Capítulo 13

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Eu não acredito que ele não disse nada, eu imaginei que fosse gritar, mandar eu tirar o bebê, que ele não tinha nada a ver com isso ou até mesmo que o filho não era dele. Mas ele fez o contrário, simplesmente agiu como se quisesse o bebê mas não sabia o que dizer.

- E ai como foi? - pergunta Amanda colocando o prato com vários tipos de lanche na minha frente.

- Por incrível que pareça, tudo o que eu imaginei que não fosse fazer, ele quer conversar.

Me sento no sofá e fico analisando a situação. Será que ele vai querer tomar o meu filho? Não, ele não pode fazer isso. Comecei a ficar alterada.

Só de pensar na possibilidade de ficar sem uma parte de mim, faz o meu coração doer.

- Amanda eu não vou deixar ele pegar o meu bebê.

- Laura se acalma você não pode ficar agitada, lembra do bebê, ele sente tudo o que acontece com você.

- Eu não consigo - disse sentindo o coração acelerar.

Ouvi batidas na porta e a Amanda foi atender me deixando deitada.

- O que você quer aqui? - grita fazendo com que eu levante pra ver com quem ela estava falando.

Quando vi quem era senti o coração perder uma batida e depois voltar com força total. Eu não tinha ação nenhuma, só ficava olhando como uma estátua. Paralisei, simplesmente.

- Eu só quero conversar com a Laura - disse olhando diretamente pra mim.

- E o que te faz pensar que ela quer conversar com você? - pergunta a Amanda impedindo a passagem dele.

Respirei fundo e coloquei a máscara, eu não ia ceder facilmente, mesmo ainda sendo apaixonada por ele. Ele tem que aprender que toda ação gera uma reação.

- Entre Scoth - disse séria.

- Mas Laura...

- Não vai acontecer nada Mandy. Só vamos conversar.

- Se fizer alguma coisa com ela lembre-se que eu ando com uma faca escondida - disse ameaçadora, por um momento até eu fiquei com medo mas o Scoth só olhou pra cara dela e voltou o seu olhar pra mim.

Amanda foi para o quarto depois de insistir que tinha que ficar comigo caso alguma coisa acontecesse mas depois de me ouvir dizendo que não precisava ela saiu ainda ameaçando o Scoth.

- E então, o que veio fazer aqui exatamente.

- Eu... eu quero tentar um relacionamento com você - disse e eu o olhei como houvesse criado chifres em sua cabeça.

- E o que te faz pensar que eu vou aceitar? - perguntei recuperando o foco.

- Você me ama e está grávida de mim - disse o óbvio.

- Eu não vou ficar com você e ser humilhada novamente - disse me levantando.

- Eu gosto de você só que... se eu te explicar você não vai entender - disse passando as mãos no cabelo nervoso.

- Estou escutando - disse e ele me olhou.

- Eu gosto de... - disse e eu o imterrompi.

- Ta ta já entendi pula essa parte.

- Meu pai descobriu e ameaçou te matar se eu insistisse ficar com você. Tudo aquilo que eu fiz foi pra sua proteção, eu sei do meu pai é capaz. Ele não me quer me ver com uma humilde secretária, na verdade ele queria que eu ficasse com a filha de um amigo dele.

- Como assim seu pai queria me matar?

- Ele não queria, ele quer. Enquanto eu estiver próximo você estará em perigo.

- Entendi. Seu pai é um preconceituoso que não gosta de pobre, e se eu ficar com você ele vai me matar. Olha já aconteceu muita coisa na minha vida nessas ultimas semanas, e eu não vou arriscar a vida do meu filho por você, e mesmo se eu não estivesse grávida eu não ficaria com você.

- Mas eu só...

- Nada justifica a humilhação que você me fez passar - disse e senti as lágrimas invadirem os meus olhos.

- Eu sei e me odeio por isso. Me perdoe.

- Eu posso te perdoar, mas pra mim você vai ser só o pai do meu filho e nada mais que isso.

Ele me olhou e eu pude ver a mágoa, o sofrimento passando em sua mente.

- Eu entendo, eu vou me afastar, mas se precisar de mim eu estarei sempre disponível. Pra qualquer coisa.

- Tudo bem - digo e o sigo até a porta.

- Posso te dar um abraço?

Balanço a cabeça e sou recebida por braços que algum tempo atrás eu me atiraria sem exitar. Mas tudo está tão recente e eu não sei se conseguirei viver com ele sem que as lembranças apareçam. 

- Eu me apaixonei por você Laura e pra ter a sua confiança novamente eu sugiro que sejamos pelo menos amigos - disse me soltando.

- Vamos deixar as coisas fluirem naturalmente - disse e ele balançou a cabeça me olhando, sua boca veio de encontro a minha mas eu acabei virando o rosto.

- Até mais.

- Até - digo e vejo ele sair.

Fecho a porta e escoro a testa na mesma. É muita coisa pra uma pessoa só.

Atraida pelo PerigoOnde histórias criam vida. Descubra agora