Capítulo 6

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Paulo sentia a necessidade de seguir vida nova, estava cheio de planos para o futuro, mas o primeiro seria arrumar um emprego fixo. Ele sabia que a busca não seria nada fácil, porém ele não estava exigindo muito, qualquer coisa que aparecesse, sendo honesta, ele toparia.

- Bom dia meu filho, que bom te receber tão cedo aqui em casa. - Exclamou dona Anastácia cheia de orgulho por estar recebendo o filho pela segunda vez em casa, em menos de uma semana.

- Oi mãe, tô querendo melhorar de vida.

Dona Anastácia, já não cabia mais dentro de si quando ouviu aquelas palavras. – Que bom que você está criando juízo. Eu acho que esse milagre tem nome.

Ela se referia a Ana que conhecera na noite anterior. – Aquela menina tem lhe feito muito bem.

- É mãe, eu penso muito nela.

- Eu faço gosto.

Paulo trazia um jornal do dia anterior, e sentou-se no sofá para desfolhá-lo.

- Tô a procura de emprego. - Ele exclamou enquanto olhava atenciosamente para um anúncio de vigia de loja. – Sabes que não é fácil alguém dar emprego para uma pessoa com o meu currículo.

- Claro que você vai conseguir meu filho, você é forte, bonito, sabe conversar bem.

- Olha esse aqui mãe, é vigia dessa loja. - Ele apontava para o anuncio entusiasmado.

- É aquela loja de roupas da praça da matriz, eu conheço, tem bastante movimento, não custa tentar.

Paulo seguia entusiasmado com uma folha na mão que chamava de currículo, haviam poucas coisas anotadas, nome completo, telefone e endereço. Era tudo o que podia oferecer juntamente com uma imensa vontade de mudar radicalmente de vida.

Ele era determinado, e não demorou muito para agradar o gerente da loja. Foi sincero, entregou seu currículo e salientou alguns problemas que teve com a justiça, todos já resolvidos.

- No inicio do mês você começa meu garoto. Todo mundo merece uma segunda chance.

Paulo não se continha de vontade de contar a novidade para Ana, dentro de dez dias ele estaria trabalhando de carteira assinada.

- Deixe sua carteira aqui, vou mandar para o nosso setor de contratações, precisamos fazer alguns ajustes no nosso quadro de funcionários e por isso precisaremos desse tempo para resolver. O emprego é seu a partir do dia primeiro.

Ele saiu às pressas para encontrar Ana. Não sairia da frente do hospital até que a visse. Foi quando Ana saiu do hotel em direção à farmácia da esquina.

- Olá Ana. - Chamou-a com o rosto inundado por um grande sorriso enquanto escondia alguma coisa pelas costas.

- Oi Paulo. - Ela respondeu, deixando visível a surpresa que tinha levado.

Ele curvou levemente os joelhos enquanto oferecia-lhe um pequeno buquê de flores brancas que estavam enroladas em uma fitinha amarela.

- Para mim?

- Sim, para a pessoa que tem me ensinado o que é ser feliz, para a pessoa que tem me mostrado que ser livre é ter responsabilidade.

Ana sentia sinceridade naquelas palavras.

Ela precisava equilibrar-se entre a euforia de receber aquele mimo e a curiosidade de entender qual era a peça que não a permitia montar o quebra cabeça. Mesmo sabendo os riscos que estava correndo em levar adiante aquela historia, ela resolveu insistir:

A Última Prova de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora