Meu estúpido melhor amigo

Colegas

Assim que chegamos posso ouvir a música de longe. Aquela eletrônica que te convida a dançar. Enquanto as luzes de dentro daquela mansão GIGANTE iluminavam toda a noite escura.

Assim que saio do carro todos reparam em mim. São todos meus amigos, e mesmo os que não são sempre reparam quando chego. Vantagens de ter um cabelo rosa e verde.

-LOLA! -Minha amiga Tiffany me grita lá dentro. Ela é aquela patricinha que todos têm raiva, ela é linda, tem seios enormes, é loira, olhos azuis, muita gente acha ela escrota sem a conhecer, mas ela é gente boa.
-Oii Tiff!
-Me disseram que você não vinha!!
-Eu não ia vir, fui forçada!!
-Mas por quê? Você nunca falta uma festa!

Parece que aquela pergunta atrai uma maldição, porque assim que ela fala eu posso ouvir a voz de Matt atrás de mim, e onde está o Matt, está o...

-NOAH! OLHA SÓ QUEM VEIO! -Pego a latinha de cerveja em cima da mesa e me viro deixando bem claro minha má vontade.
-Parece que ela se empolgou com a ideia da minha vinda, não é mesmo Matt?- Eles riem e eu reviro os olhos.
-Até parece! Por mim estaria em casa dormindo, mas minha amiga me forçou!
-Ah falando na sua amiga, cadê ela?
-Na parte das comidas!
-FUI!- Matt fala e vai embora me deixando sozinha com Noah.

Ele fica me olhando e eu desvio o olhar dando um passo pra ir embora mas ele me barra.

-Vai aonde?
-Não lhe devo satisfação!
-Está fugindo de mim?
-Adivinhou! Tchau!
-Espera! -Desvio de seu corpo quando então ele segura em minha mão, forçando-me a ficar. Posso sentir meu corpo se arrepiar por inteiro, e eu ignoro de todas as formas aquela sensação. Olho pra ele e o mesmo parece também meio surpreso. -Será que a gente não pode ao menos ser amigos?

Rio ao ouvir aquela palavra de significado tão importante sair da boca dele.

-Digo... Estudamos na mesma escola, ambos somos do Brasil, você é a única com a qual eu posso falar em minha língua nativa o que admito é um alívio.

Todo o meu ser mandava que eu fosse embora e recusasse aquela proposta, mas infelizmente eu sempre tive um coração muito bom graças a minha mãe. Por mais que ele tenha me magoado muito no passado, eu tenho o dever de ser gentil. Mas não era essa a questão, a questão é que eu não quero que ele me veja como a Lethicia. A garota apaixonada por ele que não foi correspondida. A menina feia e estranha que ele tratava apenas como amiga. Isso estragaria tudo.

-Ta... Acho que podemos ser COLEGAS!- Dou ênfase e ele ri.
-Ok colega! Será que podemos ao menos conversar um pouco? Preciso saber mais sobre a minha colega!

Mal ele sabe que me conhece mais que eu mesma. Eu rio, e pela primeira vez em anos eu consigo me lembrar da sensação boa que era quando éramos apenas amigos. Quando outros sentimentos não tinham se metido no meio estragando tudo.

-Tudo bem, colega. Podemos conversar!

Saimos andando dali e vamos pra área da piscina e nos sentamos nos bancos ali. Não era um lugar privado, so pra nós dois, o que não é o propósito. Há varias pessoas conversando e gritando, porém é mais silencioso que lá dentro.

Então começamos a conversar como nos velhos tempos e eu começo a temer que algo característico saia de minha boca entregando quem eu sou. Ele jamais poderá descobrir que a Lola é a Lethicia.