Capítulo único.

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Ele era um menino mais velho, era bonito, inteligente e popular. E ao contrário de si, era cercado de amigos verdadeiros, possuía uma bela namorada e uma família amorosa.

Cedric era seu oposto e demostrava ser tudo o que havia sido ensinado a desprezar: Primeiro, era um lufano, segundo, era um sangue puro que se relacionava com nascidos trouxas, portanto um traidor do sangue, e terceiro, era doce e simpático demais, patético.

Não tinha a mínima idéia de como sua paixão havia começado, talvez fosse quando o viu em campo, montado sobre uma vassoura, realizando seu desejo mais íntimo; Humilhar Harry Potter em campo, pegando o pomo.

Inicialmente talvez fosse apenas admiração, mas com o passar dos meses, quando o olhava passar por si nos corredores, ou fazendo suas refeições na mesa da Lufa-Lufa, se tornou algo a mais.

Lembrava-se da sensação de dividir o camarote da Copa Mundial de Quadribol com ele, estavam sentados lado à lado, vez ou outra seus joelhos se encostavam*, Cedric sorria para si educado e se afastava, mal sabendo que Draco faria de tudo para manter o contato por mais alguns segundos.

Naquela mesma noite a marca negra surgiu no céu, transformando o resto de suas férias horríveis, com seu pai estressado e sua mãe anormalmente quieta.

O letivo se iniciou. Deu graças. Era maravilhoso novamente poder fazer suas refeições encarando o rosto bonito há míseros vinte metros. Às vezes mais, mas não poderia se importar menos.

O início Torneio Tribruxo foi um terror para si. Cedric era um dos campeões, e Draco lembrava-se muito bem de ouvir seu pai e seu padrinho falando sobre os riscos e sobre o porquê do Torneio ter sido encerrado durante alguns anos. Estava preocupado, afinal, é o que acontece quando se está apaixonado e a pessoa que ama está em perigo iminente.

Poucos sabiam, mas sozinho havia iniciado a campanha "Apoie Cedric Diggory", o que o fez se sentir uma espécie de Hermione Granger, só que mais bonito, rico, com um cabelo lindo, sangue puro e dentes perfeitos.

Fazer os bottons também serem usados no modo "Potter fede" foi um modo de disfarçar sua real intenção, que era fazer Cedric o campeão mais apoiado. Mas acabou servindo perfeitamente bem para irritar o bobalhão de testa-rachada.

O tempo, curto demais, em sua opinião, havia se passado e a primeira prova havia sido feita. Cedric tinha transfigurado uma pedra em um labrador, que usou para distrair o dragão, um Focinho-curto Sueco, mas acabou funcionando por apenas alguns minutos, e no fim da prova acabou sofrendo um ferimento não tão grave, mas que o fez ficar noites em claro até que o visse perfeitamente curado.

Seu pesadelo real piorou a partir da segunda tarefa, a "pessoa especial", que iria estar no fundo do lago negro aprisionado sobre tutela dos sereianos, de Cedric, era Cho Chang. Uma corvinal songa monga, horrorosa, chata. Draco a odiava com todas as suas forças. 

O baile de inverno ficou em segundo lugar no pior dia de sua vida, foi obrigado a ir com Pansy Parkinson, uma sonserina chata e com cara de buldogue, mas era a melhor escolha entre as sonserinas. Vinda de uma família rica, sangue-puro e bem vista pela sociedade bruxa. Ela era como seu pai desejava para si.

Foi obrigado pela menina. a dançar, beber e comer, enquanto tudo o que queria fazer era enfiar uma faca no próprio pescoço. O alívio maior ocorreu quando conseguiu escapar das mãos grudentas da garota e correr para o jardim, sua felicidade, como sempre, durou pouco, e logo seu alívio foi esmagado pela sensação horrível de ter seu coração partido.

Cedric e Cho se beijavam à sua frente, bem embaixo de sua árvore favorita.

Correu, correu como se Voldemort estivesse o perseguindo com a varinha em punhos. Correu até chegar à Floresta Proibida. Escondido atrás de uma das muitas árvores chorou como se seus olhos fossem cachoeiras.

Por que gostava de um menino? Ainda por cima um menino que gostava de meninas e que possivelmente nem sábia seu primeiro nome. Nasceu errado, era uma desgraça para sua família! Fraco, pequeno e sensível! Tudo o que desejava no momento era ter sido um aborto, assim nunca iria para Hogwarts e consequentemente não conheceria Cedric.

Ora, Cedric! Não tinha intimidade de chamá-lo de Cedric. Era Diggory para si! Diggory!

Reprimindo seu amor dentro de si seguiu em frente até o final da terceira tarefa.

Mas naquela noite, quando viu Potter surgir com o corpo de Cedric e a taça, falhou. Era apenas mais uma de suas falhas, não faria diferença.

Sentiu-se rasgando de dentro para fora, como se toda a presença de Cedric dentro de si estivesse tentando ir junto com o corpo morto de seu amado.

Amus Diggory gritando o nome do filho o trouxe de volta, desceu as escadas da arquibancada e invadiu o espaço onde o corpo de Cedric estava jogado sobre o chão.

Muitos o encararam chocados quando o viram beijar os lábios frios e imóveis, Harry Potter ainda estava ali, se recusando a soltar o corpo, mas ele não notava sua presença. Essa foi a única vez que se sentiu parte de algo que Harry também partilhava. Ambos sofriam.

Estava aos prantos, seus braços presos ao pescoço do garoto que tanto amou. Gritou quando sentiu seu corpo ser puxado pelas mãos grandes de seu padrinho.

Estava sendo separado para sempre de seu amado, puxado pelas mãos daquele que havia sofrido da mesma dor há muitos anos atrás. Afinal, padrinho e afilhado, haviam perdido seus amores não correspondido e nunca mais amado novamente desde então.

Fim.

[x]

*:eu inventei essa parte

eu, só...

sto sem palavras

Minha primeira one shot, to orgulhosa

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