Capítulo 8

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Ana chegou tarde de volta ao hotel em que estava hospedada, certificou-se que sua mãe tinha passado o dia bem, e não escapou dos comentários de sua tia Domingas:

- Você deve estar gostando bastante daqui de Olhos D'água hem Aninha.

Ana já tinha compreendido o tom de voz de sua tia e já estava imaginando onde ela gostaria de chegar com aquela conversinha.

- Pois é Tia, eu estou aproveitando que você veio nos ajudar e passeando um pouco, pesquisando alguns cursos, conhecendo algumas universidades.

- Que bom, deve ter lhe chamado bem atenção essa sua pesquisa, passou o dia fora, chegou com o cabelo molhado, parece até que tomou banho. – Sua tia retrucou com um sorriso duvidoso no rosto.

- Que maldosa você é quando quer, hem tia. – Ela respondeu com o mesmo sorriso. – Passei no cabeleireiro agora à tarde, pedi para fazer uma hidratação.

A mãe de Ana estava se acordando, e discretamente entrou na conversa.

- Oi filha, tá certa, tem que aproveitar esse período aqui, estou bem graças a Deus e logo-logo estaremos voltando para a casa.

- Sim Mãe, graças a Deus que está dando tudo certo porque estamos com o saldo zerado de novo, prontas para batalhar.

Em meio a conversa, o celular da Tia Domingas começou a tocar, era um número que não estava cadastrado na agenda, ela prontamente atendeu:

- Boa noite Dona Domingas, aqui é o Roger, da vila de Bom Jesus, eu tento ligar para a Ana, mas ela não me atende, queria saber informações de Dona Dália.

- Oi Roger, tudo bem. Ana anda bem atrapalhada por aqui, por isso não deve nem ter visto suas ligações. – Domingas respondia arregalando os olhos em direção a Ana e apontava para o aparelho de telefone chamando a atenção para com quem estava conversando. Ela continuou: - A Dália está bem, se recuperando conforme o previsto; estamos passando mais esses dias aqui no hotel para garantir a recuperação completa dela, sabes como essa viagem é longa.

- Claro, que bom, fico feliz, mande meu abraço a ela assim que puder.

- Sim, ela já está agradecendo aqui.

E ele finalmente tocou no ponto que queria desde o inicio da chamada. – E a Ana, está por aí?

- A Ana? – Domingas repetia a pergunta que tinha ouvido, enquanto sinalizava com os ombros intuindo o que deveria responder. – A Ana está sim.

- Posso falar com ela?

- Sim claro, vou chamá-la. – Ana estava do lado, mas ela mencionou que iria chamá-la para que Ana pudesse ganhar tempo para se preparar.

Ana estava tensa, fazia feições de preocupação, estava claro que falar com Roger, naquelas circunstâncias, não estava dentro de seus planos.

- Oi Roger, é a Ana.

- Oi Ana, como você está? Eu estava com saudades de ouvir sua voz.

- Estou bem, Roger, desculpe não ter atendido suas ligações, eu andei tão ocupada nesses últimos dias que mal tinha tempo para pegar no telefone.

- Que nada, eu entendo. – A ligação ficou em silêncio por alguns instantes, como se tivesse faltado assunto. Roger continuou: - O mais importante é que sua mãe está bem, se recuperando.

- Sim, sim... Esta doente nem dá trabalho.

- E você tem pensado no que conversamos antes de vocês ir para a cidade?

A Última Prova de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora