What Happened This Summer

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Um mês depois

Louis

Se alguém me dissesse que eu passaria o mês de julho cuidando de idosos, eu acharia engraçado, pois não passaria de uma piada. Bem, no final das contas, eu não ri muito, não. A piada perdeu a graça no minuto em que eu entrei no asilo e fui convidado para jogar dominó.

Olhe só para mim, Louis Tomlinson, o bom samaritano. Minha mãe sugeriu que eu ajudasse no asilo quando uma de suas amigas da igreja reclamou do quanto estavam precisando de voluntários. Eles me chamaram de anjo quando eu disse "por que não? Não estou fazendo nada de importante mesmo".

Podia ser pior: eu podia estar internado na reabilitação, assim como Zayn. Mas também podia ser melhor: eu podia estar fazendo uma tour pela Europa, ao invés de apenas ficar curtindo as fotos que Liam posta no Instagram. Ah, como eu queria ter dinheiro... MUITO dinheiro, quero dizer.

Oh, sim, eu ainda não comentei sobre isso. Zayn passou por uma desintoxicação no hospital e, então, foi enviado para um centro para reabilitar seu sorriso. Reabilitar sua mente, sua vida, bem... qualquer coisa. O local é como uma prisão. Zayn não pode receber, nem fazer telefonemas, e quando fui visita-lo no dia selecionado para isso, eu precisei da confirmação da mãe dele para encontra-lo entediado no jardim.

"Como está se sentindo?" perguntei assim que ele colocou os olhos em mim.

"Como um pássaro abatido", ele riu fraco.

"Trouxe alguns DVDs pra você", falei tirando-os da minha mochila. "Eles deixam vocês assistirem DVD, não é?"

"Depende", ele disse pegando os boxes e abrindo o primeiro, "tem alguma droga aqui dentro?"

"Eles já checaram na entrada", alertei.

"Obrigado", ele se levantou, "a vida é tão chata sem um celular".

"O que você faz aqui?"

"Eles fazem eu acordar cedo pra pegar sol. E fazer alguns exercícios. Você acha que estou ficando forte?" ele arregaçou a manga e me mostrou seu muque. Isso me fez rir e assentir, apesar de achar que ainda estava a mesma coisa. "Eu tenho terapia de grupo quase todo dia e terapia individual duas ou três vezes por semana. Eu nem sei. É difícil contar os dias aqui".

"Então é só isso que você faz?"

"Eu li alguns quadrinhos que a minha mãe comprou e... agora tenho uns filmes pra assistir", ele ergueu os DVDs em sua mão e eu sorri em resposta.

"Eu só espero que você esteja se sentindo melhor", disse a ele.

"Eu vou ficar... assim que sair daqui. Tu me ajudaria a fugir?"

"Tá brincando, certo?"

"Eu não mereço ficar aqui. Eu nem curto drogas mais."

"Zayn... você chegou aqui por causa de uma overdose", falei calmamente.

"Aqueles filhos da puta erraram a dose", justificou-se.

"Por mais que eu sinta sua falta lá fora, Zayn... eu prefiro esperar até que te liberem", falei com toda a coragem que eu tinha. Seus olhos suavizaram levemente e ele assentiu. "Vem cá", então, o puxei para um abraço que demorou mais tempo do que eu havia previsto. Acontece que ele ainda estava carente. Talvez ainda esteja. Duas semanas haviam se passado e ele ainda não possuía nenhum amigo. Pergunto-me como ele deve estar hoje.

Liam, por outro lado, aparece sorrindo em vários pontos turísticos distintos. Em um dia ele estava em Milão e, no outro, ele estava em Paris. Que inveja.

NIRRTY (Final Season)Onde histórias criam vida. Descubra agora