seis

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Olá meus amoressssss
Tudo bem com vcs????
Vamos com mais um capítulo?
#BOALEITURA

— Felizmente teus irmãos cresceram, nós não os vimos passarem pela transição, mas o resultado foi melhor do que pensávamos. — Ela sorri.

— Sim, eu sei. Tenho muito orgulho dos homens de caráter que meus irmãos se tornaram, Luciano e André também estão indo bem em São Paulo, pelo que mamãe me conta e Leandro vira e mexe aparece em Mossoró com Somara e a Ísis. Amo aquela pequena.

— Sim, eles devem vir pro casamento, está preparada para ter os Marinos todos reunidos?

— Por tua causa farei o sacrifício de aguentar os malas dos meus irmãos.

— Não quero que seja um sacrifício pra ti, minha amiga, já teve sua cota deles na vida. — O olhar de Ady cai um pouco e sinto minha garganta fechar com a menção do assunto que evitamos falar, por isso ponho um sorriso no rosto e resolvo deixar de lado qualquer coisa que não seja a paz de espírito que esse lugar me traz.

— Sacrifício mesmo será o seu, aqui e agora! — Seguro sua mão e levanto puxando-a comigo barranco abaixo até estarmos na ponta de uma pedra, mais um passo e estaremos dentro do açude. — Bola de canhão! — Puxo sua mão e encolho os meus pés para causar o efeito desejado ao cair na água.

— AHHHH! — O grito de felicidade que sai dos lábios de Ady me faz sorrir. — Cadê teu medo? — pergunta ao passar a mão na cabeça organizando a bagunça que ficou seu cabelo.

— Tem hora que devemos engoli-lo, não? — Empurro seu ombro e rimos como se ainda fôssemos as duas meninas que buscavam a tranquilidade desse lugar para conversar e rir sem se preocupar com os problemas que estariam esperando além das margens do açude.

— Mãe? — Olho para a mulher de expressão suave sentada a minha frente à mesa.

— Oi, filha? — Ela estende a mão e eu a seguro.

— Senti saudades da sua comida! — Eu gostaria de pôr para fora tudo que está preso no meu coração.

— Sentiu foi? É por isso que tá tão magrinha? Não te dão comida de verdade naquele hospitalzão que tu trabalha?

— Não, mãe! — Rio com sua reprimenda. — Eu como bem, só que não é uma comida tão gostosa como a sua, é mais verduras e legumes.

— Num sei não, tu só o couro e o osso, igualzinha à Adiany quando voltou de Natal. Nessas faculdades as pessoas morrem de fome, só pode.

Não me seguro mais, caio na gargalhada e ela logo me segue, não lembrava que minha mãe era uma pessoa divertida, nas minhas lembranças ela está sempre trabalhando duro como costureira para ajudar o papai nas despesas, além de educar os cinco filhos e cuidar da casa.

— Queria te levar pra casa comigo. — As palavras estão fora da minha boca antes que eu me dê conta.

— Essa é nova. — Sua sobrancelha direita se ergue me questionando. — O que acontecendo contigo, minha menina?

— Não acontecendo nada. Só que foram tão poucas vezes que nos vimos nos últimos anos. Sinto falta de ter a senhora por perto. — Suspiro afastando o prato.

— Também sentimos tua falta, filha, até seus irmãos sentem, nunca vão admitir, Nem espere, mas tu quis voar e como mãe tive que cortar o cordão umbilical e deixar, mesmo tu levando um pedaço do meu coração junto.

Suas palavras fazem um nó se instalar na minha garganta, durante esses anos todos que estive longe senti um pouco de mágoa pela facilidade com que meus pais me deixaram ir, sem argumentarem nada, apenas me abraçaram e olharam quando aos dezessete anos entrei no ônibus rumo a Mossoró.

Minha cura♥ }☘{♥ DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora