Capítulo 12

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- Como assim você foi na empresa dele? - encarei a Amanda que me olhava satisfeita.

Tenho pra mim que ela não me contou tudo.

- Ue, simples. Eu fui lá, xinguei ele, bati nele e quase apanhei também...

- Ele tentou te bater?

- Não, mas ele bem que queria - ela da uma pausa - Aquela recepcionista dele tem uma cara de piranha.

- Pode ter certeza de que não é só a cara, aquela ali é uma piranha de marca maior. Eu estou com fome Mandy.

- E onde é que eu me encaixo nisso? - pergunta fazendo cara de paisagem.

- Você é a madrinha dele, tem que me ajudar a alimentar ele.

- Não sei, vou pensar se você ta merecendo - vê se pode isso gente?

- Você vai deixar o seu afilhado com fome Amanda. Você não tem coração? - perguntei fazendo os olhinhos do gato de botas.

- Eu não resisto a esses olhos - disse suspirando.

- Se não fosse sua amiga acharia que estava dando em cima de mim - disse rindo.

- Eca, eu vou fazer o que com uma xoxota? Eu gosto de ROLA daquelas bem grandes e grossas que tem umas veias e... meu pai eterno, bateu até um calor na perseguida.

- Você só pensa em dar - disse puxando ela pra cozinha.

- E você não Madre Teresa de Calcutá?

- Não, eu tenho outras prioridades - disse olhando ela preparar um sanduíche.

- Ah va... eu quero como bebê foi feito. Aconteceu o que? Você recebeu o sêmen via Bluetooth? Por email? SMS?

- Cala boca Amanda eu to com fome - disse rindo da cara dela.

- Mudando de assunto - disse ficando séria de repente - Decidiu se vai contar pra ele? Mesmo ele sendo um filho da puta ele tem direito.

- Eu não acho que seja uma boa idéia.

- Eu acho que você tem que falar, por que se não depois que o bebê nascer e ver que é cara de cu dele, vai querer exame de DNA e ainda quere tirar a pangudinho de você. Pelo menos agora você conta e se ele rejeitar vai ser melhor.

- Para de dar apelido para as coisas Amanda meu bebê não é um peixe.

- É fofo, não estrague a minha diversão. E então, vai contar?

- E eu tenho outro jeito? - perguntei e ela balançou a cabeça em negativa - Amanhã eu vou lá resolver esse problema e viver a minha vida em paz. Aliás vou ligar logo, se não eu vou conseguir dormir.

Peguei o celular em cima da mesinha de centro e disquei o número. Atendeu no último toque.

- O que você quer? - pergunta ríspido. Nem me comovo.

- Tenho um assunto sério a tratar com você - disse antes que eu perdesse a coragem.

- Fala logo o que quer, eu tenho coisas importantes pra fazer.

- O que eu tenho pra falar não é assunto pra se tratar pelo telefone - disse enrolando uma mecha do cabelo.

- Não vou perder o meu tempo me encontrando com você, o que tiver que falar, fala pelo telefone.

- Será que você não consegue ser normal pelo menos uma vez na vida, fica só maltratando as pessoas achando que o mundo gira ao seu redor. Pelo amor de Deus, você nunca vai me enxergar como uma pessoa do bem? Me trata como se eu fosse sua inimiga.

- Era só isso? Então tc...

- Eu estou grávida e você é o pai - disse rápido e escutei o silêncio, só se escutava a respiração - Diz alguma coisa.

- Venha no escritório amanhã, para conversarmos - disse mais eu sabia que ele ficou abalado.

Agora já foi não tem como voltar atrás.

Scoth

Merda.

Me sento no chão ainda digerindo o que eu acabei de ouvir. Eu estou grávida e você é o pai.

O pior é que eu não duvido disso, até duvidaria mas ultimamente eu estava vigiando ela. Tão linda, mas não é pra mim. Eu até ficaria com ela mas a minha família ia ser contra. Eu gosto dela, na verdade eu me apaixonei, só que... é complicado.

Eu fiz de tudo para mante-la longe, ela está me odiando. Acha que eu não fiquei feliz quando ela me ligou? Nossa, quase dancei com o telefone na mão. Mas a notícia que eu recebi não foi o que eu esperava.

Eu sei que eu fui um mostro, percebi isso quando ela se demitiu depois de me bater. A amiga dela veio falar comigo e eu não podia demonstrar fraqueza.

Tentei pedir desculpas, mas uma ligação do meu pai mudou o meu foco. Eu sei do que ele é capaz pra conseguir o que quer. E eu me odeio por isso.

Um bebê, nós vamos ter um bebê. Minha vontade é correr pra casa  dela e a abraçar.

Fiquei um tempo refletindo e tomei uma conclusão: Eu não ligo de perder tudo o que tenho, mas se eu tenho certeza de uma coisa, é eu vou conquistar aquela morena de novo. Que se foda o que a minha família pensa, eu tenho pensar no que me faz bem. E essa gravidez veio em uma boa hora. 

Me levantei e peguei o molho de chaves em cima da mesa e sai pra pegar o que é meu de volta.

Laura Tavares vai ser minha.

Atraida pelo PerigoOnde histórias criam vida. Descubra agora