87 - Jantar em Família

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  Entrei em casa, silenciosamente, como eu sempre faço. Acendi as luzes e não encontrei ninguém, nem no hall de entrada nem na sala de estar. Não havia barulho de nada e nem de ninguém por canto nenhum. Será que não tem ninguém em casa? Me perguntei apreensiva enquanto olhava pras escadas. Parecia estar tudo escuro lá em cima. Assim sendo, já que não parecia ter ninguém em casa e que eu estava com fome de novo, começei a andar pela casa para ir pra cozinha.
  No meio do percurso, quando eu entrei na sala de jantar me deparei com uma mesa totalmente arrumada, até mais que o normal para o jantar. Meus pais não tinham tanto costume de organizar tudo assim, sempre jantamos juntos, mas eles nunca se importaram em arrumar tanto a mesa assim. Será que vamos receber alguém em casa hoje e ninguém me avisou nada?
  Passei pela mesa e fui pra cozinha, quando cheguei ao meu destino, me prontifiquei em atacar a geladeira. Bem no fim não quis muita coisa, e então optei por pegar uma maça. Já que eu não teria muita coisa pra fazer porque a casa parecia estar vazia, eu fui até o balcão e me sentei ali. Apreciando minha maça enquanto buscava sites sobre significados de flores na internet. Especificamente rosas.
  Depois de um tempo que eu já havia comido a maça e que estava lendo vários conteúdos, eu escutei um barulho atrás de mim, eram passos, alguém estava se aproximando de mim e bem devagar, como se não quisesse ser percebido. Parei de ler na mesma hora, porém não me mechi, eu não estou sozinha em casa. Meu coração disparou.
  Tentei identificar o dono dos passos, mas não consegui identificar quem era, minha mãe não era, ela faz muito barulho pra fazer qualquer coisa que seja, o BamBam também não porque se não eu teria conseguido ouvir a respiração dele quando ele se aproxima sorrateiramente tentando me assustar, e meu pai muito menos, por mais que ele é silencioso, ele nunca chega de surpresa. Eu não sei quem é essa pessoa. Engoli em seco, estava começando a ficar com receio de me virar. Será que alguém invadiu a casa?
  Esperei até que a pessoa estivesse perto o suficiente pra me atacar, e quando senti mãos tocando a minha cintura e me puxando pra trás de uma vez, eu me virei rapidamente e ataquei, torcendo um braço da pessoa para me esquivar do seu toque e com a outra mão eu segurei o pescoço do ser, ele arquejou e deu um passo pra trás sério.
  - Acho que não tento mais te pegar de surpresa. - Disse Mark e então eu soltei ele rindo meio sem graça pra tentar me acalmar, ele tinha me dado um susto!
  - Pensei que fosse alguém perigoso. - Admiti e então coçei os olhos num impulso nervoso, que levou Mark a se aproximar de mim.
  - Por que pensou que teria alguém que representasse perigo dentro da sua própria casa? - Indagou ele confuso e eu balançei a cabeça.
  - Esquece isso, finge que você não me viu fazer isso. - Falei tentando remediar e Mark abriu um sorriso, e eu teria sorriso também, mas engoli em seco quando vi minha mãe entrando na cozinha, meu sangue gelou. Na mesma hora eu desci do balcão, já imaginando que ela ia ficar uma fera por ver um garoto desconhecido dentro de casa. Mas ela não reagiu, ela simplismente se aproximou com um sorriso.
  - Ah você já conheceu a visita. - Disse ela e tocou o ombro de Mark solidária - Este é o Mark Tuan, amigo do seu irmão. - Disse ela e eu franzi o cenho.
  - Que?? - Perguntei confusa e Mark me lançou um olhar alerta, foi então que eu entendi, Mark e o BamBam aprontaram alguma durante a tarde, e provávelmente minha mãe está achando que ele é amigo do meu irmão, ou algo do tipo. Se bem que eu ainda estou meio confusa.
  - Ele vai jantar conosco e vai dormir aqui. - Contou minha mãe e eu coçei os olhos num impulso nervoso, o que eles aprontaram??
  - Ah que legal. - Falei e então encostei no balcão, apoiando as mãos na madeira.
  - Alícia você ainda não tomou banho? - Indagou minha mãe levemente irritada e então apontou pras minhas roupas.
  - Eu já estou indo mãe. - Avisei e ela abaixou seu dedo acusador, resolvendo indo para geladeira.
  - Então vá logo, vou por o jantar na mesa daqui a pouco. - Declarou e então eu começei a sair da cozinha enquanto via minha mãe pegar alguns refrigerantes, Mark veio logo atrás de mim.
  - Não se preocupe, eu expliquei pro seu irmão sobre os pesadelos e ele entendeu o que está acontecendo com a gente, ele disse que queria ajudar. - Esclareceu Mark quando adeentramos no corredor e eu me virei pra ele.
  - Pelo visto vai ser uma noite longa então. - Falei, me referindo aos meus pais e Mark abriu um sorriso.
  - É. E eu quero aproveitar cada momento com você.

- Mallya on-

  Alisei o tecido do vestido com a mãos nervosa, e então olhei para a área de lazer, já estava de noite, as luzes iluminavam todo o local, e vários familiares e rostos conhecidos passeavam e conversavam. Meu pai estava perto da piscina, com uma taça de bebida na mão, e eu estava criando coragem pra entrar lá e encarar todos de frente.

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