A Garota Contagiosa

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A Clareira.

-Você deve ser a Amanda. -diz uma voz fazendo Amanda se virar e levantar o olhar. Ali havia um garoto parado, a observando. Era Caçarola. Ela não conhecia bem o garoto, haviam trocado apenas algumas palavras antes dele ser mandado para o labirinto, mas, mesmo assim, ficou feliz de vê-lo. Rostos familiares a faziam se sentir mais confortável naquele lugar.

-Sim, sou eu sim.- ela diz e se levanta, estendendo a mão para o garoto, que sorri com o gesto e logo a aperta. -Prazer em conhece-lo.

-O prazer é todo meu. -diz ele. -Bem, Newt me pediu para te mostrar a Sede já que tive um tempo livre. Já deve saber que é lá que dormimos, certo?

-Sim, Newt contou.

-Se bem que a maioria dorme do lado de fora. Você ve e me diz que lugar acha melhor, e ai arrumamos tudo para você se sentir melhor, pode ser?-ele pergunta. Amanda da um sorriso e concorda com a cabeça.

-Finalmente alguém simpático.- ela diz fazendo o garoto rir. -Primeiro Alby, ele é meio sério. Da medo. Depois Nick, que pareceu me odiar. E ai veio o Newt, e parecia que o simples fato de eu respirar o irritava.

-Ah, não, eles só estão preocupados!- diz Caçarola. -Não estamos acostumados, hum, com garotas. As mudanças fazem as pessoas ficarem doidas!

-É. -ela diz dando de ombros.

-Bem, aqui é a Sede. -diz Caçarola quando eles param na frende da alta construção. -É... É um pouco grande. Mas com o tanto de gente que vive aqui, é um bom tamanho.

-Hum, Caçarola? -chama ela ainda olhando pra construção. Ela não botava muita fé naquilo, provavelmente iria desabar a qualquer momento.

-Sim?- fala o garoto a olhando.

-Será que eu podia dormir aqui fora?- perguntou ela, fazendo o garoto rir.

-Sabe, eu também não ponho fé nessa construção de plong. -ele diz e Amanda sorri. -Pode dormir aqui sim. Vamos arrumar sua cama ali, pode ser?- o garoto aponta para um lugar onde havia várias outras "camas".

-Pode.-ela diz dando de ombros.

Depois que Caçarola ajuda Amanda a ajeitar tudo, ele se despede dizendo que precisava ir preparar o jantar. E foi ai que a garota ficou sabendo que ele era o encarregado de encher o bucho dos Clareanos.

Amanda passou a tarde sozinha. Bem, ela sabia que não estava de fato sozinha, já que Gally a observou a tarde toda. Esse sim era muito desconfiado. Ela havia demorado séculos para fazer amizade com o garoto, e sabia que agora deveria ser bem pior. Ele tem mais motivos ainda para não confiar em ninguém.

Mas, como ninguém falou com a garota o dia inteiro, foi como se ela o tivesse passado sozinha. Somente ela, sua faca que ela usava para afiar um pedaço de madeira, e o vento que batia em seu rosto bagunçando seus cabelos.

Depois de algumas horas, Nick veio ter uma conversa com ela. Ele falou sobre as coisas que Newt ja havia explicado, e pediu desculpas pelo olhar desconfiado que havia lhe lançado de manhã. Depois, também acavou sumindo deixando Amanda sozinha ali.

Era como se ela fosse um vírus contagioso, pois ninguém queria nem ao menos chegar perto dela. E isso deixava a garota bem desconfortável.

Ela estava andando um pouco perto da entrada do Labirinto, quando Gally surgiu e começou a gritar com ela, vindo em sua direção. Amanda o olha confusa.

-Está louca, garota? Não pode entrar ai!- ele grita, parando a poucos centímetros dela, seus rostos quase colados. Mas o garoto não a intimidou. Ia ser preciso muito mais que o Gally pagando uma de machão para intimidar ela.

-Eu estava andando calmamente, e você surgiu gritando que nem um louco! Como se eu tivesse fazendo algo de errado!- ela grita de volta. A essa altura, a maioria dos garotos já havia parado com suas tarefas para ver o que estava acontecendo.

-Você não pode entrar lá! Está querendo ser morta!- retruca o garoto.

-E quem te disse que eu ia entrar lá, sua mula?!- grita a garota de volta. -Eu estava andando! Estou a metros de distancia da entrada e você vem me encher o saco?

Amanda e Gally permanecem discutindo ali, trocando ofensas entre si, até Newt resolver intervir.

-Já chega vocês dois! - diz o garoto se colocando no meio dos dois.

-Esta garota estava prestes a entrar no labirinto!- diz Gally.

-Mentiroso! Você bola umas merdas na sua cabeça e acha que tudo isso é real! Sinto muito se minha presença faz você se sentir ameaçado, mas, meu querido, estamos presos aqui juntos! Então, sinto muito, mas vai ter que aprender a conviver comigo.- ela grita, antes de sair dali batendo os pés, não sem antes esbarrar em Gally de proposito.

Quando Amanda passou, todos os garotos a encararam. A garota bufa. Aquilo estava sendo horrível.

Ela não sabia ao certo pra onde estava indo, mas só parou de andar quando chegou a um bosque e se escondeu ali. Campo-santo.

Amanda não queria ver ou falar com ninguém. Já havia problemas demais com o que se preocupar, como o fato de já querer insanamente sair daquele labirinto. Mas, como os garotos, ela não fazia a menor ideia de onde era a saída. Parece que ter suas memorias não ajudava muito, final.

Ela estava ali, pensando, quando um forte barulho rasgou o ar, fazendo seu coração acelerar e uma onda de adrenalina percorrer pelo seu corpo.

A garota se levanta e sai correndo dali. Ao sair do campo-santo, ela pode ver o motivo do grande barulho. Eram os muro do labirinto se fechando. Aquilo era realmente... Incrível. Os grandes e pesados muros se movendo, e logo se juntando, fechando de vez a passagem.

Aquilo fez a garota se sentir presa dentro de uma bolha. E ela começou a se sentir mal. E se nunca conseguissem sair dali? E se morressem? Pois, aquilo tudo era possível. E sentir como se tivesse presa numa bolha fazia um medo crescer dentro dela. Ela não conseguia respirar, então se sentou no chão e fechou os olhos.

Vai ficar tudo bem, ela pensou. Mas iria mesmo ficar tudo bem? Nada estava bem em sua vida havia muitos anos atrás. Mas, ela só queria voltar no tempo. Naquelas boas memorias que ela se apegava a tanto. Eram elas que faziam com que Amanda continuasse firme. E ela não iria desistir tão fácil assim de seus amigos.

The Girl Who Wanted More • Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora