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As pessoas sempre me olharam com indiferença. Como se minha existência fosse 100% relevante e eu estivesse na Terra apenas fazendo peso no mundo.

Elas sempre me lançaram olhares tortos e indelicados porque eu não sou o tipo de garota que segue o padrão. Na verdade, eu odeio ele. O padrão.

Magra.

Rosto fino.

Cabelos alinhados.

Roupas estilosas.

Unhas feitas.

Sapatos caros.

Rosto adorável.

Maquiagem.

Educação e etiqueta.

Nada disso parece se encaixar comigo. Não que eu me importe em ser a garota de pior aparência de todos os lugares que eu vou ou algo do tipo. Eu nasci assim e genética é pra sempre. Então, só me restou me acostumar com o que eu vejo no espelho todos os dias, por mais que isso não agrade a mim mesma e as pessoas.

A única coisa com a qual eu não me conformo, além de ter nascido com pouca beleza, é ter nascido com pouca inteligência. 

Feia? 

Ok.

 Agora, Deus, eu não poderia ser pelo menos inteligente?

Aish! Eu sou a pessoa mais sortuda do mundo!

E como desgraça pouca é bobagem, fui inventar de gostar justo de quem?

Do cara mais bonito, inteligente e dentro dos padrões dessa escola.

Kim Seokjin.

Sério, o cara é realmente demais!

Quando está sorrindo!

Maravilhoso.

Quando está mexendo no cabelo!

Maravilhoso.

Quando está com os seus amigos, quase igualmente bonitos!

Maravilhoso.

Quando se inclina um pouco para beber água!

Maravilhoso.

Quando parece preocupado!

Maravilhoso.

Quando ele está escrevendo e morde a ponta do lápis porque está pensando e seu cenho franze de um modo muito adorável.

MARAVILHOSO!

Quando se abaixa para amarrar os sapatos!

MAAAAAAAAAAAAARAVILHOSO!

COMO ALGUÉM CONSEGUE SER MARAVILHOSO ATÉ AMARRANDO OS SAPATOS?

Enfim, queria ser 1% mais bonita para que sei lá, Kim Seokjin olhasse para mim ou algo assim. Mas acho que isso está longe de acontecer. É evidente o quanto nós somos distintos, então todo esse amor unilateral tem que ficar em segredo.

Eu estou andando, pensando sobre um filme que assisti ontem e que me deixou muito intrigada, quando parei a alguns metros da entrada da escola. Segurei as alças da minha mochila e entortei a boca, ainda incrédula com o final do filme que eu havia assistido, totalmente alheia.

Queen Of The RingWhere stories live. Discover now