso matreiro – também já não falta quase nada!

- É verdade meu amor, já está aí à porta! Agora vai-tevestir que eu e a mãe vamos arrumar aqui isto! – Sorri, dei um beijo rápido natesta gelada de ambos indo até ao meu quarto aos saltinhos ansiosa por poderexperimentar sangue pela primeira vez. Tinha muita curiosidade. Bem, hoje o meudia seria passado com Jake. Para variar. Entro na casa de banho privativa domeu quarto e começo a despir as roupas de dormir. Ligo a agua quentetemperando-a para ficar ao meu gosto e finalmente entro na banheira correndo acortina branca. Enquanto a água escorria lentamente pelo meu corpo, ía pensandoem várias coisas, não estava a pensar em algo concreto mas aconteceu algo estranho. Não sei bem explicar... O meu pensamento recaíu no Jacob por alguns segundos e senti algo diferente em mim. Senti algo na barriga...quase como um arrepio. Nunca tinha sentido algo assim mas também não conseguia perceber do que se tratava. Decidi deixar para lá e após passar o shampoo, o gel de banho e o amaciador, saio enrolada na minha toalha rosa bebé. Começo a passar o meu pente branco marfim nos meus longos cabelos molhados enquanto me olhava ao espelho e após colocar creme no corpo, visto as roupas que tinha escolhido e passo o secador no cabelo um pouco a correr porque o pai implicava sempre que eu ía para a rua com o cabelo molhado. Vestia um vestido um pouco acima do joelho rosa bebé com algumas flores no mesmo tom e num tom mais escuro de rosa, calço umas loafers beje clarinho e quando acabo de secar o cabelo, faço uma trança de lado do meu pescoço deixando uma mecha de cabelo pendurada do outro lado. Assim que saio da casa de banho, pego na minha bolsinha creme colocando o meu iphone 6 rose lá dentro junto com os meus fones que nunca eram esquecidos e as chaves de casa para o caso de irem todos caçar e eu querer vir para casa. Ponho ainda ao pescoço o meu medalhão que dizia ''plus que ma propre vie'' e queria dizer ''mais que a minha própria vida'' e era o quanto os papás me amavam. Ainda coloquei a pulseirinha que Jake me fizera com um pequeno penduricalho em forma de lobo que o representava. Ía a sair do quarto já com a porta aberta, quando dou um pequeno salto e volto atrás.

- Já me ia esquecendo do perfume! – agarro no meu Miss Dior cor de rosa e borrifo três vezes pelo meu corpo. Agora sim estava pronta para sair. – Mãe, pai!! Vou à reserva! – Estava já com o pé de fora de casa quando sinto o meu pai a chegar até mim num milésimo de segundo provocando o vento abanar o meu cabelo.

- Renesmee Carlie estamos em Forks. É primavera mas continua frio. Vai pelo menos buscar um casaco! – reviro os olhos supirando. O meu pai às vezes conseguia ser mesmo chatinho.

- Assim estraga o outfit todo, não entendes? – este ri-se cruzando os braços e abana a cabeça.

- Estraga outfit? Qual quê!

- É verdade! A tia Alice é que compreende.. ugh! – contrariada volto ao meu quarto para buscar um casaco de malha branco e volto ainda com a cara trancada – melhor?

- Hmm..deixa-me ver.. não sei, por mim era até um mais forte e.. – interrompo-o

- AII não, já chega, eu vou bem assim ok papá? Não te preocupes! – ía a sair mas ele pára-me com uma mão no meu braço.

- O meu beijo? – sorrio e inclino-me para ele em biquinhos dos pés e ele inclina-se para baixo para que eu pudesse chegar ao seu rosto. A mãe chega ao pé de nós e dou-lhe também um beijo na cara.

- Pronto, será que agora me posso ausentar? – Os papásriem-se e acentem. Sorrio fechando a porta atras de mim e coloco os meus fonesnos ouvidos pondo a tocar All yours dos Metric na minha playlist do spotify.    

He Imprinted on my DaughterOnde histórias criam vida. Descubra agora