A MULHER DE SANGUE

CAPÍTULO 01 - O DEMÔNIO?

"Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas."

Apocalipse 12:1

O silêncio foi quebrado naquele instante pela Madre Superiora que adentrava a sala.
   _ Padre ela está aqui!
O silêncio dos enormes corredores foi imediatamente quebrado pelos passos das freiras correndo e uma voz fina:
_ A Virgem Maria está chorando sangue! É o demônio que está na casa de Deus.
O padre saiu lentamente de sua sala na direção oposta a aquele tumulto, passava pelos corredores ignorando qualquer distração naquele instante. Todas as imagens choravam sangue, e uma cruz virou de ponta a cabeça, as estigmas de Cristo na parte frontal do altar começaram a sangrar, e a imagem da Virgem Maria estava chorando.
_ Bom dia, que a Paz do Senhor esteja contigo. - Disse o padre um pouco assutado.
_ Igreja que clichê, admiro até onde cheguei. Disse a moça ironicamente - Ouvi dizer que não julgam, então bom aqui para me confessar, bom os meus atos.
_ Minha filha somos todos iguais perante aos olhos de Deus! - disse o padre limpando os óculos.
_ Não estou culpada e nem arrependida, só preciso confessar tudo o que eu fiz.
_ Pode me contar, estarei para ouvir.
_ Irei contar todos os detalhes que fiz, os meus piores pecados...
_ Não a julgarei, estamos na casa do Senhor os justos não serão julgados.
_ Padre tudo começou há alguns anos, eu estava me sentindo a primeira garota a ser feliz, achava que tinha um namorado ou amigos.
_ Minha filha sinto que há pecado em você, você era uma das melhores garotas do colégio, o que houve com você?
_ Calado, seu imprestável e inútil, você tinha tudo para salvar a minha vida e o que fez? Me abandonou, suas freiras também me abandonaram...
_ Conte-me os seus pecados.
Naquele instante se aproximou uma senhora de meia idade dando um tapa no rosto da moça, que ria sem parar.
_ Confesse, ande! Emilly se redima diante a Deus. - Disse a senhora segurando o seu braço.
_ Eu vou confessar (risos) mas não estou arrependida! - Disse Emilly sarcasticamente.
O padre estava assustado e ao ver aquela garota ali que conhecera perder a inocência, ela predestinava um fim. Todas as cruzes inverteram, e Emilly ria cada vez mais alto, gritava sem parar, as imagens sacras estavam chorando sangue.
_ Padre, você sabia desse mal que há em mim. Todos sabiam, minha mãe sempre fingiu ser boa moça, meu pai a abandonou, bom ela não sabe quem é, eu mereço ser amada! Eu quero ser amada.
Neste instante risos se transformaram em lágrimas, Emilly chorava, sua mãe levantou novamente do banco e diferiu outro tapa em seu rosto. A garota começou a rir e seus olhos reviravam, uma imagem da virgem Maria explodiu, as velas aumentaram a chama, Emilly ria, o ambiente ficou ainda mais frio, a madre adentrou a sala e começou a rezar, mas viu que ali não tinha boa coisa e saiu imediatamente para retirar as outras freiras dali.
_ Padre, a irmã Mary, corra! Disse a irmã Cristina ao entrar ali assustada.
O padre sai imediatamente deixando Emilly e sua mãe ali. Ao chegar ao quarto havia uma freira se contorcendo por inteiro, parecia que algo havia a possuído, todas estavam em volta dela rezando, irmã Mary a todo momento clamava por socorro.
_ Saia imediatamente, deixe-a em paz!- gritou o padre.
Logo em seguida ele pegou um pote com água benta e jogou na freira dizendo algumas orações, pegou um óleo santo e fez uma cruz na testa dela. A irmã Mary deu um suspiro e caiu desacordada. As outras freiras a socorreram.
_ Levem-a daqui, imediatamente e não voltem, tem algo aqui que nem teme o próprio Deus. - Disse o padre irritado.
As freiras saíram apressadas.
_ Padre Paulo irei ficar, você precisará de ajuda. - Gritou a madre superiora.
_ Irmã vá, terei a ajuda que preciso. No momento suas freiras são prioridade.
Ela saiu correndo naquele instante. O padre retomou apressado até o local onde Emilly o aguardava.
_ Nossa aqui não mudou nada. - Disse Emilly olhando a arquitetura.
_ Sente o padre irá chegar, sua vadia. Eu não criei você assim, para seguir a vida de prostibulos. - Disse a mãe de Emilly.
_ Sabe até que eu adorei, faria novamente.
Sua mãe levantou e a segurou pelo braço e deu mais um tapa em sua face.
_ Sua puta! Você merece queimar no inferno.
O padre adentrou a sala.
_ Emilly me acompanhe, a senhora espere aqui, aproveite para rezar.