Ilha de Gabriel

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A maior prisão do continente, a Grades de Rinoceronte, um lugar de tortura e desespero, o calabouço de onde ninguém escapa, a esperança padeceu aqui e se viu enterrada por correntes de ferro e flechas atravessando-a.

Um rinoceronte enorme andando apenas em duas patas, pode até ser inusitado para alguns, não para Carl, o novo prisioneiro.

Os seres do Véu tiram suas roupas e o deixam apenas com um pano branco sobre sua genitália e depois o devolvem aos enormes monstros cinzentos que portam chifres acima do nariz. Eles o colocam de joelhos em cima da brasa quente, ainda assim, Carl contém a dor, é um homem de trinta e dois anos com uma resistência absurda.

As correntes começam a descarregar eletricidade em seu corpo e bloqueiam qualquer tipo de truque de magia que ele tente usar contra os guardas. Seus olhos são vazios, não se importa mais com nada. Olhos cinzentos, corpo esbelto e cabelo negro.

– Não apresentará resistência alguma? – pergunta o guarda rinoceronte.

Carl não responde, continua esperando pela próxima etapa da tortura. O rinoceronte prende o pescoço de Carl, seus tornozelos e então começa a estapeá-lo com muita força, sangue escapa de sua boca deixando todos os seus dentes vermelhos. Vendo a situação sob controle, o outro guarda se retira.

– Vamos, me divirta com seus gritos – provoca o rinoceronte sorrindo e segurando seu queixo, apertando cada vez mais.

Carl então cospe um bocado de sangue nos olhos do rinoceronte, o monstro pula para trás no susto e rugi de irritação.

– DESGRAÇADO!

O guarda começa a soca-lo sem parar, na boca do estômago, no rosto, chutes por todos os lados, mas Carl não deixa um sequer suspiro escapar, tudo que diz é:

– Posso fazer isso o dia inteiro.

– Ah, é!? – o guarda pega três estacas gigantescas feitas de ferro. – Vamos ver se você conseguirá manter esta fama de durão agora.

O rinoceronte mira no peito direito de Carl e enfinca a estaca, atravessando o corpo dele e encostando no chão, o mesmo do lado esquerdo de seu peito, por fim, enfinca a terceira no estômago dele.

Nada. Apenas sangue escorrendo de sua boca.

– Você é incrível – debocha o guarda. – Capitão, chame os seres do Véu, se ele não gritar com os fantasmas rasgando sua alma, provavelmente estaremos lidando com um demônio.

Uma moça de pele transparente caminhando entre as paredes se coloca na frente de Carl, seu rosto é belo, seu corpo está nu, assim são os seres do Véu, mais belos que anjos e sem sentimentos, vazios e ao mesmo tempo, apaixonantes.

Garras brotam das mãos dela e seus olhos de transparente passam para uma cor de verde esmeralda, iluminando todo o ambiente escuro, dentes afiados saem de sua gengiva, já não é mais um ser tão belo assim, este é o problema dos seres de Véu, são belos apenas enquanto não estão dilacerando você.

Suas garras começam a entrar no corpo de Carl, o ser do Véu começa a colocar e tirar suas garras do peito de Carl cada vez mais rápido, enquanto que o Carrasco trinca os dentes para impedir-se de gritar.

– Já chega! – grita o guarda. – Como é possível alguém resistir tanto?

– Te contaram a história sobre eu ter massacrado o exército da Rebelião? – Carl sorri em sua direção em forma de desafio. – Se quer me causar dor, precisará de muito mais do que fantasmas ou socos.

Renegados parte. 1 - CarrascoOnde histórias criam vida. Descubra agora