Capítulo Bônus: Paixão de um dia

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NOTAS INICIAIS:

Olá! Sim, não esperava que tivesse capítulo bônus nesta terceira parte da história, mas já pra adiantar: acredito que terão mais alguns depois deste.

Capítulo feito pra shipparem a vontade. Lucy entrando na área!

Boa leitura!

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ALGUNS ANOS ATRÁS:

Com o desaparecimento de Hudson


OLHOU PARA A IMAGEM NO ESPELHO do banheiro. Mesmo forçando um sorriso, os grandes olhos denunciavam a profunda tristeza que a dominava durante as últimas semanas.

Rosemeire, a "empregada-babá" de Lucy, alertara o quanto seus redondos olhos não mostravam qualquer alegria como antes transmitiam. Lucinda refletiu sobre o que ela tinha dito e, nos últimos dias, tentado inutilmente provar para si mesma, diante do espelho, que Rose estava enganada.

Olhou para o vestido de seda de Leavanny cuidadosamente bordado. A festa que seu pai daria na mansão começaria em poucas horas. Como sempre, era mais um dos eventos de negócios. Para ela, era um dos piores momentos pelo qual precisava passar. Fingir estar tudo bem, sorrir para os empresários e negociantes, e tentar se socializar com suas filhas... Era um tormento em pensar que teria que atuar novamente.

O radinho no quarto ao lado tocava alto uma canção um tanto melancólica.

"... Você está o tempo todo em minha mente

tudo que faço é contar os dias

onde você está agora?..."

Com os dedos indicadores, puxou os cantos dos lábios para cima, forjando literalmente um sorriso que revelou-se assustador com aqueles grandes olhos esféricos e tristonhos.

Assim fica bem melhor. Combina mais com meu estado de espírito, pensou.


DESDE QUE HUDSON SUMIRA, os dias se tornaram insuportáveis.

Ao menos era isso o que o pai revelara.

Os empregados apenas baixaram a cabeça e não responderam às investidas da garota quando perguntara do irmão. Mas seu pai, Santiago Gwinterland, chorara diante dela - fato nunca antes presenciado pela filha -, enquanto contava que convocara a polícia de Toran para averiguar o sumiço.

Fizeram-se semanas e a Oficial Jenny sequer aparecera na propriedade Gwinterland para dar um parecer. Lucy estava convencida de que a polícia desistira do caso - se é que chegaram a considerá-lo.

Desde então o pai não cansava de chamá-la por "herdeira" - título anteriormente dado a Hud - nas poucas vezes que se encontravam por acaso nos corredores da enorme mansão. Lucinda não era nem um pouco boba, sabia que fizeram-na da nova herdeira só porque seu irmão desapareceu. E, de certa forma, até entendia o porquê de seu sumiço; a pressão e frias expectativas banhadas a dureza e firmeza eram gigantescas demais para suportar.

Os estudos e treinamentos que introduziram em cima dela eram cansativos e estressantes. Estavam atulhando ela de consciência, caráter e conhecimento dos negócios da família para estar preparada caso o inevitável acontecesse ao seu pai: que a morte viesse buscá-lo, de forma natural ou não.

Santiago também dissera que o irmão não queria ser encontrado. Lucinda não ligava para isso. Antes que também enlouquecesse e desse chá de sumiço, estava disposta e certa de que iria iniciar uma nova jornada em busca do irmão.

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