Capítulo 14

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Não, não era ciúmes.

Em um pequeno instante, todo o meu mal estar, todo o desconforto e toda a dúvida sumiram.

O que eu estou fazendo?

E no momento que me desvencilhei de Jon, dei um passo para trás e o encarei atordoado, talvez se perguntando o que estava acontecendo, eu soube que aquilo estava errado. Eu soube que não deveria tê-lo beijado, que eu estava brincando com os sentimentos dele, pois eu não sentia nada por ele, pelo menos não mais. 

Não era aquele homem que eu amava.

Com o coração aos saltos e a consciência pesada, tenteime me afastar e jon, atento, mas ainda confuso, perguntou:

— O  que aconteceu? – ele tentou se aproximar.

Queria voltar no tempo e mudar toda aquela situação. Queria ter me controlado e respirado melhor, pensado melhor. Estava com todo aquele sentimento de confusão por vários motivos. Eu gostava de Jon, claro, durante anos ele havia sido meu porto seguro. Durante meses havíamos nos relacionado de uma forma mais carnal, mas nunca sem perder nossas conversas, nossas histórias. Ele era alguém importante para mim sim, mas um alguém que havia se afastado por causa de uma paixão desnecessária. Eu havia errado. Ele havia errado. E se tivéssemos tempo ou mesmob estivéssemos em outra situação (sem Tom na minha vida, por exemplo), poderíamos ter nos acertado. 

Eu nunca esperei amar Jon de uma form-a romântica, mas a ansiedade de Tom quanto a ele me fez pensar sobre isso. Me fez imaginar se realmente algo do tipo não existia dentro de mim. Talvez todos aqueles questionamentos enciumados de Tom sobre o que Jon representava para mim tenham me influenciado... Mas isso não é desculpa. Eu não posso tentar me esquivar dos meus atos dessa forma. 

Jon me encarava esperançoso, assustado, e eu decidi encerrar aquilo de vez. Quando abri a boca para dizer a ele que tudo havia sido um malentendido e que nunca eu deveria ter brincado com seus sentimentos, percebi que não estavámos sozinhos. Marcele, minha sobrinha, estava no outro lado da sala boquiaberta, segurando o prato e o copo do lanche nas mãos. Ela havia visto tudo.

— Tia... – Falou, pálida.

Meu coração saltou do peito e mais uma vez perdi a linha de racíocinio. 

—  Não é nada do que você está pensando... — Tentei.

— Tia, eu... tia, assim... mas não é o Tom que é seu namorado?  

—  Não! Espera! Quer dizer, sim... Foi tudo um grande malentendido, Marcele. Eu amo o Thomas. 

Eu passei muitos anos presa em um casamento que sugava tudo de mim. Matthew não tinha um pingo de consideração por quem eu era ou havia sido para ele. E isso me doía. A dor de um dia acordar do lado de uma pessoa que prometeu me amar e ela ser uma estranha do seu lado, pior, ela ser alguém que tripudava seus sentimentos. 

— Eu amo o Tom, Marcele!

E, a mesma coisa que Matthew fez comigo, que eu, sem querer, estava fazendo com Jon.

— Jackie? —  O ouvi engasgar e me fitar. Seus olhos estavam baixos e ele parecia chateado. — O que você está fazendo, Jackie?

— Desculpa, Jon, mas eu amo o Tom.  

Me chamou? — Tom entrou pela porta, sorridente como sempre. Tive que fazer um enorme esforço para continuar em pé. Eu não pretendia mentir para ele, mas não o queria ali, agora. — O que esse cara está fazendo aqui, Jackelina? — Ao ver Jon, Tom assumiu uma expressão sombria. 

Thomas - Tom Hiddleston (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora